(32) paranoia.

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emma hacker.

Uma semana se passou da ocorrido. E estava tudo normal. Voltamos em segurança para casa. Era isso que eu esperava e queria. Acho que se algo acontecesse conosco naquele dia, viraria paranoica para sempre.

Hoje seria o dia da consulta de Sabrina, para descobrir o sexo do bebê. Faríamos uma chamada de vídeo para Nate e Maria, que moravam longe, apenas para se sentir presente nesse momento especial do feto que já é um membro importante da nossa família.

A gente é assim! Todos reunidos, em uma só emoção. Entendo que Maria os criou assim, e pretendo fazer o mesmo com Benjamin. Mostrar que a família importa, e que temos que respeita-la profundamente.

Levantei da cama indo ver Ben, que já resmungava de seu quarto logo pela manhã, o normal dele assim que acorda. Adentrei o quartinho dele, vendo o mesmo já sentado mexendo nos seus pezinhos. Quando o mesmo olhou para mim abriu o sorriso banguelo dele. Abri um meu, e fui pegar ele, que estava com fome.

- Bom dia, meu amor! - dei vários beijinhos em sua bochecha gordinha.

Desci para dar comida a ele e a mim, que também estava com uma baita fome. Preparei seu leite, ainda com a fórmula que nós compramos, por eu não produzir leite logicamente. Me sentei numa cadeira na ilha da cozinha, com Ben no meu colo. Dei o bico da mamadeira onde abocanhou faminto, e com uma mãozinha a segurava. Enquanto meu filho se alimentava, comia algumas uvas que eu tinha separado para mim.

Vinnie entrou na cozinha apenas com uma calça para dormir, dando um beijo em minha testa e na de Ben que ainda tomava seu leite.

[...]

Adentrei a sala de espera, encontrando minha família nela, como da última vez, da última consulta. O que mudava mesmo era a presença de meu filho com Vinnie no colo de Reggie, que brincava arrancando sorrisos dele.

- Vamos? - chamei eles, que logo me seguiram. Caminhamos juntos até a sala, com meu cunhado contando as novidades.

Ouvi meu celular tocar no corredor e peguei-o rapidamente pensado ser uma emergência. Vi que era somente meu sogro, e atendi vendo o rosto dele e da minha sogra na tela.

- Seus filhos não te atendem, não? - perguntei brincando.

- Não! - ele suspirou antes de continuar- Tive que apelar para a minha nora. Vê se pode!

Ri um pouco ouvindo Maria rir também.

Entramos no consultório, e me sentei burocráticamente na minha cadeira.

- Ok! Como foi essas semanas? Não conversamos nesse tempo- perguntei lamentando em seguida.

- Foram boas! Ainda é estranho pensar que tem um ser na minha barriga- comentou rindo um pouco ao final.

Apoiei meu celular de um modo, que pelo menos, desse para ver as pessoas que estavam na sala. E deixei ali, para que Maria e Nate visse o que estava acontecendo.

- Enjoos? Desejos? - comecei o questionário, e ela respondia com destreza todos as minhas perguntas.

Chegou a parte do ultrassom. Chegamos perto da maca, e logo, Sabrina se deitou sob ela. Comecei a passar o transdutor em.sua barriga, após aplicar o gel, e rapidamente apareceu uma imagem na tela. Um bebê de 4 meses, saudável aparentemente. Coloquei para ouvir o coração do bebê e logo vi lágrimas nos olhos dos pais. Não importa em quantas  vezes eram ouvidas aposto que choraram mais. De novo o batimento do  feto era menor do que o normal. Da última vez, deixei passar, não iria deixar agora.

- Vocês querem saber se é menina ou menino? - perguntei.

- Nós combinamos de saber na hora do parto- respondeu Reggie.

- Ah, que legal! - disse sorrindo para eles- Não, sogro! Eu não vou contar para você o sexo do bebê- continuei brincando.

- Ah- fez um barulho com a boca do outro lado da tela- Só porque eu ia pedir. Mas, você vai contar para o seu marido! - acusou-me.

- Nate! - coloquei a mão no peito fingindo indignada- Você acha isso de mim? Eu tenho que dar uma boa impressão para Sabrina.

Com uma mão só peguei meu celular mandando uma mensagem para Matthew, um amigo meu cardiologista, para vir atéo consultórioque estávamos. Do outro lado da sala, Vinnie brincava com Benjamin, o tirando do tédio. Tirei o transdutor da barriga dela, mas não limpei.

- Eu...- respirei fundo, tomando coragem para continuar- Eu pedi para um amigo meu vir aqui, para dar uma segunda opinião.

- Segunda opinião para que? - perguntou Reggie.

- O coração do feto está com um ritmo diferente para um bebê de 4 meses- comecei sendo delicada- Eu pedi ao meu amigo, para pelo menos tirar essa paranoia da minha cabeça. Vocês sabem com eu sou- dei um sorrisinho para eles, que sorriram de volta em compreensão.

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