As ruas de Elski estavam cheias ao meio da tarde. Comerciantes, cidadãos, artesãos, agricultores, talhantes e soldados dominavam as ruas.
Um fidalgo caminhava em direção à feira. O povo de Elski conhecia bem aquele homem e, apesar de não gostarem de nenhum fidalgo ou pessoa de grande riqueza no geral, tinham um especial repúdio por este homem em particular, devido a casos de corrupção com o seu cargo de juíz, algo que a cidade de Elski não tinha muito nos últimos anos, devido a ser bastante estrita com isso.
Ali circulava ele, homem de meia idade, roupas apertadas mas da melhor qualidade, saco de moedas na parte de trás, sem barba e de estilo vaidoso, pelas ruas de areia e terra da cidade, enquanto as pessoas passavam em direção oposta e olhavam para trás com má cara. Mal chegou à frutaria, pegou nas várias frutas para avaliar o tamanho. No meio, no entanto, havia uma maçã pisada, o que levou a um drama por parte do procurador. Com a maçã pisada na mão, virou-se para a experiente e velha senhora:
- Desculpe, mas é suposto eu comprar isto?
- Oh, está podre! Algumas escapam, não é verdade? - a velha riu-se enquanto pegava na maçã e a atirava aos porcos que estavam no mesmo lado da rua.
Isto não parou o fidalgo.
- Isto é inadmissível! Como é que posso confiar na sua fruta?! Pode estar tudo infestado com o mesmo agora.A velha cerrava os olhos, numa cara furiosa, enquanto lhe dizia.
-Vai ter de pagar à mesma, juíz!O juíz, orgulhoso do seu movimento e na esperança de pagar menos por tudo aquilo, mirou a velhinha com desdém.
-Pagarei apenas pelas duas melancias.
A idosa sabia que não tinha como dizer que não, pois o fidalgo tinha grande poder. Considerando-se como vencedor, como lhe dizia o sorriso maldoso, esticou a mão para puxar o saco de moedas, porém não o sentiu.
Rapidamente olhou para trás mas ninguém estava por perto. Gritou ainda pelo meio num tom ameaçador mas não encontrou ninguém suspeito, começando a atirar ameaças para pessoas aleatórias no meio da multidão. No entanto, uma figura encapuzada andava pelo meio da multidão, já uns bons metros à frente. O fidalgo ainda o tentou abordar, mas rapidamente a figura se misturou com a multidão.
Enfurecido, o fildalgo partiu pelas ruas, em procura de guardas e, quando os encontrou, procuraram todos em conjunto a figura encapuzada. No entanto, este já ía longe. O indivíduo avançava a rua a longos passos em direção a casa, chegando e atirando a túnica para a cama do quarto. A casa era muito pobre, mas limpa. Tinha um campo em volta, o qual era o sustento da família do ladrão, além do roubo.
- Olá, Haler! - ouviu-se da cozinha. O seu irmão mais velho saudava-o.
-Skally?! O que fazes em casa tão cedo?
Haler estava incomodado com a chegada do irmão.
-Podia perguntar-te a mesma coisa. Não deverias estar na aula militar?
-Poupa-me!... Sou 5 vezes melhor do que qualquer daqueles falhados.
-Prova-o!
Skally foi buscar duas espadas, atirando uma ao irmão, que a apanhou e aceitou o duelo.
Os duelos de Skally e Haler eram sempre emocionantes porque era impossível prever o vencedor.
Com ambos a lutarem ambiciosamente, era raro alguém cometer um erro, até que a paciência compensou Haler com uma oportunidade. Um movimento de Skally expôs o irmão mais velho a um ataque rápido que Haler não hesitou. Á medida que a espada avançava, Haler apontava-a para um corte na perna, um clássico movimento dele, porém muito eficaz e letal.
Apenas uns centímetros distanciavam a perna da espada, quando subitamente Skally bloqueou o movimento do irmão. Num movimento forte, conseguiu bloquear a espada de Haler, fazendo com que ela fugisse fora das mãos de Haler e para o fundo da sala.-Muito lento. Tornaste-te preguiçoso! - repreendeu Skally.
Haler limitou-se a pegar na espada e a mudá-la para a mão direita.
-Porque é que mudas-te de mão? - perguntava Skally, confuso.
-Porque eu sou destro.
Skally estava perplexo.