Com Açúcar E Com Amor

Capítulo 20:🧁 Luana 🧁

Foi tenso, foi difícil, foi desesperador.

Mas as quatro horas que eu tinha para trabalhar ali haviam se passado e com isso, respiro aliviada, meu castigo havia enfim acabado. Paulo desde que entrou em sua sala não saiu mais, e isso me deixou de certa forma aliviada.

Tudo o que eu precisava era pegar minha bolsa e sair dali o mais rápido possível sem olhar para trás. Estar no mesmo lugar que Paulo era tudo o que eu não queria.

Ao entrar no elevador e apertar o botão do térreo, respiro aliviada, agora era só ir pra casa e pensar numa desculpa boa para dar a todos sobre a minha desistência do estágio.

Ao pensar nisso, fecho os olhos.

Cláudia, vovô Samu e até Ítalo, estavam felizes comigo, haviam me dado uma chance, haviam apostado em mim, e no entanto, eu estava desistindo por causa daquele idiota. Mas como eu iria imaginar que o planeta sendo um lugar tão imenso, seria justamente ali que eu veria Paulo.

Há feridas que só o tempo pode curar, dizia meu avô, mas, parecia que aquela ferida que Paulo havia deixado em mim, nem o tempo seria capaz de curar.

Ao pensar em tudo isso, uma forte tristeza paira sob mim. Sinto medo, angústia, pavor. Apesar de todos esses anos, Paulo ainda consegue me desestruturar por completo, e com isso, sinto raiva de mim mesma. Ainda sou fraca, ainda sou imatura. Lágrimas rolam de meu rosto, e tudo o que eu mais quero é sair dali o quanto antes.

- Lua?! - ouço uma voz conhecida me chamar.

Abro os olhos ainda cheios de lágrimas e o vejo. Era ítalo.

Olho para o painel do elevador e percebo que o peguei subindo para o quinto andar. Por mais que eu tente, não consigo controlar minha angústia, e continuo a chorar.

- O que aconteceu? Você está bem? - perguntou ele.

Apenas faço que não com a cabeça enquanto fecho meus olhos.

No mesmo instante, sinto a presença de Ítalo em minha volta, e com isso, sinto seu abraço. Seus braços me envolvem e me acariciam, e realmente, era disso eu precisava.

Ficamos por alguns instantes assim, abraçados em silêncio, Ítalo não me perguntou nada, apenas me abraçou na tentativa de me confortar sem me questionar.

- Obrigada! - digo ao sair de seus braços.
- Se sente melhor? - pergunta ele ao me olhar. Faço que sim. - Tem certeza? - insiste ele.
- Sim, obrigada! - digo.
- Já está indo para casa? - pergunta ele.
- Sim.
- Vamos, eu te levo.
- Não precisa se preocupar, obrigada, já estou bem. - digo.
- Está tudo bem Lua, eu já estava indo para casa também, estou no meu horário de almoço e minha mãe me ligou, Louis quer cupcakes, e pelo o que entendi, só serve se for os seus. - diz ele ao me olhar atentamente.
- Está bem. - digo sem muito entusiasmo.

Então, Ítalo entra no elevador, e seguimos.

Enquanto o elevador descia, permanecemos calados, um ao lado do outro, e nesse momento sinto o cheiro de Ítalo por todo o ambiente, aquele mesmo cheiro que senti quando acordei em seu quarto. E esse cheiro de certa forma somado com sua presença, me trouxeram calma. E aos poucos, consegui relaxar.

O elevador parou no terceiro andar, e as portas se abriram. E para a minha total surpresa e desespero, Paulo surge atrás dela. Sinto meu corpo paralisar novamente, e todas as sensações voltarem. Por instinto, ao sentir que uma das mãos de ítalo estava próxima a minha, toco em sua mão e a envolvo com a minha, e em seguida, a aperto. Imediatamente, Paulo segue minha mão com o olhar e sem ter muito o que fazer, ele entra no elevador ficando a nossa frente. As portas do elevador se fecham e seguimos, agora os três.

O clima é tenso, pesado, e indiferente, ao menos para mim.

- Tudo certo para a reunião mais tarde? - pergunta Paulo ao quebrar o silêncio ainda olhando para a porta do elevador.
- Sim, mas, farei por vídeo chamada. Tenho um compromisso particular agora. - responde ítalo.
- Está bem. - diz Paulo num tom de voz sério.

Os segundos ali dentro pareciam uma eternidade, mas, finalmente chegamos ao térreo. Paulo saí a passos rápidos em direção ao refeitório, e só quando ítalo da alguns passos para sair do elevador é que percebo, ainda estamos de mãos dadas. Tento soltar sutilmente minha mão da dele, mas, sou impedida por ele quando ítalo segura firme minha mão. E assim, saímos do prédio, sob os olhares curiosos e atentos de todos que cruzavam nosso caminho.