No boxe, o lutador tem dez segundos para se levantar depois de ser derrubado por um golpe. Dez segundos onde você vê tudo em câmera lenta e sente cada parte do seu corpo doer. Dez segundos que duram uma eternidade e, mesmo sendo apenas segundos, pod...
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— Espera um pouco, você está grávida, Nora? — A voz de Jimin preencheu a sala me travando no lugar.
Me levantei na mesma hora o encarando sem reação alguma, ele estava com os olhos arregalados e branco feito uma folha de papel. Seokjin estava tão sem reação quanto eu, por saber que mais ninguém sabia do que estava acontecendo comigo, nem mesmo os meus amigos sabiam e agora, a primeira pessoa de fora ser o Jimin a ficar sabendo, não é nada legal.
Por que tinha que ser ele?
— Merda... — Murmurei. — Jin, pode nos deixar a sós, por favor? — Respirei fundo.
Meu coração estava batendo tão forte que pensei que explodiria, estava nervosa e mais ansiosa que tudo, não sabia como contornar essa situação, ele havia ouvido toda nossa conversa, não tem mais para onde correr. Preciso pensar em um jeito de evitar que isso chegue no ouvido da faculdade inteira, Sun nunca me perdoaria se soubesse que eu não contei a ela antes de qualquer outra pessoa.
Jin se levantou, deixando um beijo leve em minha cabeça murmurando que tudo ficaria bem e que mais tarde nós conversaríamos de novo. Apenas afirmar com a cabeça o vendo passar por Jimin, fechando a porta atrás dele.
— Não vai me dizer que foi burra ao ponto de não se cuidar e engravidar daquele cara! — Ele veio até mim como um touro raivoso, bufando.
— Jimin, por favor, eu não preciso disso e nem você. — Respirei fundo me segurando na bancada que era a única coisa que nos separava.
— Por favor?! Por favor, digo eu! — Quase gritou. — Como assim você está grávida?!
— Pelo amor de Deus, fale baixo! — Implorei. — Ninguém aqui sabe, não faça isso, por favor.
— Como foi deixar isso acontecer, Nora? — Baixou o tom, porém, seu olhar me fulminava como se quisesse me matar. — Nem terminou a faculdade ainda, não tem um emprego, o que aquele cara ganha não consegue sustentar nem mesmo ele, como vai sustentar vocês dois e uma criança! — Me segurou pelo braço.
— Você está me machucando. — Pedi baixo, assustada com a sua reação.
Ao perceber o que estava fazendo, me soltou rapidamente, com os olhos arregalados e uma expressão arrependida. Me afastei um pouco com medo de qual seria a sua reação, não esperava que fosse essa, mas por outro lado, entendia o seu desespero, ele apenas não sabia como demonstrar que estava preocupado comigo.
— Merda Nora... — Passou a mão entre os cabelos os puxando para trás com força. — Como isso foi acontecer? — Se sentou na cadeira de frente a bancada apoiando os cotovelos ali e o rosto nas palmas.
— Eu descobri há poucos dias, ninguém sabe, então, por favor... Não conte nada a ninguém. — Pedi com a voz baixa e leve me aproximando dele.
Conseguia entender a sua preocupação, por isso não conseguia deixar de me lembrar da conversa que tivemos no galpão no dia que eu descobri a gravidez. Ele abriu o seu coração a mim de uma forma genuína, apesar de não conseguir corresponder seus sentimentos, os respeitava e mesmo que não fossemos próximos e tivemos muitas desavenças, não queria mais que isso acontecesse nessa nova etapa da minha vida.