Capítulo 5

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Após alguns segundos de completa surpresa, o José responde a pergunta óbvia do Edu.

- É, eu frequento o Sensações há um bom tempo, mas vocês? O que estão fazendo aqui?

- Não é óbvio? O mesmo que você, o mesmo que todos aqui. - Eu falo, já começando a sorrir pela coincidência.

- Mas vocês não são monogâmicos? - Pergunta o José

- Pelo visto, somos tão monogâmicos quanto você, meu amigo. - Responde o Edu

- José, vou indo aqui... Parece que vocês têm muito o que conversar. Aparece mais. - A garota que conversava com ele antes fala, nos lembrando que ela ainda estava aqui, e saí dando um beijo nos lábios dele.

- Quero um whisky duplo com gelo - Fala o José para o barman e após ser servido, continua: - Vamos para um dos sofás.

Após alguns segundos de silêncio no sofá eu resolvo acabar com isso, essa coisa de silêncio desconfortável entre nós é meio chato e eu não tenho muita paciência pra esperar passar.

- Tá, vamos lá... Eu e o Edu não somos monogâmicos, curtimos um trio, um swing ou o que estivermos com vontade no dia. Me parece que você também ou não estaria aqui, certo?

- Certo - Ele diz e toma outro gole.

- Então pronto, temos mais alguma coisa em comum, não tem razão pra isso ser estranho. Apenas gostamos das mesmas coisas.

- Posso saber o motivo de nunca terem me contado? - Pergunta o José.

- Você nunca perguntou e na verdade nunca falamos sobre isso com ninguém, é algo muito íntimo. - Responde o Edu.

- É, o assunto nunca surgiu. - Eu completo.

- Eu achei que era íntimo de vocês - Responde ele.

- E você é, não entenda mal. - Eu completo.

- Você é nosso melhor amigo, cara, devíamos ter contado, nos perdoe - O Edu diz colocando a mão no joelho dele, que está sentado à nossa frente.

- Sim, você é... O Edu tem razão, devíamos ter contado. - Eu falo, o abraço em seguida e completo ainda em seus braços.

- Tudo bem entre a gente? Não queremos perder sua amizade. - Quando nos separamos ele me olha nos olhos, depois olha para o Edu e fala.

- Tudo bem, queria ter tomado conhecimento disso antes, mas sim... Tá tudo bem entre nós. Eu só preciso ir agora, preciso arrumar as malas pra viagem.

- Mas não é só no meio da semana?

- Er, não, foi antecipada, viajo amanhã cedo.

- Ah, tudo bem então. - Ele nos dá um sorriso fraco e saí.

- Amor, não tá tudo bem, ele ficou estranho. - Eu falo, olhando para o Edu, após o José sair do clube. - E eu não comi essa viagem antecipada, você sabia disso?

- Não, não sabia. - O Edu fala.

- Ai Edu, pra mim deu por hoje, perdi o tesão. Vamos embora?

- Tudo bem, vamos!

No fim das contas, terminamos a noite no zero, fomos pra casa em um silêncio pensativo que se estende até o fim da noite. Sempre tive medo de pessoas próximas descobrirem e se afastarem da gente. Dói pensar que a minha intimidade com meu marido seria motivo para ser julgada e condenada. Eu amo muito a nossa amizade com o José, mas se ele me julgar, se for preconceituoso... Aí a amizade acaba e eu espero muito mais dele, será que ele é quem eu acho ou eu me enganei? Essa reação dele realmente me afetou mais do que eu poderia imaginar.

Pelo nosso prazer (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora