Washington
Forks - Forks High SchoolRose Swan
Era início da manhã. Eu caminhava preguiçosamente, refletindo sobre o que havia acontecido na noite anterior. O namorado de Bella, apesar de muito bonito, me causava uma sensação estranha, e eu teria pavor de ficar no mesmo ambiente que ele.
Não vi quando Bella entrou no quarto, e hoje acordei antes dela. Fiz o possível para que o café da manhã de Charlie estivesse pronto e tentei não fazer barulho.
Deixei um bilhete na geladeira, avisando que saí mais cedo para não me perder a caminho da escola, e comecei a caminhar sozinha pelas ruas geladas de Forks.
Encontrar o caminho foi fácil, afinal, só havia uma escola na cidade. Eu só precisei seguir os outros adolescentes, todos com mochilas nas costas.
Chegando à porta da escola, porém, percebi que não estava preparada para enfrentar o ambiente escolar. Eu tinha vergonha de tudo. Como poderia sobreviver ao dia?
Abaixei a cabeça e comecei a encarar meus sapatos, como se pudesse criar uma cratera no chão e me esconder de todos.
— Oi. — Me assustei quando uma voz melodiosa sussurrou próximo ao meu ouvido. — Você é a aluna nova, certo? A prima da Bella.
Levantei o olhar e encontrei a dona da voz. Era uma menina mais baixa que eu, com cabelos curtos.
— Ah... — Cocei a garganta antes de responder. — Sim, sou Rose Swan.
A garota sorriu, um sorriso lindo, e entrelaçou nossos braços.
— Eu sou amiga da Bella, é um prazer te conhecer. — Ela começou a me guiar para dentro da escola enquanto falava. — Pode me chamar de Alice.
Mesmo com Alice falando comigo, eu percebia os olhares dos outros alunos, me encarando como se eu fosse algum tipo de Monstro do Lago Ness.
— Quando Bella me contou sobre você, imaginei que fosse uma cópia dela. — Soltei uma risada, e Alice riu junto comigo. Seu riso parecia o som de sinos. — Mas você é bem diferente.
Apesar dos olhares que me queimavam, conversar com Alice foi uma boa distração. E isso foi suficiente até ela me deixar na porta da minha sala.
— Se quiser, podemos almoçar juntas hoje. — Seus olhos brilharam de forma esperançosa, e eu não soube como recusar, especialmente depois de tanta gentileza.
— Claro, só acho que vou me perder até o refeitório. Meu sen... — Fui interrompida por Alice.
— Seu senso de direção é péssimo? É, nisso você e sua prima se parecem um pouco. — Ela riu, mais uma vez com o som delicado de sinos, e eu entrei na sala.
༉‧₊˚✧
Minha cabeça latejava. Depois de tantas apresentações nas cinco primeiras aulas, era de se esperar que eu estivesse exausta.
O almoço foi tranquilo. Sentei-me com Alice e seus irmãos. Todos foram muito gentis comigo, mas Bella e seu namorado esquisito não estavam por perto.
Eu também não perguntei a Alice sobre eles.
Quando o último sinal tocou, liberando os alunos, me apressei para sair da sala.
Paul havia dito que viria me buscar hoje. Será que ele já estava aqui? Talvez eu tivesse que esperar um pouco.
Enquanto pensava nisso, fui espremida pelos alunos que saíam afobados das salas. O empurrão me fez tropeçar, e eu já previa mais um machucado no corpo, algo que certamente faria Charlie questionar.
Para minha surpresa, não bati contra os armários. Em vez disso, senti mãos firmes e geladas segurando meus ombros. Levantei o olhar para ver quem havia me salvado.
Era Emmett, o gigante irmão de Alice.
— Caramba, você quase levou uma queda feia. — Ele soltou meus ombros enquanto ajeitava minha mochila.
Suspirei e estiquei o pescoço para conseguir olhar em seu rosto.
— Obrigada, Emmett. Você me salvou de mais um roxo. — Sorri, ele era um cara muito legal.
A risada dele era firme e melodiosa. Seria de família esbanjar tanta perfeição?
De qualquer forma, Emmett manteve seus braços sobre meus ombros enquanto me guiava para a saída, garantindo que eu não caísse de novo. Eu ria enquanto ouvia suas piadas.
— Já pensou em ser comediante? Você tem um estoque enorme de piadas. — Perguntei, ainda rindo, quando finalmente saímos da escola.
— Você provavelmente seria minha única plateia. — Ele sorriu. — Meus irmãos odeiam meu humor.
— Deve ter sido legal... — Percebi Emmett me olhando, confuso. — Crescer com tantos irmãos.
Sempre me perguntei como seria ter irmãos. Infelizmente, sou filha única, e a pessoa mais próxima que tive de uma irmã não se importava comigo.
— Ah... isso. — Emmett pareceu desconcertado com o que eu disse. — Nós não crescemos juntos.
Antes que eu pudesse perguntar o porquê, senti suas mãos ficarem tensas nos meus ombros. Seu rosto se contraiu, e ele fixou o olhar em algo à nossa frente.
Segui seu olhar e encontrei Paul.
Ele estava com as mãos cerradas, e seus punhos tremiam levemente, como se estivesse tentando controlar a transformação.
Algo definitivamente estava errado, e eu me senti agitada, querendo descobrir o que havia deixado Paul tão nervoso.
Dei dois passos em sua direção, mas fui impedida pelos braços de Emmett, que me apertaram.
Paul tremia ainda mais.
— Rose, se eu te pedir para correr, você corre e procura Alice. — Emmett não desviava os olhos de Paul enquanto falava comigo.
Foi então que entendi: Paul e Emmett provavelmente não se davam bem. Teriam tido alguma briga no passado? Eu não sabia, mas não deixaria que brigassem.
— Tá tudo bem, Emmett. O Paul veio me buscar. — Toquei suas mãos que ainda apertavam meus ombros, tentando fazê-lo relaxar.
— O quê? — Finalmente, ele desviou o olhar de Paul e me encarou. — Você conhece ele?
Eu queria dizer que conhecia mais do que bem, afirmar que éramos algo, talvez até dizer que ele era meu namorado. Mas nem eu sabia definir o que tínhamos.
— Ele é meio que meu namorado. — A situação já estava desconfortável o suficiente. Eu só queria que aquilo acabasse logo. — Tá tudo bem. Eu vou lá com ele. Obrigada por hoje, e nos vemos amanhã... eu acho.
Emmett relaxou o aperto em meus ombros e finalmente me soltou, mas sua expressão continuava séria. Me desviei dele enquanto caminhava em direção a Paul, acenando levemente com as mãos.
Paul já vinha em passos largos até mim, e logo me envolveu em seu abraço quente.
A tremedeira havia passado, mas seu coração batia rápido, e uma de suas mãos subiu para fazer um leve carinho na minha cabeça.
— Vamos embora. — Afastei-me um pouco para olhar seu rosto, que ainda estava tenso.
O que diabos tinha acabado de acontecer?
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Hold On - Paul Lahote
WerewolfPaul nunca sentiu a sensação de conforto, esteve vivendo no escuro por muitos anos. Entretanto, o cheiro de morango o arrebentou, foi necessário apenas que a dona do aroma desse um sorriso para que uma luz iluminasse seu mundo. Rose Swan, a prima m...