Epílogo

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Dez anos depois

Dulce Maria 

Eu e Christopher fizemos bodas de turmalina, são dezesseis anos ao lado desse homem que sempre me fortaleceu de todas as formas, hoje deveríamos curtir um bocado, mas ao invés de estarmos indo comemorar os nossos dezesseis anos de casamento estamos vindo do casamento de Ana Heloísa, isso mesmo!

João Carlos tomou coragem no aniversário de vinte e três anos de Ana Heloísa e enfrentou Christopher pedindo a mão dela em casamento para ele que chorou durante um mês entrando em um poço sem fundo e ficou até ontem sem falar com ela por ela dizer que ela aceitava o pedido de casamento dele

Christopher – Você dizia ser coisa de criança Dulce, olha onde a coisa de criança deu – Resmungou enquanto afrouxava a gravata após o casamento

Dulce – Mas eu lembro de também ter lhe dito que elas iriam crescer amor, você precisa aceitar que a Ana Heloísa é uma mulher feita meu amor!

Christopher – Meu Vittor Fernando não dá esses problemas

Dulce – Seu filho está comprando todos os lanches da escola e vendendo pelo dobro do valor, seus problemas com ele vão ser judiciais

Christopher – Meu menino de negócios!

Estávamos na sala comentando sobre o casamento de nossa filha que mesmo que Christopher não concordasse fez questão de pagar por tudo, do bom e do melhor quando ouvimos um gemidinho baixo que tentei deixar despercebido, contudo, o ouvido biônico de Christopher detectou no ar e já saiu vasculhando pela casa para ver o que estava acontecendo

Christopher – Por que o quarto da Pérola está com a porta fechada Dulce? Eu tenho a nítida impressão que esse barulho veio daqui!

Dulce – Deve ter vindo da rua amor e você aí nessa neura toda

Falei e ele continuou marchando até parar na porta do quarto de Pérola e ouvir novamente o barulho do gemido só que mais baixinho, ato que o fez arregalar os olhos

"Pérola – Não faz isso, se os meus pais chegarem vão perceber que fugimos da festa!"Falou baixinho e Christopher ouviu invadindo o quarto

Pérola estava deitada e Peterson estava por cima dela, não estavam fazendo nada de mais, mas estavam em um amasso de adolescentes, algo que era normal na idade deles por ter o fator da curiosidade

Peterson era um menino que também tinha síndrome de Down, deficiente visual e um rapaz muito doce que sempre respeitou e fez de tudo pelo bem de Pérola que completou dezesseis anos mês retrasado

Quando eles eram pequenos ele deu um anel de brilhante para Pérola e tanto Christopher como Alessandro fizeram que ela devolvesse o anel ao menino, por um lado foi até bom pois o anel era da mãe dele. No mesmo ano Peterson saiu da escola indo estudar em um colégio fora do Brasil onde estudou até os quinze anos, logo após retornando para o Brasil, onde reencontrou Pérola quando estava vindo para casa e quase foi atropelado pois saiu sem a bengala a qual ele necessita usar por ser deficiente visual, Pérola o impediu de atravessar o salvando e desde então eles não se desgrudaram nunca mais e já estão a dois anos juntos

Christopher – Eu posso saber o que está acontecendo aqui Pérola Maria?

Não sei de onde ele tirou esse "Maria", no entanto, quando ele está nervoso sempre usa um segundo nome. Peterson morria de medo de Christopher, principalmente quando ele gritava deixando o menino assustado

Peterson – É que a Pérola estava passando mal, seu Christopher

Christopher – E, por que você estava com a língua enfiada na boca da minha filha? Eu não sou cego, eu vi! – Dei um beliscão em Christopher – Foi mau amor, não foi na tentativa de ofender o menino!

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