Ás de Espadas

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O duelo seguinte foi bem mais dominante para Haler, o que seria de se esperar. Num movimento final, Haler fez um pequeno corte na perna de um Skally completamente desatento e surpreso, o que o deixou de joelho no chão.

-Como?... Andaste a batalhar comigo todos estes anos com a tua pior mão?

Skally olhava surpreso para o jovem irmão de 15 anos. Haler tinha cabelo loiro, mais amarelo e mais brilhante que o sol, e grande, olhos verdes claros e uma expressão fria.

-Tens razão. Fiquei um pouco preguiçoso. Treinarei mais, perdi uma ronda para ti. Quanto a ti, meu irmão, trata da casa, porque só os deuses sabem o quão mau és com a espada...

Assim, Haler foi para o quarto, onde juntou o seu dinheiro para ir comprar comida.

Algum tempo depois, chegou a mãe. Exausta do trabalho, olhou para Skally sentado, a passar um pano na corte sangrento.

-Estás bem, meu filho?!
-Sim, mãe. Vai descansar.
-Lustaste de novo com o teu irmão?
-Sim, lutei. - disse, escondendo alguma raiva.
-Vocês os dois e as batalhas... um dia ainda se vão aleijar a sério com isso... não tens nada que provar a ninguém! O teu estudo agora é a política, meu filho.

-Sim, mãe, tens razão.

Com um beijo na testa de Skally, a mãe foi-se deitar.

No telhado, Haler apreciava o dia solarengo, olhando para a paisagem, com uma vista para a muralha, assim como para o deserto. Dali via-se as casas de pedra, algumas de madeira, mas todas juntas, o que mostrava a densidade populacional de Elski. A sua casa era pobre, humilde. Todos os dias ía ao telhado, com um olhar pensador sobre o mundo que tanto o atira para baixo. Ali ficou durante algum tempo.

Depois, olhou para o sol e perguntou-se se devia ir à aula de combate. "Ainda é de manhã! Vou ficar aborrecido se aqui ficar...", pensou para ele mesmo. Assim, meteu o capuz e saltou pelos telhados até chegar ao campo de treino.

O professor Wilson daria a aula e muitos alunos foram obrigados a ir. Ele nunca tinha visto aquele professor e quando este começou a intimidar a turma toda, Haler ficou surpreendido, mas não sentiu medo. Tirou o capuz e muitos foram chamados. O jovem rapaz viu a humilhação de metade da turma com um olhar frio e de consciência, tal como a aparência, calma.

A seguir à derrota de Lopos, Ektos deu o passo em frente. Ainda frio e calmo, olhou para Ektos e viu-o dirigir-se a Wilson. As rondas estavam a sair equilibradas, com todos a olhar interessados. Quando viu o movimento do Anjo da Morte, executado por Ektos, permaneceu em silêncio e firme, embora a multidão olhasse com surpresa. Ektos, no entanto, falhou e foi diretamente para casa, e Haler mostrou uma leve aparência de surpresa. Ele tinha pensado que seria vitória certa, com aquele movimento.

Mais uma data de alunos se seguiu, deixando Haler quase para o fim. Porém, o jovem guerreiro deu um passo á frente. Wilson chamava-o agora.

-O jovem Haler... como eu quis chegar a este momento!

-Espada. - Wilson atirou-lhe uma espada.

-Soube que és o melhor do melhor, no meio destas escumalhas... mas também ouvi o quão preguiçoso és e que faltas habitualmente às aulas. Isso faz-te fraco!

-Vamos discutir como meninos... ou lutar como homens? - perguntou, calmo e frio como sempre.

Wilson sorriu e pôs-se em posição. A batalha começou muito equilibrada, com o professor a atacar muito, mas o aluno a defender com facilidade. Com a chegada da segunda ronda, Haler soltou o cabelo longo e loiro, e viu a sua chance. Sem hesitar, aproveitou o movimento defensivo do professor para mover a espada em direção á perna esquerda, apenas precisava de um movimento forte para manter longe a espada de Wilson. Assim, tentou um movimento que acabou por não ter resultados e teve de defender durante mais um tempo. Na terceira ronda viu uma oportunidade.

Ektos E O Anjo Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora