Capítulo 6 - Passados

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Natsu on.

- Porque não me contou qual foi a causa real de suas feridas?
- D-Do que você esta falando Natsu?
- Não precisa fingir, eu já sei que você foi castigada por ter salvado a minha vida, porque não me contou? - Ela já havia começado a chorar.
- Isso mudaria alguma coisa? - perguntou entre soluços.
- Por que você fez isso?
- Você não precisa saber, nem entender.
- Lucy, por favor, eu já estou cheio desses segredos - gritei, ela não falou nada, apenas levou sua mão ao pescoço e tirou o colar que estava usando, veio andando em minha direção, colocou o colar na minha mão e saiu correndo pela porta com muitas lagrimas em seu rosto.
Assim que ela fechou a porta eu olhei para o colar, então me veio tudo, a minha esquecida lembrança, aquela garota....

Flack Black on.

Eu estava dando uma volta no parque de Sakuras, tinha por volta dos 8 anos, Igneel tinha que resolver algo aqui no centro de Magnólia e enquanto ele fazia isso resolvi conhecer melhor a cidade. O parque era incrível e gigante, acho até que me perdi, fiquei procurando como voltar para onde Igneel estava, mas ai enquanto passava perto de uma das cerejeiras escutei um choro, fiquei curioso e procurei saber o que estava acontecendo.
- Ei, o que aconteceu?
- Ela se foi, ela me deixou só com ele, eu quero ficar com ela - eu não entendia o que ela falava, ela não parava de chorar.
- Você quer se acalmar e me explicar o que esta acontecendo? - ela me olhou como se estivesse percebido que eu estava lá só agora, dei-lhe um sorriso e ela assentiu com a cabeça, sentei ao seu lado, ela sacava as lagrimas e ficava cada vez mais tranquila - Sou Natsu Dragneel e você é?
- Lucy, Lucy Heartphilia.
- Agora pode me explicar o que aconteceu?
- Hay, minha mãe morreu semana passada, ela andava doente por causa das coisas que meu pai anda fazendo - ela falou triste - então agora eu estou sozinha com ele, eu quero ficar com ela, é como se tudo que eu vise fosse monstros, eu tenho muitos pesadelos, eu estou com medo - ela recomeçou a chorar.
- Sabe? Eu sou muito forte, e prometo que vou destruir qualquer monstro que você tiver te abusando, eu sou invencível e quando crescer quero fazer parte de uma super equipe que combate e mal e ajuda as pessoas - eu sorri, ela me olhava com admiração, suas lagrimas secaram, isso me deixou feliz, tirei um colar do meu pescoço e ofereci a ela, ela esticou a mão e eu coloquei em sua palma.
- O que é esse pingente?
- É o símbolo da Fairy Tail - Afirmei sorrindo.
- Fairy T-Tail?
- A equipe que eu quero entrar quando crescer, eles são heróis vagabundos, é o que dizem, na verdade nunca os vi, só o mestre da guilda.
- Guilda?
- É como se chamas essas equipes, esse pingente foi o mestre da Fairy Tail que me deu, ele disse que me daria sorte e coragem necessária para seguir em frente, o desenho do pingente é uma fada - ela me olhou duvidosa - parece estranho não é? É uma fada com rabo, o mestre falou que é uma boa simbologia, nunca vimos fadas, mas todos duvidam que elas tenham rabo mesmo sem vê-las - ela pareceu admirada, não parava de olhar para o pingente - então hoje eu quero te dá-lo, quero que você siga, quero que você tenha coragem e que lembre que nunca se esta realmente sozinha, então enquanto estiver com esse colar você vai lembrar que eu sempre estarei do seu lado, mesmo que não seja fisicamente.
- Mas... é tão importante para você.
- Tudo bem, é seu - coloquei em seu pescoço e ela sorriu, foi a primeira vez que vi um sorriso tão lindo, fiquei encantado.
- Obrigado.
- Tenho que ir, depois a gente se ver.
- Hay.
E aquela foi a ultima vez que eu vi aquela garota, nunca iria imaginar que a veria de novo e agora, depois de tantos anos, tenho que procurar a Lucy, sai de casa parecendo um doido, procurei em todos os lugares que eu conhecia da cidade, não a encontrei, mas decide ficar procurando.

Lucy on.

- Natsu baka, baka, baka, como pode não lembrar? - eu apenas chorava, só queria ficar sozinha, por isso vim para cá, o parque de Sakuras, foi aqui que o encontrei pela primeira vez, desde então aqui se tornou meu secreto lugar, apesar de sempre ter pessoas. Em meio ao meu devaneio, ouso passos se aproximarem, um par de pés param na minha frente, levanto minha cabeça e encontro o rosado ali parado me olhando, ele sentou-se ao meu lado.
- Como me encontrou?
- Como soube que fui eu que te deu esse colar?
- Não responda minha pergunta com outra. Eu não sabia até a noite passada, simplesmente a memoria veio a minha cabeça.
- Ah, eu te achei por pura sorte, foi só um palpite de que você estaria onde nos encontramos pela primeira vez.
- Desde aquele dia eu sempre vinha aqui achando que poderia te encontrar de novo, mas você sumiu Natsu.
- Eu não era do centro da cidade, então não podia ficar o tempo todo aqui e também depois disso começou os problemas de alcoolismo de Igneel.
- Entendo. Acho que não sabe, mas foi você que me deu a esperança de viver, naquele ia eu tinha planejado me matar e ficar perto da minha mãe, mais ai você disse para eu não desistir e que eu não estaria sozinha, foi a primeira vez que alguém além da minha mãe me dizia isso, eu fiquei feliz, acabei entendendo que não valia a pena me matar e cada vez que eu olhava pra esse colar me lembrava das sua palavras, não deixei que minha força acabasse.
- Eu não sabia ....
- Tudo bem.
- Desde então você vem sofrendo e aguentando tudo isso não é? - eu limitei-me a abaixar minha cabeça - Pega, é seu - ele estava oferecendo-me o colar. Aceitei-o.
- Isso é tão nostálgico. Obrigado.
- A diferença é que agora eu vou realmente estar do seu lado - lagrimas invadiram o meu rosto, ele colocou meu rosto entre suas mãos e eu olhei-o nos olhos, ele estava a fazer o mesmo - você não esta mais sozinha - ficamos ali nos olhando, nossos rostos cada vez mais perto, eu podia sentir sua respiração, o ar estava cada vez mais entrecortado, ele roçou de leve seus lábios nos meus, tão doce e acolhedor, em poucos segundo já estamos nos beijando, foi tão rápido, agora tudo estava quente e viciante, eu não queria me separar dele nem ele de mim, pois me puxava cada vez mais para ele, uma de suas mãos percorria minha cintura, a outra segurava o meu rosto, minhas mãos massageavam os seus cabelos, faltava ar, então nos separamos, após isso eu não conseguia encara-lo, estava vermelha de vergonha, mais dei um olhada de canto e percebi que ele também estava corado, passou-se vários minutos de silencio até que eu falei:
- Temos que ir para casa, já esta ficando tarde.
- Hay - Foi a única coisa que ele falou o caminho todo, eu andava na frente, fomos o caminho todo calados, envergonhados, afinal aquilo aconteceu do nada, meu coração pula cada vez que eu penso nisso.

Natsu on.

O que foi aquilo? No que eu estava pensando? Beijar a Lucy assim, eu não sei o que me deu, eu só tive a vontade de ficar com ela não deixa-la nunca, então estávamos tão perto que aconteceu, ela é tão linda e gentil, forte e protetora, e ao mesmo tempo tão frágil e sozinha, eu só quis ocupar essa lacuna de sua vida, é como se ela já fizesse parte de mim, como alguém como eu, que não liga para ter boas relações com ninguém, fui ficar tão hipnotizado por essa loira?
Ficamos o caminho todo quietos, perdidos em nossos próprios pensamentos, quando chegamos em casa tinha uma carta com o símbolo real gravado nela, Lucy abri-a e dentro tinha um convite para festa que será realizada em comemoração ao aniversario da cidade, estava endereçada a Lucy e tinha meu nome escrito ao lado do dela como acompanhante, será no próximo domingo, as 7h00 da noite.
- Mas, o próximo domingo não é depois de amanhã? - perguntei.
- Sim, teremos que comprara as roupas amanhã, pois só temos este sábado mesmo, você realmente quer ir? Isso não vai te incomodar? Eu não me importo em ir sozinha.
- Não, eu quero ir com você, eu disse não foi? Você não esta mais sozinha - ela corou, eu nem pensei na resposta falei a primeira coisa que veio a cabeça, acabei corando também. Depois de conversarmos sobre o assunto fui tomar banho, Lucy tomaria logo depois e pediu para eu não demorar muito porque ela esta com sono, após meu banho, Lucy entra e eu deito em sua cama, tudo tem o seu cheiro de morango e sem perceber adormeço.

Lucy on.

Quando saio do banheiro, já pronta para dormir, me deparo com o rosado dormindo na minha cama, ele esta tão lindo e tranquilo, resolvo não acorda-lo e deito ao seu lado, de costas para ele, ao sentir meu corpo ele automaticamente passa sua a mão por mim, me abraçando e puxando-me para perto, eu não resisti, sua mão pousou na minha barriga, seu rosto estava encostado no meu cabelo e sua respiração batia no meu pescoço, assim, em seus braços quentes e protetores eu dormi.

E se eu para sua nova chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora