Paul nunca sentiu a sensação de conforto, esteve vivendo no escuro por muitos anos. Entretanto, o cheiro de morango o arrebentou, foi necessário apenas que a dona do aroma desse um sorriso para que uma luz iluminasse seu mundo.
Rose Swan, a prima m...
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Forks - Residencia dos Cullen
Narração por Rose Swan
Quentinho, foi esse o primeiro pensamento que me veio na consciência, também senti que estava deitada numa superfície macia, e tinha alguém fazendo carinho delicadamente na minha cabeça, um cafuné. A sensação de conforto e segurança me agradava, mas logo o lembrete cruel do que aconteceu me assombrou, forcei os meus olhos até conseguir enxergar.
Eu estava em um quarto desconhecido, com as luzes centrais apagadas, mas havia um abajur em uma mesa no canto direito do cômodo. Olhei para o lado e encontrei a dona das mãos delicadas que me aconchegaram com tanto cuidado, era Alice.
— Oi, Rose. — Alice me deu um sorriso nervoso. — Estamos na casa da minha família, você dormiu no colo de Bella enquanto Emmett as trazia para cá. Tive a liberdade de cuidar do seu sono durante o período que esteve desacordada, esse é o meu quarto.
As palavras de Seth faziam mais sentido do que nunca, era impossível um ser como Alice ser ruim, e tendo a certeza disso eu soltei um suspiro trêmulo antes de passar meus braços por sua cintura numa espécie de abraço desajeitado.
— Eu sinto tanto, tanto mesmo Alice. Eu descobri sua verdadeira natureza, mas eu sei que você jamais faria mal algum. — Lágrimas escorriam pelo meu rosto como uma cachoeira.
As mãos de Alice davam tapinhas em minhas costas, como se quisesse me dizer que estava tudo bem.
— Já estou feliz o suficiente sabendo que você confia em minha índole. Eu previ há anos que seríamos grandes amigas.
Soltei Alice quando ouvi passos próximos, e logo os cabelos castanhos balançaram na minha visão.
— Vou deixar vocês a sós, acredito que ambas têm muito a conversar. — Alice levantou-se com um leve sorriso e logo se retirou do ambiente.
Bella se aproximou da cama e sentou-se ao meu lado, depois pegou na minha mão e a apoiou em seu colo.
— Eu sinto muito, Rose. — Suspirou nervosa, antes de morder os próprios lábios e continuar. — Eu me mantive afastada de você, achando que isso a manteria segura. Há noites tenho pesadelos com aquele dia que encontramos Laurent na clareira, e toda vez ele te mata de uma maneira diferente. Achei que a melhor forma de te manter segura, seria se você não estivesse envolvida comigo, mas eu falhei com você.
Os ombros da minha prima começaram a tremer, e eu notei que ela estava chorando. A sensação me deu um aperto no peito, lembrei de quando éramos crianças, travessas, querendo subir em árvores pela cidade. Bella sempre subia primeiro, me puxava depois, bancava a corajosa quando estava com tanto medo quanto eu, às vezes até mais. Mas na cabeça dela, mesmo que infantil, ela tinha que me proteger e esconder seu pavor.
Suspirei fundo e a puxei para um abraço, no final, era a primeira vez dela vivendo também, eu podia perdoar alguns erros, talvez fosse esse meu coração mole.
