2. Esquina

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Oi, voltei. Não tive tempo de revisar porque queria soltar logo então desculpem qualquer coisa hehe. Ah, no cap passado esqueci de agradecer: Lulu e Hayley que me ajudaram na história, Anny que me deixou usar sua manip maravilhosa na capa, as meninas do rebu que eu amo com todo meu coração e vocês que estão lendo, claro.

Espero que gostem, xerô.

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"esquina (s.f.)

é o que liga o meu dia com o seu. é quando uma rua dá o braço para outra rua. é ponto de encontro. é o íntimo de um bairro. é a dobra da cidade. é onde vira minha vida quando eu quero te procurar.

fiz da sua casa a minha favorita."

- J.D.


POV NARRADOR

São Paulo, 08:00 am

     Sarah havia, após um grande esforço, terminado de se arrumar e esperava o motorista da agência vir lhe buscar. As gravações da campanha para a Brahma seriam numa cidade do interior do estado e ela preferiu ir de carro por conta de Helena, ficou com receio de que um voô incomodasse a bebê e complicasse ainda mais um dia que já tinha tudo para não ser muito fácil. O motorista chegou pontualmente no horário marcado, e com a pequena ainda dormindo Sarah ajeitou seu bebê conforto no espaçoso carro que lhe mandaram. Seguiram viagem e durante o trajeto a pequena se comportou muito bem, o balanço do carro embalava seu sono sereno de quem não fazia ideia do que se tratava o mundo lá fora. Sarah respondia algumas mensagens no celular, grata por ter tido um tempo para conseguir ver suas redes sociais, quando terminou se pegou admirando sua filha. Era uma bebê adorável, havia puxado muitos traços da loira: os olhos hazel que misturavam a cor de uma lagoa de águas tranquilas e avelãs, as bochechas fartas e marcadas ao dar o sorriso largo que também havia herdado de sua mãe, fios escuros e finos penteados num pequeno chumaço no topo da cabeça lhe completavam a harmonia de um bebê que derreteria facilmente o mais duro dos corações. De tudo que Sarah havia imaginado quando saiu da casa, ter uma filha certamente não estava nos planos, mas foi o que a vida lhe ofereceu, essa vida que não mede esforços para surpreender, embaralhar crenças e revirar rotinas, e Sarah aceitou, e agora vendo a pequena ressonar enquanto viajavam, mais uma vez teve certeza de que Helena havia sido sua melhor escolha.

     Após o nascimento de Helena, Sarah ainda não havia trabalhado fora de casa, preferia não se expor e muito menos expor a criança, não havia sido fácil, quando a internet soube da notícia, ela recebeu o carinho de muita gente, mas comentários perversos, que lhe acompanhavam desde o programa, voltaram numa intensidade cruel que somada ao que Sarah estava vivendo, deixavam a situação humana e psicologicamente impossível de ser ignorada. Contudo, a oferta da marca de bebidas era irrecusável: o dinheiro era incrível e a marca tinha um nome de respeito, não havia muita escolha. Sarah concordou em participar quando a empresa lhe ofereceu um acordo de só liberar as imagens de sua participação na campanha após Helena completar seis meses, depois de muito apanhar da internet, agora ela vivia preparada para evitar qualquer situação que lhe colocasse em maus lençóis.

     Quando chegaram à agência, Sarah foi apresentada à babá que estaria a sua disposição para cuidar da pequena enquanto ela gravava, era uma senhora simpática e que Sarah imaginou já ter cuidado de centenas de bebês. Quando Helena acordou faminta, Sarah foi conduzida até seu camarim por um membro da agência, amamentou Helena com calma enquanto comia um dos deliciosos petiscos que deixaram no local. Logo, o maquiador e o cabeleireiro chegaram para deixá-la pronta, a senhorinha ficou com Helena o tempo todo por perto de Sarah, a loira que antes estava aflita, sentiu-se mais calma por tudo estar dando certo até aquele momento.

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