Capítulo VIII

292 27 4
                                    

— Não se mexa agora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Não se mexa agora. — Ri enquanto terminava de passar a sombra com cuidado sobre suas pálpebras.

Estávamos mais calmas e com os corações mais leves, mesmo com os rostos um pouco inchados pela choradeira de mais cedo. Ambas estavam sem pesos dentro de si, finalmente encontramos quem podemos conversar tudo que quisermos.

— Não vou me mexer, prometo. — Abriu um sorriso. — Você nunca me falou sobre sua família Nora, como eles são. Mora com eles aqui em Seul?

— Ah, não... — Ri fraco. — Bom, minha mãe atualmente não trabalha, mas mora em Busan. Perdi meu pai quando tinha sete anos, ele era lutador profissional de boxe, é daí que veio meu amor pela luta, meu pai era o cara que eu mais admiro na vida. — Abaixei a cabeça com o peito cheio de saudade. — Ele era um homem respeitável, aonde chegava as pessoas faziam reverências e o cumprimentavam, faziam questão de apertar sua mão. Ele era tão carinhoso, um pai tão amoroso e presente apesar de estar sempre nas lutas, eu o amava tanto... — Tentei me manter forte. — Ele fazia questão sempre de me levar com ele, quando ele ganhou o cinturão por ter ganhado o internacional ele o colocou em mim e foi tão mágico. Eu estava em seu ombro e as pessoas gritavam seu nome de uma forma ensurdecedora. Ele estava machucado, sangrando, mesmo assim sorria e me sacudia bem animado. — Ri. — Ele me dizia que quando alguém maior do que eu tentasse brigar comigo, eu devia esperar o primeiro ataque e derrubar ele no segundo. Ele era realmente um home admirável, mas ele morreu durante uma luta por negligência de outro lutador. Ele foi morto na minha frente e da minha mãe. — Mordi o lábio tentando não chorar. — Quando fiz vinte e um, fiz uma tatuagem bem grande nas costas em sua homenagem, ela é muito importante para mim.

Nem mesmo percebi que tinha parado de maquiar Sohui, ela me acolheu em seus braços mais uma vez me dando apoio e muito amor. Mesmo assim tentei não chorar, já chorei tanto hoje e meu coração estava tão quebrado por saber que não vou tê-la aqui por muito tempo que se eu começar a chorar de novo, não sei se conseguirei parar.

— Sinto muito querida, pelo que falou dele parece realmente ter sido um pai incrível. Não se esqueça de que está te guiando lá de cima sempre olhando por você, te mostrando o melhor caminho e tão orgulhoso por você ter se tornado uma mulher tão linda. — Acariciou meus cabelos. — Infelizmente aqueles que amamos vão mais cedo do que gostaríamos, mas eles nunca nos deixam de verdade, sempre estarão aqui. — Colocou a mão sobre meu peito esquerdo, sentindo meu coração. — Em seu coração, então nunca se esqueça deles, pois eles nunca se esquecerão de você.

— Obrigada por isso Sohui, sei que foi ele que me guiou para chegar até aqui com vocês. — Deitei minha cabeça em seu peito mais uma vez, me sentindo acolhida.

— Tenho certeza disso, meu bem. — Beijou o topo da minha cabeça. — Me conte sobre sua mãe, como ela é.

— Minha mãe é uma pessoa muito cabeça duras às vezes, mas é uma mulher incrível. — Sorri fraco. — Depois da morte do meu pai, nos mudamos para Busan, ela começou a trabalhar em uma escola infantil de ballet, ela era dançarina antes e depois passou a dar aula, porque apesar de tudo é o que ela amava fazer. Alguns anos depois que nos mudamos e ela se permitiu viver de novo, conheceu um outro alguém e hoje eles estão casados e moram juntos, ele a fez largar o trabalho e ser dona de casa. Não nos damos muito bem em algumas partes do tempo, porque eu sempre quis lutar e ela nunca permitiu isso, mas agora estou aqui estou fazendo isso por mim. — Suspirei. — Não quero nem imaginar o que ela vai pensar quando descobrir, acho que ela vai surtar, mas não vou desistir disso, é o que eu quero, e quero poder fazer o que amo. Nos afastamos um pouco depois que meu pai se foi, não somos mais tão próximas quanto éramos quando eu era criança. Ela nunca tinha tempo para mim, então eu tive que me virar sozinha em muitas coisas, hoje em dia ela me cobra atenção sempre que me liga, diz que se sente sozinha, que eu deveria ir vê-la..., mas eu não consigo. — Admiti. — Sei que deveria seguir o exemplo do Kook e ser uma filha tão exemplar quanto ele, mas eu não consigo ir até lá e vê-la com outra pessoa, como se a vida fosse perfeita e meu pai nunca tivesse existido. Não tem mais nada dele na casa, nada, nem mesmo uma foto, seu novo marido fez com que ela tirasse todas e eu as levei para minha casa. Eu e Kook já conversamos sobre isso, estou tentando não pensar dessa forma ignorante, mas isso ainda me machuca muito. Sei que deveria ser uma pessoa melhor e apenas ignorar isso, mas ainda é uma grande barreira para superar, prometo que vou trabalhar melhor nisso.

UppercutOnde histórias criam vida. Descubra agora