asfixia.

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- Não sei o que ainda estou fazendo com você.    

- Ei! – Me chama. – Essas roupas de hospital são tão engraçadas na parte de trás, não? – Olho pra parte de trás e vejo que o tecido era aberto na parte de trás, mas é fechado por alguns botões.

- Que seja! – Digo sem dar muita importância.

- Eu sou Carla Maraisa. – Estende a mão.

- Marília. – Digo sem retribuir o aperto de mão e ela recolhe a mesma sem graça      

- Então, qual é o seu plano?

- Ouça! Por favor, me deixe sozinha!

- Quer saber?! Você é muito rude! Mas, eu vou perguntar... – Ela para em minha frente. – Podemos fazer juntas?    

- Isso não é um jogo em dupla para que possamos fazer juntas. – Digo alto e já sem paciência.

- Estou dizendo isso porque eu quero ter certeza que vai acontecer. Tenho sido muito dependente na vida. – Respira e desvia os olhos dos meus. – Eu sempre precisei de um empurrão. Então, por favor!

- Okay! Isso é estranho, mas tudo bem. – Ela volta a me olhar. – Como você quer fazer?

- Nós podemos ir para minha casa.

- O que?

- Eu não estou convidando você para nada demais. – Diz alto, ela parece rever o que disse e coça a cabeça. – Que seja! Nós podemos ir para sua casa também.

- Eu não tenho casa. – Ela iria falar mais alguma coisa, mas ouvimos sons de sirenes, ela sai correndo e faço o mesmo.  

- Aqui, aqui! – exclama ao chegamos a um prédio, onde tinha uma escada de metal. Ela pula para alcançar a ponta da escada abaixando-a em seguida. – Venha, vamos subir!

- Assim? – Olho para ela.

- Eu perdi as chaves da minha casa, então tenho que entrar pela janela.

- Está de brincadeira? – Ela cruza os braços.      

- Eu tenho cara de quem está brincando? Anda logo, está frio.      

- Depois de você. – Digo.      

- Nem pensar! Você é muito esperta. Eu sei porque você subir depois de mim. – Ela se afasta colocando as mãos na roupa do hospital.      

- Me poupe! – Reviro os olhos. – Ela me empurra para que eu subisse as escadas. Não sei em que andar estávamos, mas ela se abaixou para abrir uma janela.      

- Eu moro aqui. – Entrou pela janela, mas ficou emperrada por ter aberto pouco, vejo-a se debater para tentar entrar e rio. – Você pode me empurrar? – Grita da parte de dentro do apartamento.      

- Com prazer! – Pego suas pernas e a empurro sem dó, ouço seu gemido quando ela cai no chão.      

- Sua bruta! –Ela falou. Não respondi, apenas abri mais a janela para passar e quando tentei me equilibrar acabei caindo no chão. Castigo penso.      

Me levanto e olho a casa que está uma verdadeira zona, roupas por todo lugar, som ligado, papéis espalhados e caixas.

- Luzes acesas, música tocando... – Ela diz andando pelo local. – Que diabos! Eu odeio essa música! – Ela retira as botas que usava e desliga a música. Olho a minha frente e vejo um sofá, mas o mesmo tinha roupas em cima, pego elas e Maraisa chama minha atenção.      

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