Grego
To cheio de coisa pra fazer, cheio de serviço, cheio de dívida pra cobrar, mas mesmo assim tenho essa necessidade estranha e gigantesca de ficar perto dessa criança.
Porra tá tudo errado, eu tenho vinte e seis anos e mesmo assim não consigo tirar ela dos meu pensamentos, estou parecendo a porra de um adolescente na puberdade.
Fiquei quase meia hora na porta da escola dela esperando ela sair e nada, tava quase entrando naquela porra e pegado ela a força.
Só fiquei sabendo que ela tinha ido embora por causa de uma vadiazinha, a menina tava quase implorando pra ser fodida, minha vontade foi de mata-la, mas estava ocupado demais com a criança insolente que havia me desobedecido.
Quando cheguei aqui tive que me acalmar, pra ser sincero só me acalmei quando ouvi a voz de choro dela, se quero ter ela por perto não posso ficar machucando ela atoa.
Ve-la comer foi tão satisfatório que fiz uma nota mental de sempre que vim ve-la tenho que trazer comida ou leva-la pra comer.
Sinto que Cecília me quer longe, na verdade da pra ver isso no olhar dela, sempre arrumando uma desculpa pra me afastar, mal sabe ela que aos poucos vou entrando na vida dela até te-la somente pra mim.
Ela vai ser minha bonequinha, vou cuidar dela como uma princesa, tomei essa decisão quando almoçava hoje mais cedo, a vida é curta demais pra não vive-la do jeito que quero.
Posso morrer a qualquer momento, se ficar deixando pra fazer depois eu posso morrer e não fazer, e se quero Cecília nem que seja aos poucos eu vou conquista-la.
Acho que pelo fato dela me deixar tomar o leite direto do peito dela nos uni um pouco, nem que seja um pouquinho mas todas as vezes que fiz isso me senti parte de alguma coisa.
Na verdade nunca fiz parte de nada, sempre fui o sobrando da história, meus pais não me quiseram, a pessoa que me criou é a Melhor pessoa do mundo, talvez ela e a Cecília seja as únicas que dou um pouco dos meus sentimentos.
-ouviu grego?- sai dos meus pensamentos com a voz da Cecília.
Porra de grego.
-ja falei pra me chamar de Felipe, grego é só na rua.- pela cara que ela fez percebi que fui grosso com ela. -to falando na moral memo, pode me chamar de Felipe memo, vulgo só na rua. -tentei amenizar.
-tudo bem.- deu um suspiro cansado. -eu tinha perguntando se voce está com fome? É que eu tô cansada queria deitar já.- disse envergonhada.
-quero não pô, tô tranquilo, se quiser, já podemos deitar. -disse louco pra ir deitar com ela e mamar.
-tudo bem, a escova que você escovou o dente está na primeira gaveta.-disse indo em direção ao quarto.
Cecília comeu sua comida e os dois pastel que eu trouxe, ela realmente estava com fome, imaginei quando cheguei, ela estava meio pálida, com certeza não se alimentou direito hoje.
Me levantei do sofá e fui direto pro banheiro pra escovar os dentes, quanto mais rápido fazer isso mais rápido vou me deitar com ela.
Terminei de fazer minha higiene e fui pro quarto dela, Cecília estava sentada na beirada da cama, seu olhar estava em seus pés, que por sinal estava um pouco inchado.
-esta com dor?- perguntei ao ver ela analisando seus pés.
-um pouco, passei muito tempo em pé hoje.- disse com a voz cansada.
Me aproximei da cama e me sentei ao seu lado, seus cabelos estava em um coque bagunçado deixando alguns dos seus fios solto em seu rosto.
- ta doendo muito? Posso comprar um remédio pra você se quiser. -disse realmente preocupado, Cecília parecia realmente cansada.
-nao precisa, as vezes fica assim mesmo, em dias agitado.- disse dando um sorrisinho no final da frase.
-deita aqui vem, vou fazer uma massagem pra ajudar na dor. -disse me levantando e arrumando a cama pra ela deitar.
Cecília veio andando em passos pequeno até o lado dela na cama e se deitou, arrumei a coberta nela a aconchegando de forma que a ficasse confortável.
Me sentei no final da cama e peguei seus pés colocando em meu colo pra fazer uma massagem, realmente eles estavam vermelhos e um pouco inchado.
Comecei fazer a massagem observando sua expressão de alívio, seus olhos fechados aproveitando a massagem.
-doque você trabalha?- puxei assunto, não quero que ela durma agora, quero saber mais dela.
-na loja que você me levou hoje é meu primeiro emprego, lá eu trabalho na parte da limpeza. -disse com a voz baixinha apreciando a caricia em seus pés.
-tem outros? -perguntei mesmo sabendo que sim, sei tudo sobre ela e seus serviços, mas não quero assusta-la com isso.
-tem sim.-deu uma risadinha quando apertei seu dedinho.- sou babá de gêmeos, uma menina e um menino.
-é muito cansativo né?- perguntei.
-as vezes, tem dia que é tranquilo mas hoje não sentei nem por um minuto.- disse cansativa.
-porque disso Cecília? Você só tem dezesseis anos, não tem o porque se matar tanto trabalhando.- perguntei oque estava entalado em minha garganta.
Ela ficou em silêncio, olhei pra ela achando que ela havia dormido mas não, ela apenas ficou olhando pro teto em silêncio.
-acho que você não entenderia.- disse ela baixinho, parecendo abatida.
-se você falar, talvez eu possa entender. -disse querendo muito saber sobre ela.
Ela suspirou e enfim olhou pra mim, seus olhos perdidos e nublados, como se pensamentos ruins a rondavam.
-sempre foi assim Felipe, se eu não cuidasse de mim mesmo, ninguém cuidaria. -disse com tristeza.
{Até a próxima}
Desculpa a demora por um novo capítulo, prometo não demorar tanto para os próximos.
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Meu Fim...
ФанфикDizem que o oposto se atrai, mas será que atrai mesmo? Cecília enfrentará muita coisa até ter sua devida paz. Felipe não é bom e isso ele sempre deixou claro para todos.