𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 3 | 𝐓𝐎𝐍𝐇𝐚̃𝐎

489 68 12
                                    

Votem para me ajudar! =)

Boa leitura. 📖

||||||

Era um homem forte, com uma enorme barriga e que exalava um forte cheiro de suor e cachaça. A barba por fazer, tinha sempre os olhos inchaços e vermelhos. A mãe apresentara-o com poucas palavras:

── O Tonhão vai morar com a gente.

Jimin não gostou do Tonhão logo de cara. Já o conhecia há muito tempo. Vivia debaixo do viaduto e recolhia papel, papelão, pedaços de madeira numa carroça que ele mesmo puxava. Às vezes, via-o no bar do Português bebendo pinga e contando vantagem. Por que a mãe resolvera ficar com ele? Seria por causa de dinheiro? A mãe era faxineira, e o que ganhava mal dava para comer.

Mas Jimin desconfiava que não era pelo dinheiro que a mãe ficava com o Tonhão. Quando o marido morrera, mesmo sendo um marido que não parava em casa, ela chorara muito. Será que não conseguiria viver sozinha? O Tonhão, apesar de bruto e bêbado, era uma companhia. Talvez a tivesse conquistado por isso, ou pela televisão nova que trouxera consigo quando se murara para o barraco.

Não demorou muito, o Tonhão passou a implicar com tudo, xingando Seulgi, xingando a ele, Jimin. Para piorar mais as coisas, nasceu o Jihyun com o capetinha encarnado em criança. Ele chorava sem parar, noite e dia, e o Tonhão berrava:

── Põe essa coisa para fora do barraco! Eu quero dormir!

── Como você quer que eu ponha ele pra fora, Tonhão?

── Arranja um jeito. Dá um sumiço nesse pivete.

E era aquela gritaria sem fim. Jimin lembrava-se do pai: quase sempre ausente, mas, pelo menos, era seu pai. Diziam até que tinha outra, uma garota bem mais nova. Contudo, nunca o vira levantar a mão para a mãe. Nas poucas vezes em que aparecia no barraco, trazia dinheiro. O suficiente para que tivessem um mês bom, sem privações. Via pela cara da mãe que ela se sentia feliz de tê-lo em casa. Mas ele logo ia, sem dizer se voltava ou quando voltava.

── Fica se metendo com essa gente, um dia aparece cheio de tiro, ouvia a mãe resmungando.


Resmungava, resmungava, mas parecia gostar do marido. Um ausente que estava presente. O padrasto pelo contrário, estava sempre ali atazanando, atormentando, e tinha a mão pesada. Ele mesmo vivia levando uns sopapos à toa e, assim, começou a odiá-lo.

|||||

Capítulo quatro talvez sairá amanhã, às 16h:00.

Até mais! 💕

𝗽𝖾𝗋𝗂𝗀𝗈𝗌 𝗻𝖺 𝗻𝗈𝗂𝗍𝖾 𝗲𝗌𝖼𝗎𝗋𝖺 • 𝗽𝗃𝗆 + 𝗷𝗃𝗄Onde histórias criam vida. Descubra agora