DOZE

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Ele sabia.

No pânico sufocante que o engoliu, Jimin só tinha um pensamento claro: Jungkook sabia. De alguma forma, descobrira o que acontecera naquele dia, o que ele fizera pelos combatentes da Resistência, e fora à boate para encontrá-lo.

O instinto de sobrevivência de Jimin foi mais forte e uma onda de adrenalina removeu a névoa induzida pelo álcool da mente. Ele lutou contra uma ânsia desesperada de fugir, sabendo que ele o
pegaria em questão de segundos. Em vez disso, ficou parado no mesmo lugar, observando enquanto ele andava em sua direção, abrindo caminho pela multidão na pista de dança e com os olhos quase amarelos por causa da fúria.

Acima da música ensurdecedora e do bater alucinado do coração, Jimin ouviu o nome dele sendo chamado.

— Jimin! Jimin! — Era Samuel que falava com ele. — Ei, Jimin, escute, eu não pretendia ser tão abusado...
Ele interrompeu o pedido de desculpas e seguiu o olhar dele. — Mas que diabos... é seu namorado ou algo parecido?

— Algo parecido — disse Jimin sem expressão, vendo Jungkook abrir caminho com facilidade pela multidão normalmente impenetrável. Ele sentiu uma onda de náusea e medo. Será que ele o mataria ali mesmo ou o levaria para outro lugar para interrogá-lo primeiro?

Um segundo depois, ele estava parado bem em frente a ele.

— Ei, cara, escute, acho que houve um mal entendido... — Samuel avançou corajosamente, sem perceber no escuro com o que estava lidando. Em um piscar de olhos, a mão de Jungkook estava em volta do pescoço do rapaz.

— Não! — gritou Jimin quando Samuel foi erguido do chão, com os pés chutando o ar e as mãos agarrando inutilmente a mão de ferro em volta do pescoço. — Não, por favor, largue-o...

— Você quer que eu o largue? — perguntou Jungkook calmamente, como se não estivesse quase matando um homem adulto com uma mão em uma boate cheia de gente.

— Por favor! Ele não teve nada a ver com isso — implorou Jimin, com lágrimas de terror correndo pelo rosto.

— Ah, é mesmo? — disse Jungkook, com a voz repleta de sarcasmo. — Então meus olhos me enganaram. Não era ele que estava com as patas em você... Foi outra pessoa?

Com as patas nele? Jungkook estava irritado porque ele dançara com Samuel? O cérebro dele mal conseguiu processar as implicações daquilo.
— Jungkook, por favor — tentou ele novamente. — Você está furioso comigo. Ele não fez nada...

— Ele tocou em algo que me pertence. — As palavras soaram como um veredito.

— Jungkook, por favor, ele não sabia! Foi culpa minha...

As pessoas que dançavam perto deles perceberam que algo incomum estava acontecendo e um círculo de espectadores começou a se formar.

— Por favor, não o mate! — implorou ele, agarrando o braço de Jungkook em desespero. — Por favor, eu farei qualquer coisa...

— Ah, sim, fará — disse ele em tom suave. — Você fará qualquer coisa que eu quiser, não importa o que aconteça.

O rosto de Samuel estava começando a ficar roxo e os movimentos frenéticos dos dedos diminuíram. Ele ouviu alguns gritos de pânico da multidão, mas ninguém ousou intervir.

— POR FAVOR! — gritou Jimin histericamente, puxando o braço dele inutilmente. O alien nem mesmo olhou para ele.

Subitamente, ele soltou o jovem, deixando que o corpo dele caísse no chão com um baque surdo.

A multidão gritou quando Samuel respirou pela primeira vez, engasgando e tossindo.

Chorando, Jimin quase desabou de alívio. As mãos ainda seguravam o braço de Jungkook e ele o soltou, recuando um passo.
Mas Jungkook não deixou que ele fosse mais além, estendendo a mão e envolvendo o braço dele com dedos de aço.

MEU!  #Jikook #Onde histórias criam vida. Descubra agora