O passado voltando a tona

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Christopher Von Uckermann

Recebi a ligação de um amigo da época de faculdade, seu pai havia passado por uma cirurgia neurológica, contudo, queria um parecer meu pois o pai havia acordado sem memória. Deixei Ana Heloísa com Anahí até porque se eu deixasse com minha mãe ela iria descobrir que na verdade eu aceitei mais do que de pressa para me polpa dessa reunião sobre quem irá levar a presidência do hospital

Chegando ao Aeroporto Internacional da Cidade do México pedi um Uber para conseguir deixar minhas coisas em um hotel mais próximo do hospital ao qual seu Sebastian estava, após deixar tudo organizado aluguei um carro indo para o hospital. Ao chegar na metade do caminho escutei meu celular tocando, só desci os olhos para o celular e consegui ver que era meu pai, sendo assim apenas ignorei

Ia colocar uma música até chegar no hospital quando ouvi alguém pedi socorro, aqui no México as ruas são bem estreitas e eu poderia estar maluco, portanto, era sim a voz de alguém pedindo por socorro. Parei o carro abaixando a janela para ver de onde vinha o pedido de socorro e notei ser na casa mais a frente

Christopher- ¿Hay alguien ahí? (Tem alguém aí?)

– Droga! Eu não sei falar na língua deles, capaz de morrer aqui igual uma lagartixa arreganhada – Achei graça da maneira como ela se expressou

Christopher - Eu sei falar Português, o que está acontecendo?

Ela me relatou estar grávida, eu achei muito estranho uma grávida ali num quarto quase que no subsolo, até porque como ela disse já estar sentindo contrações, ela não deveria ficar descendo escadas

Christopher - Fique tranquila! Eu sou médico e estou ligando para ambulância para que você tenha sua filha tranquilamente, você está sozinha aí no quarto?

– Não, na verdade isso é um porão, o meu marido me prendeu aqui dizendo que estava tendo furacão e eu ficaria mais protegida aqui

A desculpa mais esfarrapada que um sujeito poderia dar, como assim estava tendo furacão e deixou a esposa sozinha em um sótão? Desgraçado! Liguei para ambulância e tentei a todo custo abrir a porta com algo de ferro que encontrei no porta mala, tentei as janelas, mas realmente o marido quis a deixar trancada e isolada do mundo, o porque eu não sabia. A moça parou de gemer de dor e me espantei até porque se ela estava com contrações, o certo seria a dor apertar um pouco mais

Christopher – Está tudo bem? – A mesma não respondeu me desesperando

Decidi colocar toda a força e consegui arrombar a janela, nisso a ambulância chegou retirando a moça gravida da casa e logo me espantei, ela estava desmaiada mas consegui visualizar com clareza que era a mesma moça que me socorreu a alguns dias atrás em frente a escola de Ana Heloísa. Me preocupei ainda mais quando notei sangue em suas pernas, não era normal aqui e era sinal de que o feto estava em sofrimento mas tentei me manter calmo

Christopher – Você? – Alisei a testa dela

Lembrei-me de dias atrás, quando ela veio me ajudar e o marido cheio de autoridade exigiu que ela não prestasse socorro caso contrário ele iria embora. Será que esse crápula cumpriu com a palavra e a abandonou gravida? Até porque não era época de terremoto naquele mês

- O senhor vai com ela?

Christopher – Não, eu vou ver se tem as roupinhas da criança, documentos... eu vou seguindo a ambulância

Entrei vasculhando tudo, contudo, não tinha nada de roupa de bebê, encontrei apenas uma bolsa a qual tinha uma carteira e um celular. Peguei tudo e fui para o carro seguindo a ambulância

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