⚘ ᴇᴘíʟᴏɢᴏ » 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 𝟏 ⚘

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15 ANOS DEPOIS

CHRIS POV

Se eu dissesse que a nossa vida foi perfeita depois daquele dia no parque, eu estaria mentindo!

Na verdade, dizer que foi um pesadelo seria mais apropriado e sincero.

Dois meses após o nosso piquinique, visitamos os primeiros orfanatos, lembro-me de como chegamos e também de como fomos recebidos. Os olhares de aversão, os cochichos, o pré-julgamento e os comentários na Internet que nos atacavam de maneira muito pior.

Ninguém aceitava o fato de que adotaríamos uma criança, as pessoas diziam que estávamos apenas buscando um motivo para manter o mundo inteiro falando sobre a nossa vida. Eu não entendia como e nem porque tais pensamentos poderiam surgir, antes de sermos famosos também éramos seres humanos !

Apesar do primeiro orfanato ter aceitado nossa visita, o processo burocratico que se desenrolou quando achamos uma menina linda, nos negou a guarda dela. Isso acabou comigo e destruiu Mary, por mais que soubéssemos sobre o risco de se apegar durante o processo de adoção, foi impossível não se encantar por Tessa e desejar tê-la em casa com Zoe.

Com a frustração e a decepção que a negação nos causou, Mary desistiu de continuar com a missão de dar um lar para uma criança, e no fim, eu segui o mesmo caminho.

Cinco meses depois e descobrimos uma gravidez e dessa vez foi diferente. Se com Zoe tivemos a chanche de ter esperança, com esse bebê não pudemos nem pensar em sonhar. Não havia chances de nascimento e se forçassemos isso, perderíamos Mary e o bebê de uma so vez.

Os minutos segurando a mão da minha esposa na sala onde esperávamos pelo aborto, foram os piores da minha vida. Eu conseguia enxergar uma linha muito curta entre ser pai e ter que dar adeus a um filho que eu nunca teria a chanche de conhecer. Depois do aborto, Mary cancelou todos os contratos e deu uma pausa na carreira, ela emagreceu bastante nos meses seguintes e mal sorria depois da tragédia que infelizmente nos acontecera. Eu voltei a tomar os remédios para não deixar a ansiedade assumir o controle de quem eu era e me afundar em uma depressão.

Tive que ser forte por mim e por Zoe, até que Mary estivesse bem !

Com a chegada do primeiro ano da nossa filha tudo mudou, e não exatamente para a melhor ! O primeiro dentinho saiu fazendo a pequena chorar o dia inteiro e não querer nada além de colo. Não foi uma fase fácil, a febre era constante e o medo de Zoe passar por outra complicação respiratória  só tornava as coisas piores.

Mas...eu não vou ser o tipo de pessoa armagurada e não dizer que também foi o ano mais incrível. Zoe falava quase tudo e estava cada vez mais parecida com a mãe. Ela era decidida e corajosa, não abria mão das coisas que queria e ia até o fim para conseguir uma colher a mais do famoso strogonoff da mãe. Zoe era o ser humano mais incrível e importante para mim em todo o mundo, a cada dia o amor que nós tínhamos aumentava mais e mais.

A vida parecia ter retornado para os eixos. Mary voltou a gravar, eu foquei nos filmes que tinha pela frente e até o medo de babás superamos quando contratamos Gio para cuidar de Zoe. Ela era apenas um ano mais velha que Mary na época, porém as recomendações e os bons elogios que escutamos pessoalmente das famílias onde ela trabalhou, foram o motivo pelo qual a cotratamos.

Até esse momento não haviam problemas aparentes, bom...pelo menos era o que também pensávamos.

Três meses depois, em um dia de gravações, Mary passou mal e teve que ser levada as pressas ao hospital. A memória do meu carro avançando os sinais apareceria em alta resolução toda vez que eu me lembrasse dela. Quando cheguei, fui direcionado para sala de espera e atualizado sobre o estado da minha esposa a cada um hora...hemorragia !

Only Us | 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝟐 | - (Chris Evans) Onde histórias criam vida. Descubra agora