Sinergia - Pansmione

Capítulo 5 - Sombras

1.085 palavras

Pansy havia passado o último dia e noite com Hermione. Depois de uma longa (e dolorosa) despedida, Hermione se viu sozinha em casa, com um longo dia pela frente. Elas decidiram fazer um jantar com os amigos para oficializar o namoro, mesmo Pansy achando aquilo uma coisa brega demais. O argumento, no entanto, não tinha parecido muito convincente, já que tinha vindo acompanhado de um sorriso bobo e uma promessa de que voltaria mais tarde para ajudar nos preparativos.

Pouco depois de Pansy ter deixado a casa, a campainha tocou. Eram Harry, Rony e Gina. Por mais que se sentisse finalmente fazendo a coisa certa, ela ainda tinha medo da reação dos amigos — principalmente dos meninos — e, por isso, os tinha chamado mais cedo, para conversar antes do jantar. Se tudo desse corresse bem, teria a ajuda deles para preparar tudo.

— Que história é essa de que você vai apresentar alguém pra gente? — Rony perguntou, indignado, assim que a porta foi aberta, já entrando e se jogando no sofá da sala.

— Delicado como um cavalo e educado como um ogro — Gina comentou, revirando os olhos e entrando para se sentar ao lado do irmão, mas não sem antes dar um beijo na bochecha da amiga.

Harry riu e abraçou Hermione com um breve cumprimento, antes de entrar também. A garota se juntou ao amigos, arrastando um banquinho para poder ficar de frente para os três, então começou a falar:

— Essa reação nem é surpresa, por isso chamei vocês antes. Mas, assim, antes de qualquer coisa eu quero que vocês saibam que eu até tentei correr, mas eu esbarrei comigo por aí. E não adianta fugir, não é? Porque seja lá pra onde eu for, minha sombra vai me acompanhar e eu já perdi qualquer guerra contra ela. Parece até piada, mas hoje eu olho pra trás e as coisas que não faziam sentido, agora começaram a fazer. Eu já tava há muito tempo apaixonada, só tinha medo de assumir e, principalmente, verbalizar isso. Eu caí centenas de vezes antes de saber quem eu realmente quero ser… Só que hoje eu sei. E não importa se ninguém entender, porque quando eu abro os olhos e enxergo ela comigo, eu sinto que tá tudo bem.

— Pera. Você disse “ela”? — Rony perguntou, com a expressão pensativa.

— Sim, eu disse “ela”. Isso te incomoda, Ronald? — Hermione estava tensa, se preparando para vestir uma armadura e despejar um longo sermão em cima do amigo.

— Droga. — O ruivo enfiou a mão no bolso, tirando dois galeões e entregando um para Harry e outro para Gina, que pegou a moeda tentando conter um sorriso. — Tenho certeza que eu perdi. Por que vocês dois são tão bons em prever as coisas?

— Eu e a Gina apostamos que você finalmente se entendeu com a Pansy. O Roniquito jurou que você nunca teria coragem disso. Pelo menos não tão cedo assim… — Harry riu pelo nariz, observando a expressão confusa de Hermione.

A morena corou instantaneamente. Como assim os três sabiam que ela e Pansy tinham alguma coisa? Estava tão na cara assim?

— Como é que vocês sabem que a Pansy e eu…?

— Mione, espanto seria ninguém saber. A tensão sexual que rola entre vocês tá nítida há tempos e… — Gina começou a dizer, rindo, mas foi interrompida por uma Hermione ainda mais corada e morta de vergonha.

— Ok, ok. Já entendi. Não precisa continuar. Já que estão aqui vocês podem me ajudar a organizar a casa e preparar as coisas pro jantar?

Os quatro gargalharam juntos e começaram a se levantar para dividir entre si as tarefas e começarem os preparativos para o jantar que aconteceria à noite. Passaram um dia leve e regado a infinitas piadinhas sobre o fato de Hermione estar apaixonada e assumindo um namoro, o que soava extremamente engraçado, principalmente para Harry e Rony, que achavam a melhor amiga certinha e preocupada demais com responsabilidades de estudo e trabalho para algo assim.

Quando tudo estava praticamente pronto, ao final da tarde, Luna chegou trazendo diversas flores para fazer a decoração do ambiente. Momentos depois, chegaram Neville, Theo e Blásio. Hermione começou a sentir algo estranho, mas atribuiu à ansiedade pelo evento. Pansy tinha prometido chegar mais cedo para ajudá-la, mas agora todos já haviam chegado e faltavam apenas ela e Draco.

Apesar de perceberem algo no ar, todos tentaram ao máximo descontrair e interagir esperando o tempo passar. Já se passavam quase duas horas do horário previsto para o jantar quando Hermione saiu de perto dos amigos e começou a tentar fazer algum contato com Pansy, sem conseguir resposta alguma, sentando desolada na cozinha.

— Granger? — Blásio se aproximou da garota, preocupado. — Eu tentei falar com o Draco e com a Pansy, mas não estou conseguindo. Eles ficaram de se encontrar para virem juntos e eu estou achando muito estranho demorarem tanto. Não queria te preocupar, mas… algo parece estar errado.

Hermione assentiu, sem dizer qualquer palavra, porque sabia que se abrisse a boca, iria chorar no mesmo segundo. Ela sabia que alguma coisa estava errada e ouvir aquilo sair da boca de Blásio a preocupava ainda mais.

— Hermione, a gente pode servir a comida enquanto sua namorada não chega? — Rony adentrou a cozinha, parecendo ser o único a não perceber o clima de tensão, já parecendo estar um pouco alto pela bebida que estavam consumindo enquanto conversavam e brincavam na sala.

— Pode sim, Rony. Por favor… — A morena tentou sorrir, mas apenas desabou, deixando as lágrimas que segurava caírem copiosamente.

— Ei, por que você tá chorando? — Rony se aproximou, abraçando a amiga. Em seguida, pareceu ligar os pontos e olhou para Blásio com um olhar ameaçador. — Se a sua amiguinha não aparecer e machucar a Hermione, vocês vão se ver comigo!

— A Pansy não faria isso, Weasley — Blásio respondeu, sério. — Se ela realmente não aparecer, isso vai ser motivo de preocupação não só pra Granger…

Terminou de falar e saiu da cozinha, indo atrás de Theo. Em poucos minutos, todos os presentes já estavam completamente tensos e se organizando para tentar descobrir o que havia acontecido. Não demorou muito para que fossem interrompidos por uma batida incessante na porta.

Assim que Harry a abriu, um homem alto, com o semblante sério e apresentando uma ordem de prisão nas mãos, em poucas palavras anunciou que levaria Theodore Nott consigo.