Grego
Passei em frente a casa dela pra ir em direção a lanchonete, eu poderia fazer outro caminho mas alguma coisa dentro de mim me fez vim por esse.
So tinha uma luz acesa, e acho que era a da cozinha, a janela estava quase toda fechada e a cortina esta tampando a sala.
Já ia dar oito horas então fui até a lanchonete e peguei quatro lanches, e uma coca-cola, não sei se ela come muito então vou me prevenir e levar lanche a mais.
Foi questão de meia hora e ficou tudo pronto, paguei o cara e fui subindo em direção a casa dela.
Já tava quase na metade do morro, faltava ainda algumas casas até chegar na dela quando vi Ranelly descendo, essa menina me da um ódio, mas um ódio tão grande, fiquei com ela uma vez e essa vagabunda acha que é fiel.
Só não mato ela, porque ela é filha de uma pessoa que me ajudou muito, só por isso mesmo, caso ao contrário matava sem pensar duas vezes.
Passei por ela ignorando a gritaria dela me chamando, odeio gritos, credo.
Cheguei na casa da Cecília e parecia tá tudo do mesmo jeito, bati na porta e esperei mas ninguém apareceu, bati de novo só que um pouco mais forte e a mesma coisa, Levei a mão a maçaneta e girei, por sorte estava aberta.
Entrei de vagar, nunca se sabe oque vai encontrar né, então é melhor prevenir.
Deixei as coisas em cima da mesinha que tinha em frente a porta e virei em direção a sala.
Paralisei com cena que tive, porra essa menina é gata demais, ela esta dormindo toda encolhida no sofá.
Me aproximei mas dela pra poder ter uma visão melhor, a sala esta escura e só oque ilumina é a luz da cozinha.
Cecília estava com um paninho perto do seu nariz, e o dedo na boca, um cena um tanto quanto estranha, ela chupa dedo?
Preciso descobrir mais dessa menina, ela é toda diferente, toda delicada, toda anjinho, toda... tem uma coisa que ela é mas não consigo distinguir.
Olhei pra ela denovo e foquei meu olhar no dedo e na toalhinha, ela é toda neném, essa é a palavra certa, ela parece um bebê agora.
Passei meus dedos em seus cabelos, isso é inédito pra mim, eu nunca fiz carinho em alguém, Cecília está despertando sentimentos novos, vontades novas.
Por mas que ela fique linda dormindo, eu quero muito ter a presença dela, quero conversar e se for o caso até mesmo brigar, mas quero ela acordada pra poder ver seus olhos inocente.
Comecei a fazer um cafune nela e como se fosse um gatinho manhoso ela se aconchego ainda mas em minha mão, me senti até eufórico com essa reação dela, seu dedo caiu da bota com o movimento que fez.
Contornei seu rosto com a ponta do meu dedo, passei pelo seu nariz pela sua testa e quanto estava chegando na boca ela abriu os olhos.
Ela me encarou como se tentasse descobrir se era sonho ou realidade.
-oque está fazendo? -perguntou quando notou uma de minhas mãos em seu cabelo e a outra em seu rosto.
Pelo primeira vez fiquei sem graça por ser pego fazendo alguma coisa, senti minhas bochechas ficarem quentes e de vagar para não machuca-la retirei minha mão de seus cabelos.
Tenho quase certeza que ela resmungou quando tirei a mão, mas vou fingir que não ouvir.
-estava tentando te acordar, combinamos que ia comer lanche as oito e você dormiu. -disse me levantando.
-e como entrou aqui?
-sua porta estava aberta, tem que tomar mas cuidado criança, com a porta aberta desse jeito qualquer um pode entrar em sua casa. -disse de modo debochado.
-inclusive o senhor né.- murmurou baixinho, mas eu ouvi.
-pode me chamar só de grego, precisa ficar chamando de senhor não.
-mas o senhor é mas velho e é falta de educação.
Parei de mexer nas sacolas e olhei pra ela, porra eu sou dez anos mas velho que ela. Do nada um sentimento estranho me tomou.
-minha idade é um problema pra você?- eu so notei que tinha feito a pergunta quando ela já tinha sido finalizada.
-senhor eu não sei a sua idade, e porque seria? Depois de hoje não vamos ter mas contado né?- disse a última parte baixinho.
-JA DISSE PRA NAO ME CHAMAR DE SENHOR PORRA- gritei, ela se assustou e acabou se afastando, ao ver ela fazer isso me fez sentir mal.
Olhei pra ela e seus olhos estava vermelho, ela tentava segurar o choro a todo custo.
-tudo bem, perdão não irei mas chama-lo assim. - disse com a voz falhando.
-vem comer, já arrumei seu lanche.- me aproximei pra entregar o lanche pra ela mas ela se afastou um passo pra trás.
Olhei pra ela me sentindo triste, não quero que ela tenho medo de mim e ao mesmo tempo eu causo medo nela.
-toma Cecília, vai esfriar se não comer. -disse se modo calmo.
Ela pegou o lanche e foi em direção a sala se sentando no sofá, peguei o meu e fui em direção a ela e me sentei ao seu lado.
Tava um silêncio chato, eu sei que ela não vai querer puxar assunto e por isso comecei a tentar conversar com ela.
-eu tenho vinte e seis anos, por isso perguntei se minha ideia te incomoda.- perguntei não olhando pra ela.
-acho que sua idade não me incomoda. -disse baixinho depois de ter engolido.
Olhei pra ela e foquei minha atenção nela que comia devagar, quase parando, ela é tão linda, me desperta sentimentos bons e ruins ao mesmo tempo.
Arrumei uma mecha do seu cabelo que havia caído pra frente, passei meu polegadar pela sua bochecha e sussurrei pra ela.
-oque você está fazendo comigo Cecília?
{Até a próxima}
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Meu Fim...
Hayran KurguDizem que o oposto se atrai, mas será que atrai mesmo? Cecília enfrentará muita coisa até ter sua devida paz. Felipe não é bom e isso ele sempre deixou claro para todos.