- Ah... - Shinji geme de dor ao acordar.
Ele se senta na cama.
Ao olhar para os lados, não via nada além de uma grande sala hospitalar branca, com poucos móveis e sem pessoas.
O ar gelado combinado do cheiro característico de um hospital.
Ele levanta da cama, com poucas memórias do que havia acontecido.
- E-eu... perdi? - suspira ele para si mesmo ao lembrar da luta.
Caminha lentamente até a saída, vestindo um avental hospitalar azul claro.
Ele abre a porta e se depara com um corredor vazio, não havia muitas pessoas por ali.
Ele caminha pelos longos corredores, chegando até uma pequena recepção onde aborda a responsável.
- Moça, onde eu estou? - pergunta ele.
- Ikari, não é? - ela questiona.
Ele afirma.
- Houve um incidente em seu último turno, não se lembra? - indaga ela.
- Não... não me lembro de muita coisa - Responde ele.
- Pode avisar a Misato de que acordei? - Questiona ele.
- É pra já - assegura ela.
- Aliás, Ikari, suas roupas estão na primeira sala virando a direita - avisa a mulher ao balcão, apontando para a direção a qual deveria seguir.
Sem muito o que fazer, ele caminha em direção a sala onde fora informado de que suas roupas estariam.
Estavam dobradas sobre uma mesa.
Uma simples camisa social branca, camisa cinza, uma calça azul escura e seus sapatos.
Ele as veste e decide seguir para a entrada do hospital.
- Ainda dói... - suspira ele ao botar sua mão sobre suas feridas no abdômen.
Voltando a seguir seu trajeto, ele sobe as escadas.
Chegando a um longo corredor com grandes janelas abertas.
A luz entrava e a leve brisa balançava seu cabelo castanho.
Ele avista uma garota vindo ao final do corredor, acompanhada de um médico.
O cabelo azul claro chama sua atenção, seu corpo com inúmeras ataduras e um gesso em seu braço esquerdo.
Ele caminha em direção a ela, reconhecendo-a.
- Ahn, ei - Suspira ele, abordando a garota.
Ela o olha, sem esboçar muita reação.
- Você não é a piloto da unidade zero? Sou o Shinji, piloto a unidade um - Diz ele, esticando a mão para cumprimentar a garota.
Ela olha para a mão do garoto e volta o olhar aos olhos dele.
- Hm - suspira ela, sem dar muita importância.
O ignorando, ela volta a seguir o médico.
- Mas ela... ahn? - suspira Shinji, confuso.
Sem se importar muito, já que deveria esperar por Misato.
Voltando a caminhar por longos corredores e lances de escadas até finalmente chegar até a entrada.
Se senta em uma das cadeiras, de frente a uma grande janela que o iluminava com uma forte luz branca.
O cheiro de hospital pairava pelo ar, seus pés sentiam a brisa gelada correr pelo chão.
Sentado, pensando no que havia ocorrido.
- Era tão forte... - ele diz para si mesmo.
Esperando, imerso em seus pensamentos autodepreciativos e confusos durante minutos e mais minutos.
Seguia sentado, esperando por sua tutora.
Ouve a porta abrir, seu olhar se depara com Misato.
- Me desculpa a demora... vamos? - Pergunta ela, inclinando a cabeça.
- Eu vou depois, quero dar uma volta pra... relaxar - responde Shinji.
- Não demora, viu? Vou ir na frente então - Diz Misato.
Ela se vira, lentamente caminhando até a saída.
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Ele digita a senha da porta, entra e tira seus sapatos.
- hm? - suspira ele ao ver Yosef sentado em uma cadeira, em frente a Misato na mesa.
- Ahn? Eaí Shinji, você demorou - Diz Misato sorrindo ao acenar com uma das mãos.
Shinji cumprimenta Yosef com o olhar.
Questionando Misato em uma troca de olhares.
- Que? O que foi? - indaga ela.
- Ah, então, esse é o Yosef e ele é a quarta criança - completa Misato.
- Você... também pilota um Eva? - pergunta Shinji se aproximando de Yosef.
Envergonhado, Yosef balança que sim com a cabeça.
Yosef se levanta para a apertar a mão de Shinji.
- Fujiwara, Yosef Fujiwara, é um prazer - Diz ele ao apertar a mão do garoto.
- Ikari Shinji, o prazer é todo meu - responde Shinji soltando a mão.
Ele segue para seu quarto onde passa boa parte do tempo.
- Aquele é o Shinji, ele é o piloto da unidade que você salvou anteontem - diz Misato.
- Mas já que vai ficar aqui precisa saber das regras - diz Misato botando a mão sobre a mesa.
- Você cuida da limpeza nas quartas e quintas, Eu e o Shinji cuidamos do resto - completa ela.
- É só isso - finaliza Misato.
"É só isso? ela não se importa com mais nada?..." - pensa Yosef.
- A casa é sua, você pode tirar proveito de tudo aqui - diz Misato cruzando os braços.
- Certo, muito obrigado - responde Yosef.
- Menos de mim, viu? garoto - completa ela.
- H-HEIN?! - suspira ele, saltando para trás, corando.
- Eu tô só brincando, descansa um pouco que daqui uns dias você vai ter o seu primeiro treino - ela avisa.
- Vou tomar uma chuveirada pra esfriar a cabeça - diz ela sorrindo enquanto se levanta.
Pegando uma lata de cerveja e levando consigo para o banheiro.
Yosef se levanta, indo em direção a seu novo quarto.
Não era muito grande, mas tinha uma janela com uma bela vista para o Geofront de Neo Tóquio três.
A luz entrava pelas frestas da janela e iluminava pobremente o quarto.
Encostando a porta, ele se deita a cama para tirar um breve cochilo.
Olhando o teto branco até pegar no sono.
Adormecendo, até começar a sonhar.
Uma grama verde no chão balançava pela leve brisa de verão, o som de marés também estava por lá.
Os olhos verdes dela brilhavam pelo sol que iluminava.
- Novos amigos né? Vou sentir a sua falta - Suspira a garota de cabelo preto.
- AH - suspira Yosef sentando na cama, assustado.
- Droga de sonho... - diz enquanto coça os olhos com a mão.
Sua visão se acostuma a escuridão do quarto, o sol artificial já fora desligado.
Ele leva seu olhar para o lado, vendo que o despertador marcava pouco mais que oito horas da noite.
Lentamente ele sai do quarto, encostando a porta sem fazer barulho.
O apartamento parecia vazio, todas as luzes apagadas.
O silêncio era ensurdecedor.
Uma claridade vinda da sala chama sua atenção.
Ele caminha lentamente até a sala, se deparando com Shinji deitado no carpete olhando para o teto.
O garoto estava de fones, ouvindo música.
- Ah, você acordou - diz Shinji, tirando os fones.
Se sentando ao sofá, Yosef encara a parede pobremente iluminada pela única luz acesa.
- Ah... obrigado por... me salvar aquele dia - agradece Shinji.
- Não há de que - responde Yosef.
- E você... vai morar aqui também? -
pergunta Shinji.
- Sim, acho que sim...
Shinji fica em silêncio.
- A Katsuragi não tá? - questiona Yosef tentando quebrar o gelo.
- Hm? Não, ela saiu pra beber com as amigas já faz um tempo - diz Shinji enquanto enrola o fone de ouvido.
- Beber?... numa quarta-feira?... - questiona Yosef.
- A Misato bebe bastante, então se acostuma com isso - diz Shinji se levantando.
- Eu... vou dormir, amanhã a gente conversa mais - diz Shinji de frente para Yosef.
- É bom ter outra pessoa por aqui - diz ele.
- É... Boa noite - completa Shinji coçando a nuca e saindo.
- Ahn... boa... noite - suspira Yosef relaxando sua cabeça no sofá.
Seu cabelo castanho repousava no sofá.
Uma leve brisa entrava pela janela
O silêncio era alto mas confortante.
