Meus olhos procuram as horas no visor reluzente do celular... três e meia da manhã, me sento na cama esfregando os olhos rapidamente tentando dispertar meu corpo de todo aquele sono. Ao fundo era possível escutar os berros de Zoe ecoarem estridentes e pelo choro desesperado, identifico que havia algo além do que somente fome. Olho para o lado de relance só para perceber Chris desmaido no que parecia ser o décimo sono.
Aperto meus olhos tentando acostumá-los com a densa escuridão, sinto o frio me atingir quando retiro o lençol de seda e resmungo algumas palavras por causa disso, logo me coloco de pé caminhando até o quarto onde o choro ainda continuava ecoando.
Quando passo pela porta percebo que a pequena se esgoelava, a primeira coisa que faço é passar a mão delicadamente pelo seu rosto esperando acalmá-la somente com o cheiro da minha pele. Zoe era esperta e o seu instinto fazia a pequena me reconhecer com apenas um toque, Chris morria de ciúmes disso !
— Oi meu amor — pego-a e aninho-a em meus braços, passo alguns dedos em sua testa para limpar as gotinhas de suor que haviam se formado ali — Shhh, está tudo bem meu amor, mamãe está aqui — Minha voz é suave.
Sento-me no sofá ao lado do berço e com rapidez retiro a alça da camisola colocando para fora a fonte de alimento da pequena. Para o meu azar Zoe não pega o peito, tento não me desesperar, depois do hospital isso nunca mais aconteceu e agora tinha medo de não conseguir acalmar a bebê.
— Pega filha — Eu movo meu seio até a sua boca mas o seu choro reverbera ainda mais forte pelo quarto — Meu amor está bem aqui na sua frente, pega Zoe — Tento novamente porém é inútil.
A experiência de ser mãe de primeira viajem na maioria das vezes eram um tanto complicada, por exemplo agora ! Minha filha estava chorando absurdamente alto e eu nem sequer fazia ideia de como acalmá-la, se me deixasse levar pelo desespero em poucos segundos eu estaria agindo extamente igual a ela.
Descarto o pensamento e ao invés disso respiro fundo, levanto-me e lentamente balanço o meu corpo em uma dança, esperando que os movimentos leves fossem suficientes para colocar um fim naquela choradeira. Eu sabia que ser mãe não seria a tarefa mais fácil do mundo, o cuidado com a pequena exigia tudo de mim, meu psicológico e meu corpo estavam esgotados e eu mal sequer tinha tempo para assimilar tudo o que estava acontecendo. É óbvio que a experiência é mágica e toda mulher que passa por isso sabe que não há nada no mundo que seja mais importante do que aquele pequeno serzinho. Mas com esse amor também vinha a mudança de rotina, o cansaço, a adaptação, as novas descobertas...e isso me assustava.
Apesar de ser uma experiência inigualável, não passava nem perto de ser um conto de fadas.
— Mamãe não faz a mínima ideia do que quer agora — Digo, ainda aninhando a menina que não parava de chorar por um segundo sequer.
Não tinha jeito, nem a minha voz que era a principal responsável por acalmar Zoe funciona, é nesse exato momento que a ansiedade me toma por completo. Uma crise era a última coisa que eu precisava embora fosse isso que começavam a acontecer. Diferente do choro de Zoe que era audível para toda a população de Los Angeles, o meu é silencioso ! Estava exausta e nem ao menos sabia como acalmar a minha própria filha, começo a repensar se realmente conceder uma criança tão cedo havia sido uma boa ideia. Não que eu esteja rejeitando Zoe, mas realmente não era uma tarefa fácil de encarar.
— Pega o peito filha — limpo as lágrimas com a mão direita, evitando que elas caíssem no rosto da bebê.
— Mary ? — viro-me na direção do som.
Chris estava em pé na abertura da porta, seu rosto amassado denunciava que os gritos de Zoe foram altos o suficiente para acordá-lo. Ele coça os olhos e com certa moleza caminha até a mim, percebendo que a situação não era boa.
Com todas aquelas emoções me sondando eu não consigo mais reprimir o choro e deixo que a cachoeira de lágrimas rolem livremente por meu rosto, as mão de Evans acariciam meu ombro enquanto ele me permiti colocar toda aquela confusão para fora. Ainda bem que ele entendia que nenhuma palavra seria capaz de refrear tamanho conflito no meu coração.
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Only Us | 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝟐 | - (Chris Evans)
FanfictionSegundo Livro da série Doce Paixão Depois de viverem uma vida conturbada e vigiada por toda a Hollywood, Mary Evans e Chris Evans aprenderam a finalmente viver um para o outro, sem medo do mundo a fora. Com a chegada da pequena Zoe o casal conquist...