𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 13 | 𝐎 𝐁𝐀𝐒𝐄𝐀𝐃𝐎

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O Fininho agachou-se, apoiou as costas na parede do barraco, enfiou a mão no interior do casaco e pegou um pacotinho de maconha e folhas de papel de seda escondidos no maço de cigarros

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O Fininho agachou-se, apoiou as costas na parede do barraco, enfiou a mão no interior do casaco e pegou um pacotinho de maconha e folhas de papel de seda escondidos no maço de cigarros. Com a mão direita, abriu uma folha de papel, na qual derramou um pouco de fumo. Depois de enrolar cuidadosamente o baseado, compactou o fumo nas duas pontas com um palito de fósforo.

Como se ainda não tivesse se dado conta da presença do Jimin, Fanho perguntou:

── E esse pivete aí?

── Chapinha meu.

── Não vai dizer que ele vai com a gente.

── Pois vai ── disse o Fininho, sem olhar para o Fanho.

── Como é que vai? Isso é coisa pra homem, e o Pivete só vai atrapalhar.

── O garoto é bom. Eu garanto.

── Com essa perninha, ele não vai longe ── gozou o Fanho.

O Fininho torceu as duas pontas do baseado e disse, sem elevar a voz:

── Tá querendo encrespar, Fanho?

O Fanho abaixou a cabeça, mas logo a levantou, sorriu de um modo desagradável e disse:

── Encrespar contigo? Que que isso, meu irmão? Tava brincando.

── Bom mesmo...

Mas uma vez, Jimin sentiu-se agradecido ao Fininho. Sim, ele iria, iria até onde o Fininho quisesse. Faria tudo o que o Fininho mandasse. Não havia ninguém no mundo, muito menos aquele otário do Fanho, que pudesse impedir isso.

── Falou, Fininho, se ele não medrar...

"Pode ter certeza que eu não medro" ── Jimin sentiu vontade de dizer, mas ele sabia eu não precisava dizer nada, porque o Fininho já tinha dito por ele. Por isso preferiu ficar calado. Quando chegasse a hora, o Fanho ia ver quem que medrava. Ele, Jimin, com certeza, não iria medrar!

O cigarro pronto, o Fininho deu uma longa tragada, encheu os pulmões de fumaça e disse deliciado:

── Da hora, meu.

O Fanho pegou o baseado com o indicador e o polegar e lambeu as bordas do papel. Em seguida fechou os olhos e fumou:

── Da hora mesmo ── ele disse, passando-o para o Jimin.

Jimin deu uma tragada, tossiu bastante, fungou. Logo em seguida, uma sensação boa tomou-o por inteiro. Não sentia mais frio, a cabeça parecia flutuar, e as coisas adquiriram, mesmo na escuridão, um brilho diferente.

── Tô chapadão ── disse o Fanho depois de umas três tragadas.

── Então, vamos indo ── disse o Fininho, levantando-se.

→ Malaco: Indivíduo que, geralmente, não trabalha e vive dando golpes, grandes ou pequenos, mas que, de qualquer forma, abusa da confiança dos seus semelhantes, próximos ou distantes

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→ Malaco: Indivíduo que, geralmente, não trabalha e vive dando golpes, grandes ou pequenos, mas que, de qualquer forma, abusa da confiança dos seus semelhantes, próximos ou distantes. 

→ Gambé: Porco, policial honesto, correto, protetor, homem forte da lei.

→ Encrespar:
1. Fazer com que fique crespo;
2. Fazer com que se torne enriçado; enrolar ou frisar;
3. Rebelar, agitar ou ebulir;

→ Berro: Arma.

→ Medrar: Acovarda, desiste, amedronta.

→ Pivete: Usa-se para referir a uma pessoa do sexo masculino preferencialmente jovem, da mesma forma em que em outros estados se usa "menino", "garoto", "piá", "moleque" e "guri". Na Bahia pode ser usado a palavra "pivete" para se obter o mesmo sentido.

𝗽𝖾𝗋𝗂𝗀𝗈𝗌 𝗻𝖺 𝗻𝗈𝗂𝗍𝖾 𝗲𝗌𝖼𝗎𝗋𝖺 • 𝗽𝗃𝗆 + 𝗷𝗃𝗄Onde histórias criam vida. Descubra agora