Olá, minhas luas! Já vou avisando que esse cap tá bem denso, textão do enem veio aí, mas eu precisava muito explorar os sentimentos da Ju com tudo o que rolou, não teve jeito. Passem um café e boa leitura.Obs:. judiei um pouquinho de vocês no ultimo cap, então trago sentimentos boiolas pra recompensar.
espero que gostem, xêro.
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"singularidade (s.f.)
é como se chamam eventos únicos, de características especiais. é algo que surpreende, de comportamento imprevisível, mas encantador. é uma curva infinita que não obedece a regras. é o que torna alguém diferente de todas as pessoas que possam ter passado um dia na minha vida.
basicamente, é como eu descrevo o dia em que a gente se conheceu."
-J.D.
POV JULIETTE
Desembarcamos pouco depois que Sarah foi embora, um motorista já nos esperava para nos levar até o hotel onde eu passaria alguns dias naquela semana, eu tinha uma sessão de fotos e várias reuniões com marcas, mas tudo isso agora ocupava um lugar pequeno em minha mente, o que tomava conta dela mesmo era ter visto Sarah. Me peguei deixando um sorriso bobo escapar enquanto me lembrava que saí do Rio focada em não encontrar ela, em ignorar ela e com a certeza de que ela não pularia o muro que levei meses pra construir no meu coração, ela não apenas pulou o muro como entrou na piscina e deitou no sofá. Fui muito ingênua ao acreditar que poderia simplesmente deletar o que sentia por ela de uma hora pra outra, porém, agora que ela havia ido embora, comecei a lembrar dos motivos que me fizeram tentar apagar o que sentia.
Foi muito difícil ver os vídeos do programa, ouvir ela dizer coisas pesadas sobre mim, ferindo minha honestidade, minha sinceridade com ela, com o jogo e com os outros participantes. Doeu mais ainda porque eu já havia aceitado que ela ocupava um lugar diferente no meu coração do que aquele que os outros ali ocupavam. Não foi fácil perdoar tudo o que ouvi dizerem sobre mim e ver o que fizeram comigo, doeu, machucou e sangrou, mas eu consegui porque minha relação com aquelas pessoas não era tão profunda, foi um pouco mais fácil entender o lado humano delas, foi suportável ver suas feridas e suas imperfeições, aquele nó era mais fraco, fácil de se soltar. Com Sarah tudo era diferente, o nosso nó era um laço, era mais profundo, atado, um nó cego que eu cultivei e deixei que se embaraçasse ao meu peito. Por ter deixado isso acontecer, esse nó me sufocou, me apertou e me machucou quando eu tentei desatar, e por isso eu achei que maneira mais inteligente de lidar com ele era o cortando, mas mesmo tendo o rompido bruscamente, eu não havia passado pelo processo cuidadoso e demorado de se soltar um nó, ele ainda estava lá, com as pontas cortadas, porém lá, e quando vi ela hoje foi como se essas pontas se unissem e novamente meu coração fosse abraçado pelo laço bonito que eu transformei em sentimento.
Eu tinha medo de me machucar, muito medo. Não sabia se Sarah namorava, se vivia junto com o pai de sua filha, o risco de queda era grande, mas não era maior do que a sensação que ela havia causado em mim em poucas horas juntas, era um sentimento que se valia a pena lutar por. Apesar dessa vontade imensa de fazer dar certo, eu sabia que não poderia simplesmente entrar em sua vida, se ela já estivesse namorando eu teria que entender, seria dolorido mas não havia a possibilidade de eu me intrometer na família que ela havia construído, seria injusto com ela, eu que não respondi, ela até tentou mas naquele momento não consegui, ela havia me machucado e minhas feridas doíam demais para que eu conseguisse ignorá-las, naquele momento elas foram maiores do que o sentimento que havia feito ninho em mim e agora, depois de tanto tempo, depois de ela ter conquistado uma família, seria egoísmo da minha parte tentar. Além disso, até então, Sarah era hétero, aliás, sempre que tinha oportunidade de dizer ela deixava isso bem claro, falava em alto e bom tom que gostava de homens. O jeito era aceitar, entender e tentar lidar com esse sentimento, mas agora de uma forma saudável. De qualquer forma, eu poderia me aproximar de Sarah, tudo o que passamos juntas foi muito bom de viver, enquanto não existiam dores entre nós, éramos completas, uma era companhia da outra, brincávamos, ríamos, éramos leves juntas, e eu poderia conviver com Sarah me bastando com isso.
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MASTERPIECE
FanfictionE se a vida lhe pregasse uma peça? E se essa peça fosse a ponte entre o que você sonha e o que você vive? E se essa peça fosse o que faltava? Num pós confinamento cheio de descobertas para Sarah e Juliette, elas vão entender juntas que viver não s...