ADDV - A Contract || Beauany

Capítulo XV - Symphony

O dia não amanheceu alegre, embora minha noite anterior tenha sido boa, hoje meu coração acordou com dor, tristeza e sem esperanças. Durante a noite, os sonhos perturbaram a minha mente com lembranças do passado, do dia em que chorei por perder alguém que não tive o prazer de tocar. Me fazendo hoje ter inseguranças e medos.

Levantei-me e caminhei até o banheiro, me despi e entrei no banho, deixando com que a água gelada da ducha molhasse cada parte existente em mim, talvez isso ajude-me a esquecer e me faça criar algum ânimo. Quando acordei, Josh já não estava mais ao meu lado, não havia mensagens em meu celular dele dizendo algo a respeito, confesso que essa atitude tenha me deixado um pouco incomodada, mas preferi deixar isso para lá e não me importar com tão pouco.

Hoje não pode ser um dia de tristeza, preciso levantar a cabeça e seguir em frente. Saio do banho, coloco a minha melhor roupa e faço uma leve maquiagem em meu rosto, me assustei um pouco quando ao me olhar no espelho, percebi que meu tom de pele não estava com sua cor natural e sim um pouco pálido. O cansaço dos dias, o estresse diário tem acabado comigo e sinto que aos poucos estou me deixando levar, preciso criar forças e me reanimar.

Depois de um certo tempo me arrumando, finalmente sai do quarto. Comecei a caminhar pelas ruas de Albany com a intenção de achar alguma cafeteria, eu poderia muito bem tomar meu café da manhã no hotel, mas hoje meu desejo é experimentar algo que seja ao ar livre, onde eu possa ver a luz do sol radiar pela cidade e escutar os passarinhos cantando em uma perfeita melodia.

Peguei meu celular mais uma vez, talvez a décima vez só essa amanhã e conferi se havia alguma nova notificação de mensagem, para a minha infelicidade não havia nada. " Você acha que isso ainda é um caso Any?", a voz do meu subconsciente ecoou em minha mente, se aquilo não foi um caso, qual o motivo dele não ter entrado em contato comigo? Talvez esteja esperando eu mandar mensagem, ou tenha ido para o orfanato, mas não... nada disso faz sentido para mim.

Andei por mais alguns minutos e finalmente encontrei uma cafeteria, não fica muito longe do hotel. O lugar é lindo e do jeito que eu imaginei, uma faixada em tons de verde e com detalhes em tijolinhos, com o grande letreiro "  Uncommon Grounds ". Sentei em uma das meses que ficam ao lado de fora, fiz meu pedido assim que uma simpática garçonete veio me atender.

Com o celular em mãos, sentindo meu corpo trêmulo e nervoso, digitei e apaguei seguidas vezes as mensagens que eu estava querendo enviar para o Josh, por fim, criei coragem e mandei.

Any.
Oi, bom dia!
Está ocupado? Estou em uma cafeteria , o lugar aqui é muito aconchegante, acho que você iria gostar.
Se quiser vir, avise que te passo a localização.
=)

Como eu pude imaginar, não tive respostas! Creio que o universo esteja conspirando contra mim e me fazendo sentir na pele como é ser ignorado por alguém. Fui completamente persistente ao discar seu número para fazer uma ligação, obtendo como resposta a chamada caindo na caixa postal.

Talvez aja uma razão para o Josh não estar falando comigo, essa a qual eu não consigo nem sequer imaginar qual é.

***

Minha manhã hoje foi agitada, passei a maior parte do meu dia indo atrás de resolver algumas coisas e em tentar comprar um presente para Aurora. Queria ter passado o dia todo ao lado dela, mas infelizmente não consegui, porém eu não poderia deixar de estar ao seu lado, mesmo que para isso eu tenha chegado quase no finalzinho do dia.

Demorei alguns segundos para sair de dentro do táxi assim que  o mesmo parou na frente do orfanato, quando eu estava prestes a abrir a porta, vi o Josh saindo e caminhando em direção ao seu carro, meu corpo estremeceu ao ver a sua expressão séria. Imediatamente o enviei uma mensagem pedindo se estava tudo bem e se poderíamos conversar, Josh pegou seu celular em mãos, imagino que tenha lido a mensagem, pois automaticamente um sorriso torto brotou em seus lábios e ele balançou a cabeça em negação. Essa foi uma resposta silenciosa, que se eu não estivesse presenciando, jamais saberia.