XIX - Temporal

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Até tentamos, mas sempre que quase ia... os barulhos se intensificavam. Parecia mais que eles estavam nos vendo e fazendo de propósito (cheguei a verificar se não tinha nenhum buraco na parede que pudesse, de fato, permitir que nossos vizinhos nos espionassem). Decidimos deitar e dormir, como dois bons velhinhos.

A manhã nasceu, e com ela veio mais chuva. Passamos horas sem saber o que fazer, então decidimos aproveitar a brecha que os pombinhos do quarto ao lado nos deram, para finalmente chegar nos finalmentes

E olha, devo dizer, valeu a espera.

Sexo de reconciliação sempre vai ser o melhor pra mim. Só perde para o sexo durante a briga. Experiência que indico pra todo mundo fazer antes de morrer. 

Olho pra Henry, que está pacientemente cochilando pela milésima vez desde que acordamos. Decido levantar e tomar um banho quente, mas assim que ligo o chuveiro e aprecio o morninho da água bater contra minha pele, não demora dois minutos e a essa deliciosa que parecia estar vindo de uma fonte térmica, se torna na água mais gelada que já senti na vida. Meu corpo treme por uns segundos e quando vejo que estou toda ensaboada, sinto o ódio me preencher.

Saio do banheiro enrolada na toalha e ligo para a recepção, eles prontamente me respondem que cortaram o fornecimento da água, pois um cano acabou se rompendo na noite de ontem, mas que retornaria em alguns minutos. Contrariada, sento na mesa da pequena cozinha e espero que me liguem de volta, informando que posso continuar meu banho. Coisa que demora uns quinze minutos.

Quando já estou quase cochilando, o telefone toca alto, me acordando e despertando Henry, que me encara como se estivesse vendo alguém ser abduzido. 

— Estamos sem água. — explico, enquanto atendo a ligação. — Ok, agradecida. 

— O que aconteceu? — esfrega as mãos no rosto, na tentativa de despertar de vez.

— Estávamos sem água, faltou na hora que eu fui tomar banho... enfim, já voltou, vou lá terminar, ok? — olho pra trás só a tempo de vê-lo voltar a dormir. Reviro os olhos.

Tô começando a desconfiar que o moreno quis tirar esses dias de férias não pra curtir minha presença, mas pra atualizar o sono. Pense num homem que gosta de dormir. 

Abro o chuveiro com receio da água vir gelada, mas ela vem ao contrário. Se antes parecia que eu estava tomando banho nas águas geladas da Noruega, coisa que dizem que faz bem pra saúde, agora a água parecia que tinha acabado de banhar lúcifer de tão quente que estava. Essa definitivamente não faz bem pra saúde da pele. Espero que esfrie e fique na temperatura adequada. 

Nem quente, nem fria, 0º pra mim tá ótimo.  

Porém, meu tormentoso banho parecia estar prestes a chegar ao fim, mesmo que sem minha autorização, já que a mesma voltou a diminuir de força. E em segundos já não tinha mais nada.

— Tá, já entendi. Tô gastando demais. — bufo irritada e saio do box. 

— Faltou água de novo? — o moreno aparece na porta do banheiro, com um micro sorriso nos lábios.

— Como você sabe? 

— Tem um negócio no seu rosto... — ele aponta para sua própria face, perto da área dos olhos, e eu procuro um espelho para verificar. — Tô brincando, fui fazer o café e não saiu nada da torneira. — dá de ombros.

Depois desse desespero todo que ele me fez passar, eu só tenho força para suspirar.

— Só quero saber qual foi a desculpa dessa vez. — saio pistola e procuro por outra toalha para secar o cabelo.

Superman's Wife || Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora