Quando a neve caía ao chão, tingindo de branco a imensidão verde do território da matilha, era quando Kim Taehyung podia ser ele mesmo. Os ventos gélidos de Lua Cheia, apesar de serem os seus favoritos, contrapunham o que residia em seu corpo: uma c...
🍃 Céus... É tão bom estar postando isso... Nossa...
🍃 Olá, meus lobinhos! Como vocês estão?
🍃 Eu vou começar hoje dizendo que foi muito difícil postar isso... Muito... Sério, eu chorei umas três vezes hoje. Inclusive estou chorando escrevendo essa nota. Obrigada a todos que estiveram comigo no que aconteceu, que me deram apoio e mostraram que continuariam comigo. Vocês são incríveis.
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🍃 Boa leitura 💚
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❝ O costume de cair endurece o corpo, ter chegado ao chão, só por si, já é um alívio.❞ ㅡ José Saramago
Primeira hora da vigésima segunda lua do primeiro sol;
Oitavo ciclo, decenário de bronze;
Matilha Lua Nova
Seria hipocrisia de Yoongi dizer que não sabia exatamente em qual momento sua vida virou de cabeça para baixo. Porque ele sabia. Ele sabia exatamente qual instante, dentre os milhares de instantes que compunham sua existência, atingiu o limbo. Assim como sabia o motivo. O nome. O cheiro. A cor. Era tudo tão sólido e rígido, tão potencialmente caótico e infausto, que manchava sua alma de culpa e desgosto.
Jeon Jeongguk havia se tornado um nome desonrado, desonra causada por um motivo torpe. Yoongi não concordava com isso. Na verdade, ele gostaria de ter sabido antes, ao invés de acreditar no que seus olhos mal lavados haviam visto, no dia que sujou suas mãos quando ele caiu de joelhos perante a um Jeongguk entorpecido pela fúria. Ele gostaria de ter acreditado em seu amigo, mas não era digno e bom o suficiente para isso.
Quando a segunda hora atingiu seu ápice e as ruas de Lua Nova foram tomadas por lobos e pessoas, Yoongi caminhou para fora de casa, aproveitando-se do fato de Hoseok ter saído para uma tarefa na Colônia Da Sombra há algumas luas para poder refletir sobre sua própria existência. Seu martírio. Era doloroso afundar-se em suas memórias.
A perda de sua família, seu exílio, seu definho, Jeongguk, seus filhotes.
Eram tantas desgraças amontoadas em seus ombros, pesando-o e impedindo-o de seguir, que Yoongi havia chegado à conclusão que sequer sabia se desejava realmente estar vivo. Na verdade, ele sabia. Pois sentir seu coração bater em seu peito causava-lhe dor e vergonha. E após tanto tempo, ele apenas queria que aquilo parasse. Apenas desejava silêncio, estava cansado de ouvir as vozes de seus próprios demônios.
Min Yoongi procurava por paz.
Uma paz que não encontraria nesse mundo. Então estava decidido a procurar em outro.
