Capítulo 12

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Depois de tudo resolvemos sair para passar o dia na praia, basicamente compramos uns lanches, mais umas cervejas e alugamos um "der Strandkorb" como chamam aqui, é basicamente um cesto de praia, como aqui venta muito não tem mesa então eles fizeram esses cestos que ficam trancados e ao alugar você tem acesso a chave.

Hoje é um dia de sol, afinal estamos bem no verão, mas confesso que sinto falta do sol forte que tem em boa parte do Brasil, o verão daqui é quase o inverno em muitas cidades brasileiras, mas viemos a praia assim mesmo e ficamos os três tomando cerveja e papeando besteira o dia inteiro, saímos ao fim da tarde e não falamos nada sobre a nossa relação, como também não tivemos nenhum momento mais íntimo, não depois do beijo triplo.

Ficamos como sempre, apenas bebendo, apreciando a vista e conversando. Eu realmente precisava disso e sinto que eles também, saímos da praia relaxados, é como se a onda tivesse levado o peso que existia em nossos ombros e olhe que nem entramos na água, só admiramos a vista.

Agora estou em casa, tomando um banho pra ser mais precisa, o José foi pra casa tomar um banho, se trocar e o Edu tá no banheiro social, afinal voltamos pra casa cobertos de areia.

Estou aqui refletindo, como isso vai funcionar? Não quero o José saindo com milhões de mulheres por aí, como ele sempre faz. Contrariando todo o meu estilo de vida, sou uma mulher ciumenta... Não em excesso, claro. Mas eu funciono assim, uma coisa é a garota que eu escolhi tocar no meu parceiro e outra bem diferente é ele sair por aí pegando geral. Precisamos estabelecer regras pra isso funcionar, definitivamente precisamos.

Cerca de duas horas depois o José chega trazendo o jantar e já na mesa eu resolvo conversar sobre o que vem me enchendo a cabeça desde que saí do banho.

- Precisamos de regras - Eu falo, interrompendo um papo de trabalho que estava rolando entre eles.

- Como? - Respondeu o José.

- Regras, precisamos estabelecer algumas ou isso aqui - eu faço um gesto de círculo na horizontal com as mãos - não vai funcionar.

- Lá vem, demorou muito até. - Fala o Edu.

- Como assim demorou? - Fala o José

- A Manu sempre coloca regras, pra tudo. É bom você ir se acostumando.

- Não coloco nada. - Eu digo em minha defesa. - Só quando é preciso.

- E sempre é preciso. - Completa o Edu.

- Quase sempre. - Eu falo sorrindo.

- Certo, quais são as regras da vez? - Pergunta ele.

- Pensei em começarmos com fidelidade. - Eu falo, o José começa a tossir o vinho que bebia e o Edu começa a rir, disfarçando com a mão na boca.

- Merda. - Fala o José ao perceber que sujou a calça com o vinho cuspido e eu olho feio pra ele.

- Tá, desculpa... Vamos lá, como seria isso?

- Da mesma forma que sempre foi entre eu e o Edu...

- Mas vocês não são monogâmicos- Ele me interrompe.

- Nosso conceito de fidelidade é um pouco diferente, cara, mas você se acostuma. - Fala o Edu.

- Olha, uma coisa é a gente decidir, em grupo, no caso, quem vai participar da nossa dinâmica sexual e quando. Outra bem diferente é você sair pegando fulanas por aí. Sacou?

- Acho que sim. - Ele diz e começa a rir.

- Então, basicamente eu não pego ninguém além de vocês e o mesmo se aplica aos dois, a menos que combinemos de fazer algo com mais alguém, aí todos precisam estar de acordo sobre a prática e a pessoa envolvida.

- Certo, não sei vocês, mas por hora acho melhor compreendermos a nossa própria dinâmica antes de incluir alguém. - Fala o Edu.

- Sim, concordo. - Fala o José.

- Eu também, então tá combinado. Outra coisa, a fidelidade pra gente não se aplica apenas ao sexo, incluímos aqui o não mentir um pro outro, confiar e etc. Tudo bem pra você? - Pergunto olhando para o José.

- Sim, tudo bem.

- Ótimo, acho que agora devemos falar sobre vocês dois.

- Nós? - Fala o José.

- O que tem a gente? - Fala o Edu.

- Como isso vai funcionar? Vocês não vão se tocar? Vão se tocar? José, você é bi? Já transou com um homem?

- Você quer saber se eu já transei com algum cara? - Ele pergunta com os olhos arregalados.

- Sim, em suma, é.

- Não Manu, eu nunca transei com um cara.

- Hun, mas transaria? Já sentiu atração? - Eu pergunto e ele olha pro Edu fazendo uma expressão de socorro com os olhos.

- Manu, calma aí meu amor. - diz o Edu.

- Tá, tá bom... Eu só quero saber se vocês vão manter esse contrato sigiloso ridículo que rola entre os caras nos clubes quando estão em um ménage.

- Contrato sigiloso? - Pergunta o Edu rindo.

- É, você sabe do que estou falando... Os caras tocam-se o mínimo possível, agem como se não sentissem um o pênis do outro enquanto fazem a DP. - E o José começa a tossir o vinho novamente, acho que ele ainda não se acostumou com meu modo de ser... Sempre falo sobre sexo com muita naturalidade e o Edu novamente tá rindo, ele tá todo risonho hoje né?

- Não sei Manu, vamos só deixar rolar, pode ser? - Fala o Edu, ainda rindo.

- É, concordo com o Edu. - Fala o José, como se tivesse se apegando a um bote salva vidas.

- Relaxa cara, você acostuma. - Fala o Edu colocando a mão no ombro do José e eu apenas aceno em concordância, pelo menos por enquanto.

- Manu, você tá lembrada do congresso da empresa né? - diz o Edu, mudando o rumo da conversa.

- Merda, esqueci completamente. Vai ser quando mesmo? - Nessa agonia toda eu realmente não estava me lembrando, vai ser o evento na Espanha e pelo que eu ouvi falar rola muita palestra e muita festa.

- Semana que vem. - Respondi o José.

- Sabe que esse ano você vai ter que se comportar né José?! Ou a Manu acaba com tua raça em dois tempos - O Edu fala rindo enquanto eles sentam para tomar café comigo e o José olha de cara feia pra ele.

- Como assim? O que você fez nos outros anos?

- Ele é conhecido como "a lenda da festa" por conta desses congressos.

- Também não é assim... Nada a ver, eu só curtia com a galera, nada demais - ele diz olhando pra mim e me pego estreitando o olhar pra ele, sem acreditar em nada disso.

- Sério Manu, não tem nada com o que se preocupar. De qualquer forma eu vou ficar na minha esse ano. - Ele diz enquanto o Edu olha rindo. Eu já disse que ele tá todo felizinho hoje né?!

- Acho bom mesmo você se comportar. - Digo olhando bem nos olhos dele.

- Relaxa meu bem, você sabe que só tenho olhos pra você.

Pelo nosso prazer (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora