Capítulo Treze

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Cashel Craig entrou em seu campo de visão assim que chegou à soleira da porta principal

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Cashel Craig entrou em seu campo de visão assim que chegou à soleira da porta principal. Sua mão repousava pesadamente no ombro de McBride, os dedos afagando os músculos tensos, o olhar buscando os olhos do homem que era uma pilha de ressentimento parada sob o sol.

O homem ergueu os olhos e viu Ahmes parado na porta, o suor cristalino cintilava no rosto pálido e limpo como o céu da meia-noite. Sable acompanhou o olhar dele, as mãos do padre escorreram dos ombros de Sable e foram parar na tira de couro da cintura, o Conde segurou-o pelo braço. Craig meneou a cabeça em negativa, Frye era incapaz de ouvir a conversa, seus pés vacilaram até os degraus da escada coberta de neve.

– Bom dia Sr Frye – a voz falhou momentaneamente, o sorriso rígido não chegava ao olhos injetados.

– Bom dia – olhou de um para outro –, aconteceu alguma coisa?

– O rei teve um presságio e–

Sable o encarou amargamente, os olhos pregados no chão.

– O sumo-sacerdote vê sangue sobre o vale – a voz profunda de seu senhor chegou até ele. – As pessoas da vila, elas te acusam de manter... manter contato com o demônio e–

– E incendiaram sua casa – o padre completou friamente.

Os joelhos de Ahmes vacilaram, cambaleou até eles, o Conde tentou apoiá-lo mas se livrou rapidamente do toque.

– O que houve? O que houve com eles? – sibilou. – Onde diabos eu me meti?! Por que um amaldiçoado convidaria alguém para sua própria casa?!

O Conde o encarava pálido, os olhos pregados nos seus, as pálpebras abertas numa careta de terror. O sol tornou-se vermelho, as sombras se alongando sob os pés pregados no chão, o calor banhando as costas e fervendo o suor frio do meio do inverno.

– Eles morreram Ahmes, sinto muito – o padre murmurou.

A voz de seu pai retornou numa lufada de desespero ao pé da orelha: "Há boatos de um monstro que habita a escuridão da floresta e, quem quer que pise em suas terras, jamais consegue retornar..."

Tudo estava tão escuro.

– Eu quero vê-los.

Sable segurou-o pelos ombros.

– Precisa voltar para dentro, a lua já vai aparecer – gemeu exasperado.

– EU PRECISO VÊ-LOS – berrou, empurrando o homem com violência.

A Lua Vermelha apareceu no céu.

E brilhou.

Besta ⨳ A Sombra de Avennar [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora