O fim da noite de ontem foi incrivelmente impressionante. Não só conversei com autores famosos, como conheci ninguém mais ninguém menos que Nicholas Sparks e vou almoçar com a maravilhosa da Beth O'Leary, uma das minhas autoras favoritas dos últimos tempos.
Tudo aconteceu muito rápido, com uma conversa casual entre poucos e do nada me vi numa roda de escritores brilhantes. Confesso que me senti deslocada por alguns momentos já que era a única a não ter nenhuma obra publicada, mas o que ouvi foi aprendizado suficiente para levar para a vida inteira. Me falaram de suas trajetórias, me alertaram sobre os possíveis "nãos" que eu ia receber, mas, principalmente, pediram para que eu não desistisse fácil. Vou tentar, respondi com um sorriso tímido nos lábios.
Quando finalmente saí da festa, já não vi mais o Chris por perto, então voltei pro hotel sozinha e de Uber mesmo. Desde então venho tentado contato com o homem e não consigo. Ou tá de ressaca ou tá acompanhado, presumo. Independente de qual seja a opção correta, decidi deixá-lo em paz nessa manhã.
O nervosismo aumenta cada vez que eu olho pro relógio na mesa de cabeceira ao meu lado e percebo que a hora do almoço se aproxima. Eu realmente quero que seja um momento casual, que a conversa flua naturalmente, e espero não fazer perguntas indiscretas ou barulhos estranhos.
Sim, barulhos estranhos.
Eu tenho uma pequena e terrível mania de rir que nem um leitãozinho chorando. Sério, realmente parece com um leitão que está sendo separado da mãe. Não é bonito de se ouvir e nem de se ver, porque além do barulho esquisito, meu rosto também fica vermelho e eu choro com facilidade, deixando a cena com selo monster high de sucesso.
Respiro fundo, calçando o tênis e preparando a bolsa para descer. O sol está quente de torrar e isso me fez lembrar um pouco de como era minha vida no Brasil. Pra quem não sabe, Recife, onde morava, só tem duas estações: Calor do caralho e mormaço da porra. E não acho que a situação no restante do Brasil seja tão diferente.
Então ter ido para Londres foi um choque, pois aquela cidade só sabe o que é sol praticamente no verão e, acredite, quando se chove com frequência, o verão parece um sonho distante. E quanto à Nova York, não tenho muito o que falar pois já cheguei no inverno e... continuamos nele. Torcendo para as próximas estações chegarem logo, não aguento mais sair de casa como se estivesse com excesso de bagagem e precisasse vestir todas as roupas pesadas só pra não pagar taxas. Sem contar que minha visão fica bastante limitada e eu já não sou uma pessoa muito equilibrada, convenhamos, resultando em quedas e mais quedas... não tenho mais idade pra ficar tropeçando no meio da rua, o povo vai pensar que eu não aprendi a andar direito.
Momento enaltecer o clima de Los Angeles e depreciar os das outras cidades tá pago, agora seguimos rumo ao restaurante. Já chegando na rua, percebo que só tem lugar chique, carros chiques e gente chique e a única coisa que penso é: Será que vou ter condições de pagar essa conta, Senhor?
Olho a carteira e vejo que trouxe apenas dois cartões: o meu, que já não sei se tem muito limite pois estou passando nele absolutamente tudo que comprei desde que cheguei aqui, e o segundo que é um cartão reserva no nome de Henry, que deve ter um limite inestimável, mas...
— Merda, ele não sabe que eu tô aqui. — bufo irritada e frustrada por isso e entro no estabelecimento torcendo pra ter limite no meu próprio cartão.
Avisto a morena numa mesa mais afastada. O momento de conseguir uma amizade sincera é agora, Jade. Vê se não estraga.
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Depois de quase uma hora de puro entrosamento, meu telefone agora encontra-se vibrando constantemente na mesa. Já olhei, fingi de louca e sorri e o bendito continua se mexendo. Daqui a pouco vai cair no chão, essa praga.
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Superman's Wife || Henry Cavill
Fanfic[Continuação de Superman's Neighbor] Depois do nascimento de seu filho, Jade pensou que estava completa, que havia chegado ao ápice da felicidade. Mas o ditado "tudo que é bom dura pouco" começou a fazer sentido, talvez antes mesmo do que a brasilei...