O corpo de Mikasa se tencionou e suou frio quando os portões das grandes muralhas Rose se abriram. "Seja o que tiver que ser!" Repetiu isso como uma mantra sem ter em mente o que lhe aguardava lá fora.
Levi fez um sinal sutil com a cabeça para Mikasa e a cadete entendeu o que tinha que fazer.
Mikasa segurou as rédeas de seu cavalo dando um leve toque com a perna no animal, incitando a ele andar e regulando a velocidade, deixando que o seu Capitão seguisse na frente. Passariam de Rose para Maria, seguindo em campo aberto da ilha Paradis.
A ideia era que Levi limpasse o caminho à sua frente caso titans anormais surgissem de repente, ao mesmo tempo que Mikasa cobriria as suas costas para eventuais surpresas. A proposta é que se algum titan aparecesse estariam preparados, mas de acordo com o que sabiam através de Hange com suas pesquisas, os titans não se moviam durante a noite o que seria uma vantagem para eles.
A lua brilhante se escondia entre as nuvens negras dificultando a visão à frente, dos lados, e atrás, mas eram corajosos o suficiente para não temerem o que surgisse nas sombras. O silêncio se tornava parte deles, a atenção e foco eram seus escudos, galopando pacientemente em uma velocidade média no distrito carregando seus lampiões para iluminar o caminho a frente.
Ao passo que andavam em linha reta notaram alguns escombros das residências, e alguns titans caídos no chão, imóveis, porém de olhos bem abertos. Para Mikasa, vê-los inertes era muito estranho e nada confiável. Sentia que a qualquer momento algum poderia percebê-los e atacá-los.
Levi que erguia seu lampião até a altura de seus ombros enxergava pouca coisa à sua frente. Nada além de uma rua que se estendia a cada passo. Sua audição aguçada filtrava apenas os grilos barulhando no ambiente, a brisa fria e aconchegante, e nada mais além do que um silêncio maçante e tenebroso.
Olhou para trás para se certificar que Mikasa ainda estava ali, e se permitiu ficar aliviado, embora ainda não estivessem seguros e a missão nem sequer tivesse começado direito. Ele não iria se dar ao luxo que Mikasa escapasse das suas vistas, assim como aconteceu com Farlan e Isabel naquele fatídico dia em que se permitiu chorar depois de ter matado o titan que os devorou.
Depois de algumas horas galopando a cavalo, Levi e Mikasa conseguiram ultrapassar as muralhas Maria chegando finalmente ao campo aberto. Deduziram que a floresta estaria a uns 15 quilômetros de distância, e de acordo com o plano que o Capitão se dispôs a montar, teriam que chegar até lá para se abrigarem durante o dia antes que o sol nascesse no horizonte.
Mikasa e Levi continuaram na mesma formação desde que passaram pelos portões de Rose, a um galope moderado e controlado. Mikasa olhava para o seu lado esquerdo e monitorava as suas costas, não conseguindo enxergar muita coisa. Embora estivessem em uma grande extensão territorial plana longe de construções e vegetações altas, não existia clareza em suas visões pela falta de luminosidade do luar.
Segurou o suspiro quando olhou para as costas do Capitão e sua imaginação divagou com a possibilidade de um titan aparecer e ele ser devorado. Sentiu um aperto no peito, e se recordou de quando viu Carla, mãe de Eren sendo devorada por um, uma cena horrível e inesquecível. Não queria pensar nessas coisas, mas era inevitável não pensar. Tanto silêncio assim se tornava uma porta aberta para a tensão e o medo mexerem com sua imaginação.
Levaram um tempo para que chegassem até a floresta, e toda trajetória não houve alarde.
Levi diminuiu o passo do cavalo para que Mikasa o alcançasse quando se embrenharam pela floresta. Ela se aproximou e eles olharam um para o outro aliviados por conseguirem chegar até ali sem precisar lutar e perder um ao outro.
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Não Posso Negar
RomanceErwin decide enviar o Capitão Levi para uma missão fora das muralhas e sugere Mikasa para ir com ele. Ele decide ir sozinho, mas ela decide ir com ele. Na porção de tempo que passaram fora, algo entre eles começa a surgir. Talvez um possível relacio...