XXV - X9

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Tem duas semanas que Ethan está "amigavelmente" "morando" em meu pequeno apartamento. Isso mesmo, entre aspas, principalmente o amigavelmente. Eu juro que vou entrar em colapso a qualquer momento a partir de agora, pois toda vez que chego em casa não tenho apenas que lidar com uma criança que está incomodada com o calor do verão que se aproxima, mas também tenho que lidar com um adulto neurótico por limpeza.

É como se eu estivesse vivendo com Monica e Joey ao mesmo tempo, é uma tortura!

A parte do morando eu já aceitei, quando o vi trabalhando de casa e ao ser questionado afirmou que passaria pelo menos os próximos dois meses aqui. Então, o que me resta é realmente aceitar e fazer disso uma limonada com bastante vodca, né?

A parte boa é que o ruivo estando em casa, posso sair do trabalho mais despreocupada por saber que meu rolinho primavera está em boas mãos. O lado ruim é que Ethan fez amizade com Alex e... bem... digamos que eles sejam uma dupla bem explosiva.

Entre gritos, legalmente loira e Britney Spears — paixões que descobri recentemente que eles têm em comum — está tudo sobre controle. O trabalho também vem dando uma tranquilizada e isso me relaxa. É como se eu começasse a ver o pote de ouro depois do arco-íris. Só falta as coisas se arrumarem com Henry.

Eu e o moreno estamos numa zona que eu chamo de aceitável, já que não discutimos nos últimos dois dias, o que é um recorde, mas também não estamos nos falando tanto assim, então até faz sentido. Ele segue trabalhando muito e do outro lado do mundo e eu não estou cobrando mais tanto essa presença em minha vida, por entender seu lado, ou simplesmente estar cansada por chamar tanto a atenção do homem.

Sento no banco de madeira e respiro o ar que circula ao meu redor com certo prazer. Ouço longe os gritos animados das crianças e algumas mães pedindo para terem cuidado. O zumbido das motos e dos carros parecem se distanciar a cada segundo, enquanto meus olhos fecham gradativamente.

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Acordo com uma mão gelada tocando meu ombro esquerdo e suspiro desesperadamente. O homem ri baixo e se afasta, levantando as mãos para o alto.

— Perdão, não quis assustá-la. — sua voz grossa me coloca de vez de volta a realidade.

— Não, tudo bem. Meu Deus, eu realmente dormi no banco da praça? — questiono afinando a voz.

Bom, nem eu sei porque fiz isso.

— Ao que me parece, sim. Inclusive, bastante corajoso da sua parte. — sua risada abafada me faz rir também.

— Pois é, eu poderia ter sido assaltada ou coisa pior. — falo, me levantando e limpando a roupa.

— Sou Jeremy. — estende a mão e eu a apanho.

— Jade. 

— Bom, Jade, eu receio em dizer isso mas... o guarda disse que vai fechar o parque. — ele aponta para um senhor que nos olha com certa raiva e revira os olhos.

— Ah, sim. Meu Deus, como isso pode acontecer... — balanço a cabeça, descrente que realmente dormi.

— Poderia ter sido pior, vai que ele vai embora e você fica trancada aqui até amanhã? Ouvi dizer que a noite os animais fazem festas e mais festas por aqui.

O tom brincalhão do homem me faz sorrir de canto a canto.

— Então graças a você que não ficarei traumatizada ou sabe se lá o que poderia acontecer nessa noite, né? — começo a entrar na brincadeira. 

Superman's Wife || Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora