Corte de essência e estrelas

O começo da perfeição falsa.

- Acorda dorminhoca - eu não creio que já está de manhã - Vamos, para de babar no travesseiro e levanta, eu ainda tenho que te arrumar - ainda assim não me levantei, na verdade, apenas me afundei ainda mais nas cobertas e no travesseiro.

Então sinto um tapa na minha bunda e me viro, assim que abros olhos, Ames está com as mãos na cintura e uma cara seria, queria muito xingar ela, mas ainda estava sonolenta.

- Olha Ames, se bater na minha bunda de novo, te coloco no banheiro do Tamlin para finalmente conhecer um pau - com essa frase ela cora e se vira.

- Vaca - ela diz baixinho.

- Eu ouvi - eu digo e ela se vira com meu roupão nas mãos.

- Que bom, então levanta essa bunda dai e vai já para o banho - eu rio e me levanto, perguntando o porque de ter que levantar tão cedo, essa corte Diurna é tão longe assim?- Vamos Stella, se não vamos nos atrasar.

- Está bem, mamãe - ela odeia que eu a chame assim - Já que não tenho escolha.- Ponho a mão em minha testa fazendo drama e enclino o corpo para trás. Sinto Ames me empurrar para o banheiro e vou.

Assim que ela termina de me ajudar com minha higiene vem a parte que ela adora e eu detesto, me arrumar, Ames ama fazer penteados ou escolher uma maquiagem, e eu só quero voltar para minha cama.

No final disso ela arruma meu cabelo em cachos soltos, com algumas tranças que possuem fios dourados em meio delas, uma maquiagem simples, mas que acentua meus olhos castanhos, deixando um ar de mistério que eu gosto, e quando olho pra o vestido eu gosto, é bonito e simples, ela então me dá uma capa para o frio na viagem, eu agradeço e a abraço, pois só veria ela em nosso destino agora.

- Tente não arruma confusão Stella, pelo menos enquanto eu não estiver perto - ela fala sorrindo e piscando o olho para mim.
- Não prometo nada, senhorita- eu brinco, dou um beijo em sua bochecha e saio para encontrar os outros no café.

Assim que chego lá em baixo, vejo um Tamlin meio acordado e me sento ao seu lado como sempre, eu cutuco ele e mexo minhas mãos na sua frente para mante-lo acordado, o que parece funcionar um pouco. O Grão-Senhor aparece logo depois e senta na ponta da mesa e sinto a tensão no ar.

- Sei que vocês devem pensar sobre o que nos espera lá, mas eu direi apenas o que eu quero lá, quero que vocês mostrem que essa corte é perfeita, sem um erro, e isso vai acontecer, não é Stela!? - ele se vira para mim e concordo em resposta - Bom serão três carruagens até lá, eu em uma, Tamlin e sua mãe em outra...

Ah não, por favor não diga que terei que passar horas com aquele parente de verme.

- ... E por fim Stella e Habel e não quero nenhum comentário sobre minha escolha, então terminem logo o café e vão para as carruagens. - ele fala se levantando e saindo.

- Calma, vai dar tudo certo, ele não vai te fazer nenhum mal - Horácia sussurra em meu ouvido e mesmo assim ainda estou tensa.

Quando terminamos nosso café nos dirigimos para as carruagens e assim que me movo em direção a minha meu pânico aumenta, não por medo dele e sim de mim, pela intenção de acabar com raça dele se ele ousar abrir a boca.Assim que entramos eu fico quieta sentada em um canto e ele no outro, entao sinto os cavalos começarem a galopar em direção ao nosso destino.

E ali passo horas olhando para a paisagem e sua mudança conforme avançamos, primeiro vejo os tons das árvores mudarem para um tom alaranjado, e um grande calor emanar, algo que logo em seguida foi trocado por frio e uma paisagem coberta de gelo. Ja se passaram horas e estava tarde mas o silêncio mortal permanecia dentro do pequeno instrumento de locomoção.