Superman's Wife || Henry Cavill

XV - Não faça o que eu digo

Depois de passarmos um final de semana maravilhoso, a segunda-feira chegou e com ela veio também minha volta à empresa. Ultimamente estou trabalhando horrores, muitas vezes com coisas que não são relacionadas a minha função de forma direta, mas não tenho muita escolha. 

— Amor, você por um acaso foi convidado pro Oscar desse ano? — pergunto, como quem não quer nada.

Essa proposta de Chris grudou que nem chiclete na minha mente e eu precisava decidir logo.

— Hum... sim. — merda.

— E você vai? — finjo que estou enrolando uma mecha de cabelo.

— Provavelmente não. Estarei filmando na Europa na semana da premiação, por quê? — desvia o olhar da estrada para me encarar.

— Por nada... — deixo a frase no ar.

— Você foi convidada? — sim, pelo Chris Evans.

— Bom... tá rolando um sorteio lá na empresa para que uma pessoa vá cobrir algumas coisas no dia. Vamos torcer para que eu ganhe. — cruzo os dedos e ele sorri.

Não menti. Realmente está rolando o sorteio, só que as chances de eu ganhar são bem baixas. Ao contrário do convite direto do loiro, que sei que ainda está de pé. E se Henry fosse para a premiação, é óbvio que eu iria como sua convidada, né? Mas já que isso está fora de cogitação...

— Sabe... — começo, mas sou interrompida pelo toque estrondante de seu celular.

— Um minuto. Oi, tia Lily. — encosta na estrada para continuar a conversa. — Vou lá fora e já volto. — só faço concordar.

Ele sai e passa uns bons minutos gesticulando e mordendo os lábios, depois retorna a dirigir como se nada tivesse acontecido.

— Quer falar sobre a ligação?

— Não precisa, são coisas do trabalho. Você já deve tá lotada demais com suas obrigações. — alisa minha mão.

— Estou, mas se quiser conversar... saiba que estou aqui pra isso também. — me disponibilizo novamente.

— Obrigado. — sorri e volta a olhar para frente.

Uma das coisas que mais odeio no meu marido é isso, às vezes ele se fecha, principalmente quando se trata de assuntos do trabalho. Por um lado até entendo, já que quando ele se abriu um pouco mais sobre isso, eu insinuei que ele estivesse me traindo com a Laura e...

— Como está a Laura? — a voz saiu sem eu nem perceber.

— Perdão, o que disse?

— A Laura, como ela está? — repito e ele suspira.

— Se esse for um dos seus joguinhos, eu...

— Henry, só quero saber como ela tá! Última vez que nos vimos foi naquele jantar. — explico. — Queria me desculpar com ela, talvez possamos até nos reunir novamente?

Ou eu tô falando grego ou meu dente tá sujo, porque não tem outra razão para que ele me olhe dessa forma.

— Ok... quando estivermos na cidade, eu te aviso e marcamos um jantar. — diz, ainda desconfiado.

— Ótimo, vou aguardar esse encontro. — aperto sua bochecha enquanto ele diminui a velocidade, parando na rua em que trabalho. — Te vejo à noite?

— Meu voo ficou para às 15:00. — faz biquinho.

— Poxa, e quando você volta?

— Não sei ainda. — encolhe os ombros.