Only Us | 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝟐 | - (Chris Evans)

⚘ᴇᴘíʟᴏɢᴏ » 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 2⚘

MARY POV

Tanta coisa aconteceu depois que nós dissemos "somente nós" naquele parque...

Tanta coisa mudou na nossa vida e tirou a nossa paz...

Tanta coisa me fez chorar desde que eu achei que tinha a família perfeita...

Foram tantas coisas que eu nem sei por onde começar !

Os quinze anos que eu passei não chegaram perto de serem um conto de fadas. Perdi Tessa, uma menina incrivelmente linda e amorosa, e isso por ter uma vida agitada e ser julgada pela minha falta de capacidade em ser mãe... bom, foram essas as palavras que a diretoria do orfanato usou para me descrever.

Eu insisti para que ela ficasse conosoco, mas assim que fomos rejeitados, Tessa foi adotada na semana seguinte por um casal que o orfanato considerou "normal". Fiquei devastada com acontecimento e desisti de qualquer oportunidade que me levasse a esse difícil e extenso processo.

O mais doloroso foi ouvir que apenas queríamos usar uma criança carente para nos beneficiar. Não tive psicológico e parei a busca por alguém que precisava de um lar.

Mas as desgraças não pararam por aí, na verdade, esse foi só o começo de uma série de coisas ruins.

Após o sucesso explosivo de Only Us, eu acabei esquecendo dos anticoncepcionais, e como resultado descobri uma gestação. Confesso que a primeira coisa que senti foi uma enorme felicidade, iríamos ter outro bebê, iríamos aumentar nossa família e dar um irmaozinho para Zoe. Mas esse sentimento durou até que eu me lembrasse de meu útero defeituoso.

Os pulos de alegria, os gritos, tudo isso fora substituído por um ranger de dentes toda vez que o barulho estridente anunciava que meu filho estava sendo sugado para fora de mim. A dor era aniquilante, meu coração se rompeu em pedaços e daquele dia em diante eu voltei para casa, afundada em uma depressão. Nem sequer tivemos chances de ter esperança, mesmo com seis semanas o feto já apresentava uma deformação e um nível de desenvolvimento extremamente baixo. Se eu prosseguisse com a gestação, eu só arruinaria ainda mais as nossas vidas... era eu, ou o bebê... e infelizmente eu tive que me escolher.

A pausa repentina na minha carreira fez com que eu retornasse para o olho do furacão. A mídia queria saber cada vez mais detalhes sobre o processo de adoção fracassado e a perda do segundo filho em uma gestão também fracassada. Não tive paz e nem sossego, foram semanas horríveis e isso foi suficiente para que eu me trancasse no quarto e me esquecesse do resto do mundo. Nem sei dizer se Christopher ficou abalado ou não, a única coisa que minha mente era capaz de drenar dia e noite, era o som infernal que eu escutara por horas na sala de aborto.

O primeiro aniversário de Zoe me forçou a reagir e retomar as atividades. O choro, a febre, a imunidade baixa, tudo isso me fez redobrar os cuidados com a pequena quando seu primeiro dente nascera. Como mãe, eu digo que aquela foi a fase mais insuportável, embora necessária para que eu entendesse sobre a dependência da minha filha. Minha vida não estava acabada, eu ainda tinha alguém que me trouxe felicidade e mudou completamente quem eu era... por Zoe eu voltei a ser eu !

Chris e eu nos tornamos aquele espécie de pais que fazem de tudo para ver o sorriso no rosto de seus filhos. A cada degrau que Zoe subia em seu crescimento, o orgulho e a satisfação só aumentava em nosso coração. Minha filha estava muito mais parecida comigo, porém totalmente a cópia do pai quando o assunto era personalidade. Posso dizer sem receio algum que Zoe Evans, era o Chris Evans na versão feminina!

Vivemos com o sorriso no rosto até eu ser socorrida em um dia de gravações, por conta de um sangramento assustador. A memória das minhas pernas fraquejando, minha visão ficando turva, e Joe e Anthony correndo na minha direção para me salvar antes que eu caísse no chão, sempre seria nítida. Essa era a única coisa que eu lembrava, antes de acordar três dias depois com a notícia que o sangramento não era uma hemorragia e sim um aborto espontâneo. Aquilo foi um soco no meu estômago, eu parecia não ter tacado só uma pedra na cruz, mas várias !