"Acabei com um anjo, arrumei um trabalho e agora moro com uma mulher bonita, pffr... " - pensa Yosef.
- É... não é tão ruim assim, né Kazumi? - ele diz para si mesmo.
A porta da cozinha se abre violentamente, batendo contra a parede e levemente danificando-a.
- Ah merda... inferno de porta - diz Misato, bêbada.
- Ela... chegou? - questiona Yosef, se levantando.
Caminha lentamente até o corredor enquanto ouve o ranger da porta ao se fechar.
Na curva do corredor, ele se depara com Misato
Ele trava.
Ele desvia o olhar enquanto ela sobe o olhar até seus olhos.
Ele recua e coça a nuca, corando.
- É... desculpa, e-eu já tava indo dormir - diz Yosef, desviando o olhar novamente.
- Ahn? - suspira Misato, soluçando enquanto sua visão turva se acostumava.
- Vem cá, senta aí - diz ela puxando Yosef.
Para a sala, o empurrando no sofá.
Sentado novamente.
Ela se senta ao lado, virada para ele.
Ela apoia sua cabeça sobre uma das mãos.
- Eaí? O que tá achando daqui? - pergunta Misato.
- É uma casa legal... - responde ele, desconfortável com a situação.
- É irada né? Tão espaçosa - ela diz ao se espreguiçar.
Levantando seus braços e esticando suas pernas.
Ela sorri e dá gargalhadas.
"bêbada, claramente bêbada" - pensa Yosef.
- Sabe, o Shinji anda bem sozinho, é bom ter alguém mais novo pra fazer companhia pra ele - diz Misato.
Seu semblante lentamente se tornava mais melancólico.
- Ele parece ser legal - responde Yosef.
Misato afirma com a cabeça.
Ela boceja, botando sua mão sobre a boca.
- E o que você gosta de faz... - dizia ela ao ser interrompida por uma ânsia de vômito.
- O-oi?... - questiona Yosef.
- Gostar de fazer, oque que você gosta? - Completa ela, rindo.
- Eu gosto de ouvir música, dirigir e jogar as vezes... - Ele responde.
- E você? - pergunta ele, corando ao vê-la se aproximando.
- Eu? Gosto de... -ela responde num tom malicioso.
Ela sorri e começa a rir.
"Mas hein? Ela tá falando de?..." - pensa Yosef, confuso.
- Também gosto de dirigir e ouvir música, mas gosto mais de beber uma gelada - Ela sorri ao terminar de falar.
"Se você não falasse que gosta de beber eu nunca teria imaginado" - ele pensa, dando um breve sorriso.
- Mas você... é bem gatinho, sabia? - diz Misato, rindo enquanto gesticula as mãos.
- H-hein?! - ele indaga, corando.
Ela ri.
- O-obrigado - responde Yosef, completamente corado.
Ela se levanta, cambaleando.
Abana sua saia de cor preta.
- Hm? - suspira Yosef.
- Eu vou dormir e torcer pra não ter uma ressaca amanhã - ela diz, rindo com a mão sobre a barriga.
- Ah, certo, boa noite capitã - ele diz.
Ela o olha e sorri antes de voltar para seu quarto.
Ela entra no quarto e fecha a porta.
Soltando um forte suspiro ao encostar as costas na porta.
Ela pensa:
"Droga... ele é só um garoto, já chega, para com isso..." - enquanto passa a mão no rosto.
Yosef se levanta, decide ir até seu quarto.
Ele se assusta ao ver Shinji o encarando pela porta entreaberta do próprio quarto.
Shinji o olha, com um olhar sério.
Parecia irritado.
O garoto fecha lentamente a porta.
Confuso, Yosef volta para seu quarto.
Ao entrar, ele fecha a porta.
Continua...
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Evangelion: Reach the sky
FanfictionNo ano de 2015, em um mundo que acabara de ser reconstruído após o evento conhecido como "segundo impacto" cujo devastou a humanidade, uma corporação denominada "NERV" faz seus esforços contra as ameaças provenientes de tal acontecimento. Os pilotos...