Ambição mortífera

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À medida que a manhã começava em Elski, começava a agitaria em todas as casas da cidade. Na rua principal, havia uma casa, entre muitas, pertencente à família Elvera.

- Mãe, vamos! Hoje é aula de batalha de novo! - o jovem rapaz Lopos estava estático. Tinha conseguido uma espada nova, mais rápida, mais forte e mais vistosa do que a que tinha.

A mãe costumava levar os dois filhos às aulas e esta manhã não seria diferente.

- Lopos, onde está o teu irmão?
Lopos ficou com uma cara aborrecida.
- Ele está sempre numa sombra qualquer porque não gosta da aula.

Lopos era mais velho que o irmão 2 anos e bastante mais energético do que Ektos e sempre o desafiou para combates em casa, porém Lopos trapaceava sempre, acabando por perder o interesse de Ektos.

Tal como uma manhã habitual, a mãe dirigiu-se aos aposentos de Ektos, para o levar à aula. Ektos não gostava de batalhar e em vez de gastar o seu dinheiro numa espada como o seu irmão, preferiu guardá-lo.
Apesar de não demonstrar o seu lado guerreiro, era o filho que mais intrigava a sua mãe. Não falava muito, escondia-se na sombra e ninguém sabia se ele era bom ou mau na batalha porque apenas perdia nas batalhas para o irmão, cujas vitórias eram usurpadas. Nunca teria batalhado na frente do seu professor porque ficava sempre na sombra, esquecido no meio de tantos alunos.

Lopos e Ektos não se davam assim tanto, sendo o único fator em comum a irmã mais nova, Iúlia.

- Iúlia, querida, já venho. Se aparecer algum convidado, diz que teu pai está fora e que eu fui ao mercado.

- Sim, mãe! - Iúlia não desobedecia à mãe, porém, todas as manhãs roubava os apontamentos da escola de Ektos e lía-os. Não tinha uma compreensão extraordinária da caligrafia, mas sempre aprendia alguma coisa nova.

Assim, mal a mãe saíu, limpou a casa toda e foi buscar os apontamentos do irmão. Ficava sempre com os olhos brilhantes quando via aquela sabedoria toda transmitida em simples papel. Seria como se os deuses lhe tivessem dado um universo inteiro só para ela explorar.

Entretanto, os rapazes dirigiam-se para o treino, um claramente mais feliz do que outro.
Quando lá chegaram, descobriram que o professor havia sido temporariamente substituído por um guarda mais severo e bruto.
Ektos desprezava a aparência do guarda: era bastante gordo e ainda bebia durante o treino. Ektos acreditava que um soldado teria de ter uma boa aparência e olhava, tão frio como as noites de inverno, o indivíduo, de cima a baixo e vice-versa, com um olho mais branco do que preto e outro olho mais preto que branco.

-O meu nome é Winston e hoje vou ser o vosso professor. - andava de um lado para o outro, encarando os rapazes e falando por debaixo do seu bigode. - Disseram-me que este grupo é o futuro da nossa cidade... com 14 anos... - um olhar frio irrompeu pelos jovens. Olhou para um rapaz e logo o chamou - Tu! Anda aqui. Desembainha a espada.

Winston lutou com ele e chamou mais alguns membros, sendo todos vencidos. Depois acabou por chamar Lopos.

-Como te chamas rapaz?

-Lopos Elvera, senhor!

-Bela espada! - sussurrou-lhe ao ouvido - Quer ela sentir sangue?

-Sim, senhor! - o guarda havia mexido com o seu psicológico.

-Não pareces convicto!

-Estou sim, senhor!

Lutaram curtamente, pois Lopos estava nervoso e rapidamente foi ao chão. Winston viu uma chance de humilhar ainda mais.

-Vamos! Luta como quem quer matar realmente!

Desta vez, os movimentos de Lopos eram demasiado bruscos, ao contrário dos movimentos incertos que estava a ter. Movimentos indisciplinados que acabaram por o deitar ao chão com a mesma facilidade e não conseguindo evitar a derrota sofrida também por tantos outros antes.

-Boa espada em tamanho guerreiro. - dizia Winston com um tom condescendente, enquanto Lopos voltava ao lugar.

Lopos voltou ao lugar, contendo-se para não caírem lágrimas, segurando um braço que havia sofrido durante a queda. Ektos não ficou nada contente ao ver a humilhação a que o irmão foi sujeito e não se conteve.

-Existem voluntários?

Um silêncio permaneceu momentaneamente entre todos os jovens, mas apenas por momentos.

-Eu. - um olhar de guerra rompeu pelo guarda. Ektos tinha dado um passo em frente.

Ektos E O Anjo Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora