Love me again - Drarry

Esse não sou eu

Minha cabeça ainda latejava quando acordei, abro os olhos com dificuldade até me acostumar com a escuridão do cômodo que estava. Puxo rapidamente a varinha do bolso do casaco empoeirado e digo : Lumos !

Olho ao redor, procurando me situar, e logo reconheço pelas paredes de pedra fria e antiga, e o irreconhecível acumulo de magia, que estou em Hogwarts. Meu coração erra as batidas, e acho que nunca mais voltara ao normal. Fui fiel em ir atrás do artefato, mas no fundo estava cético ao seu proposito. Sinto que um peso é tirado das minhas costas, e suspiro aliviado, enquanto me esqueço que ainda não tenho certeza se realmente deu certo.

Bom, hora de averiguar. Abro a porta da sala de aula, aparentemente em desuso há tempos, e sinto um fio de vento frio entrar junto á luz do sol. A poeira da sala se levanta devagar. Eu abotoo o casaco para me proteger do frio, e guardo minha varinha.

Saio no corredor da sala de feitiços, e avisto pelas janelas o jardim da escola, as arvores secas e sem folhas. Estamos no outono, no período de inicio ás aulas. Estou quase convencido de que meu método de viagem no tempo é eficaz, mas ainda restam duvidas.

Sigo até a sala de feitiços devagar, aproveitando para me observar atentamente, noto que minhas mãos parecem menores, e as vestes estão demasiadamente grandes. Então é apenas a consciência que continua a mesma, o corpo retrocede junto ao tempo. Interessante.

Passo dissimulado pela porta da sala de feitiços, querendo obter mais informações sobre os resultados da minha viagem. Fito vagamente os rostos dos que estão lá, a procura do único que me interessa.

E ali está ele, nem consigo acreditar quando fixo o olhar em seus cabelos negros  bagunçados, a armação do óculos levemente torto no rosto e, quando penso que tive o suficiente, que minhas preces pedindo só mais um segundo foram ouvidas e agora serei levado ao paraíso, seus olhos acham os meus. O verde esmeralda cintila brilhante, refletindo na lente. Ele me encara com o cenho franzido e cutuca o adolescente ao seu lado, que agora noto ser Ronald Weasley. Aponta para mim e sussurra alguma coisa. Ronald me olha estranho, e acena com a cabeça para o professor, me indicando.

Só então noto que estou parado, escorado no batente da porta da sala de aula, quase que literalmente babando em Harry Potter. Me dou conta dos sussurros e risadinhas dos alunos, quando o professor se dirige para mim.

- Algum problema, senhor Malfoy ? quem sabe precisa de ajuda para achar o caminho para sua próxima aula, ao invés de atrapalhar a dos outros - Ele lança um olhar de mim para Harry, que esta no fundo da sala.

Mesmo com a garganta seca, respondo - Me desculpe, Senhor, errei a sala. Me afasto quase que correndo para evitar mais perguntas, seguindo sem rumo para o lado contrario do corredor. Levo minhas mãos ao fino cordão em meu pescoço, que carrega a aliança de Harry, enquanto a minha jamais ousei tirar no dedo desde que ele me dera. Tenho o habito de acariciar os escritos internos. My ambitious dragon. Lembro-me de retira-la dos dedos frios de seu cadáver.

Quando percebi estar em direção as masmorras de forma inconsciente, me forcei a ficar atento. Coloquei a aliança pendurada em meu pescoço para dentro da gola, para esconde-la; Então percebi que só havia o habitual peso da aliança prata, mas nada do vira tempo. Olhei para dentro da blusa, verifiquei o chão á minha volta, e refiz meus passos até a sala que cheguei aqui. Não estava em lugar algum. Meus pensamentos começaram a girar, será que alguém poderia ter roubado ?

Não, ninguém sequer chegou perto de mim o suficiente. E bem quando eu ia permitir que o desespero tomasse conta de mim, uma voz fria e autoritária soou atrás de mim.

- Senhor Malfoy, creio que o senhor vá colocar o uniforme rapidamente, e seguir para as aulas em até quinze minutos, ou arrumara problemas. - Severo Snape e seu habitual tom de sarcasmo constante. Um dos homens que mais lamentei terem morrido na guerra. Me virei devagar em sua direção, e a sensação de ver uma pessoa que para você estava morta, viva e falando com você, é angustiante.