𝗽𝖾𝗋𝗂𝗀𝗈𝗌 𝗻𝖺 𝗻𝗈𝗂𝗍𝖾 𝗲𝗌𝖼𝗎𝗋𝖺 • 𝗽𝗃𝗆 + 𝗷𝗃𝗄

𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 5 | 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐕𝐄𝐑𝐒𝐀

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Boa leitura. 📖

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Jimin não havia entendido muito bem o que ela dissera na classe. Guardara algumas palavras, que lhe haviam parecido bonitas, como "consciência de si mesmos", "respeito pelo próximo", "dignidade" etc. Nunca fora mesmo de fazer bagunça e preferia ficar quieto no seu canto. Gostara dele desde o primeiro dia de aula. Apesar dos grossos óculos, achava-a linda. Acostumado a ser tratado de maneira brusca, estranhara sua delicadeza. Estranhara e, ao mesmo tempo, achara bom. Por isso mesmo, embora não tivesse muita consciência de seus sentimentos, sofrera pela falta de respeito com que a travavam a classe. Sentia vontade de interpelar o Chanyeol, o Baehkyun, o Yugyeom. Mas quem era ele para fazer isso? Não passava de um garotinho de apenas quinze anos... O máximo que podia fazer era ficar aflito, sentindo um frio na barriga quando a professora Alessa entrava em classe. Porque sabia muito bem que iria sofrer com ela e por ela.

Naquele dia em que ela sairá do sério, de certo modo ele se sentira feliz. Vira o Chanyeol de cabeça baixa, o Baehkyun roendo as unhas, sem coragem de rir, de fazer troça. E ela, toda vermelha, falando sem parar. Eles mereciam mesmo a dona Bora, pensava o Jimin. Só a dona Bora para domá-los, para dizer que eram vagabundos, que eram gente ordinária e sem berço. Quando a professora saiu intempestivamente da classe, os alunos ainda ficaram quietos por algum tempo.

── Que bronca, meu! ── acabou por dizer o Chanyeol, balançando a cabeça e quebrando o silêncio.

── Também ── disse a Jennie ──, vocês só ficam fazendo bagunça.

── A gente? ── perguntou o Yugyeom.

── Você é que vive aprontando.

── Eu? ── disse a Jennie, pondo a mão no peito.

── Deixa de ser falsona ── disse o Yugyeom.

Estavam nessa discussão quando deu o sinal. Enquanto a turma saía na maior algazarra, Jimin ficou sozinho na sala. Esquecera-se até da merenda, pois ficara pensando nas palavras da professora. Depois de refletir por algum tempo, tomou uma resolução inesperada: saiu da classe e dirigiu-se para a sala dos professores.

── O que você quer? ── perguntou o inspetor de alunos.

Jimin olhou para o homenzarrão vermelho que o fitava de cima, mastigando um pedaço de palito. Reunindo toda a coragem que tinha, disse:

── Queria falar com a professora Alessa.

── Não tá vendo que tá na hora do recreio? Agora ela não pode atender.

Jimin ia virando as costas quando ouviu alguém dizer:

── Que é isso, seu Jackson? Deixa o menino falar comigo.

O homem encarou a professora então dizendo de maus modos:

── Ordem do diretor, professora.

── Tudo bem, seu Jackson. Eu sei o que estou fazendo.

Seu Jackson deu de ombros e resmungou:

── Depois ficam reclamando que esses moleques vêm encher o saco no recreio...

A professora, sem dar ouvidos ao desaforo do homem, aproximou-se de Jimin e perguntou: