CHRIS POV
Quando Mary chegou aqui eu não soube o que fazer, ela não dizia se quer uma palavra e eu ainda não sabia porque Zoe estava com ela já que Matt havia me prometido que levaria minha filha para ver Amélia. Mas isso não importa agora, não quando minha esposa quase sofreu um estupro na mão de alguém que eu só sossegaria quando visse morto.
A minha vontade e necessidade de gritar eram absurdas mas eu simplesmente não podia fazer aquilo, Mary estava devastada e a única coisa que precisava era se sentir segura. Eu não fazia a mínima ideia do que se passava na cabeça dela, qualquer mulher que vivência isso com certeza tem parte da sua vida arrancada e não era uma tarefa fácil conviver sabendo que seu corpo foi tocado sem a sua permissão. Por sorte isso não aconteceu e se Matt não tivesse chegado a tempo, Mary estaria muito pior agora.
Foi difícil me aproximar e dizer que eu só queria cuidar dela, foi difícil vê-la sem reação e se derramar em lágrimas incessantes nos próximos segundos. Eu nunca havia visto a mulher que costumava ser tão leve e sorridente, sofrendo de uma maneira que doia na minha alma, toda vez que uma nova lágrima despencava de seus olhos a minha única vontade era de acabar com a vida do Ryan.
Eu detesto fazer o discurso do "Eu te avisei" e estava longe de fazer tal coisa, mas saber que eu podia ter insistido mais, ligado até que ela se enjoasse de escutar o toque do celular e decidisse me encontrar, saber que eu poderia ter ido mais fundo pela Mary e perceber que eu nao fui, também me machucava. Mary é delicada como uma flor, precisava de amor e carinho, precisava ser regada todos os dias com doses de auto-estima e afeto, precisava receber luz na medida certa. Nas mãos de Ryan tudo que ela recebeu foi ao contrário disso e infelizmente quando ela saiu do carro, em seus olhos estavam escritos o quanto ela concordava comigo.
O que acabou com o resquício de força que eu tentava manter para lhe dar o suporte necessário, foi quando dos seus lábios ela me agradeceu por manter Zoe segura. Confesso que ter entrado com uma ação judicial para tirar Zoe da Mary não foi a coisa mais legal ou fácil de se fazer, porém para manter a segurança da minha filha, ainda mais quando eu sabia o tipo de gente que aquele Ryan era, foi necessário ! E mesmo que isso tivesse machucado Mary eu não me arrependia nem um pouco.
Se Zoe estivesse lá enquanto Ryan aproveitava da fraqueza da minha mulher, com certeza seria ainda mais traumático para ela.
Tudo o que eu queria era ter feito Mary entender que depois de Zoe não havia mais o Chris egoísta que só pensava em si mesmo ou o Chris que precisava estar certo e manter tudo sob o seu controle, talvez a culpa dela não ter acreditado em mim dessa vez fosse minha. Já havia magoado Mary tantas vezes que sem dúvidas quando uma tempestade surgia era inevitável pensar no passado.
Eu estava certo de que ela veria esse novo lado meu, o lado que ela ajudou a construir, o lado que sempre estaria ali por ela, não importava como.
Matt e eu colocamos Zoe para dormir rapidamente, o último mês em que dediquei minha vida à minha filha foi inexplicável. Eu aprendi muito mais sobre o quanto aquele ser humano tão pequeno e indefeso podia me completar. Minha mãe e Carly me ajudaram com as mamadeiras e a trocar as fraldas de forma mais prática enquanto aos poucos eu pegava jeito colocando Zoe para dormir. As vezes — quer dizer, quase sempre — eu fazia uma cerca com os travesseiros e deixava ela no meio da cama, assim passava todas as noites coladinho nela.
Ela era uma mini cópia da Mary, o que me fazia ficar horas só admirando aquele rosto fofinho. Foi exclusivamente por causa de Zoe que eu mantive a esperança de que a nossa família voltaria a ser como antes.
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Only Us | 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝟐 | - (Chris Evans)
FanfictionSegundo Livro da série Doce Paixão Depois de viverem uma vida conturbada e vigiada por toda a Hollywood, Mary Evans e Chris Evans aprenderam a finalmente viver um para o outro, sem medo do mundo a fora. Com a chegada da pequena Zoe o casal conquist...