-[♡]: Hospital - 6

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Forks

Reserva Quileute - Praia de La Push

Rose Swan

Lembro-me de ouvir os gritos desesperados de Bella enquanto o frio batia contra o meu rosto, e meu corpo caía em queda livre. O azul do mar se aproximava rapidamente.

Então senti: a água gelada, como se pudesse congelar cada parte do meu corpo. Tentei não entrar em desespero, mas era impossível evitar. A água invadiu meus pulmões, criando uma agonia sufocante. Eu me debatia, tentando, em vão, afastar a sensação.

Até que adormeci. Ou pensei ter adormecido. Uma voz gritava meu nome. Eu queria responder. Alguém fazia pressão no meu tórax. Eu conseguia sentir a dor.

"ELA NÃO ESTÁ MORTA!" – Eu não poderia estar, se conseguia ouvir as vozes, certo?

Como se meu corpo quisesse reagir, senti a água sair pela minha boca e, finalmente, consegui abrir os olhos minimamente.

Três homens enormes estavam ao meu redor. Entre eles, reconheci meu anjo.

— Rose? — O tom desesperado de Paul revelava que a situação era grave.

Algo fazia pressão na minha cabeça, e eu sentia uma enorme vontade de fechar os olhos novamente.

— Não, não. Mantenha-os abertos, olhe para mim, coelhinha. — Eu queria dormir. Meu corpo pedia descanso, mas Paul parecia tão desesperado que tentei ao máximo afastar o sono.

— Não se preocupe, vamos te levar para o hospital logo, está bem? A ajuda está vindo, Rose. — Suas mãos trêmulas acariciavam meu cabelo.

Mas a ideia de ir ao hospital não era nada animadora.

— Acho que... — respirei fundo, tentando encontrar forças para continuar falando. — Não será necessário.

— Não posso te mover, Rose. Não quero arriscar agravar algo. Por favor, vamos ao hospital, sim? — Eu sabia que ele não desistiria da ideia, e eu não tinha noção da gravidade da situação.

— Estou com frio, muito frio — meu maxilar tremia tanto que a pressão na minha cabeça aumentava.

— Eu sei, amor, eu sei — Paul suspirou, continuando a acariciar meu cabelo. — Embry está trazendo um cobertor enquanto a ambulância não chega.

— Você é quente — era ridículo fazer uma afirmação tão óbvia, mas as mãos quentes de Paul no meu cabelo aliviavam um pouco a dor.

Um pequeno riso escapou dele.

— Não posso te aquecer com meu corpo, você está muito machucada — o tom triste de sua voz e o desespero em seus olhos deixavam claro a gravidade da situação.

— Suas mãos diminuem a dor — o peso sobre meus olhos veio com mais força dessa vez. Eu sabia que não aguentaria ficar acordada.

— Merda, Rose. Não durma, continue falando comigo. Onde você sente dor? — era assustador como cada partícula do meu corpo doía.

— Sinto uma pressão estranha na cabeça — consegui mover minimamente os dedos até a mão livre de Paul e a segurei.

— Eu sei, é a camisa de Quill. Você bateu a cabeça na queda e causou um corte — isso explicava a sensação úmida e pegajosa na minha cabeça.

Agora suas mãos tremiam ainda mais, e provavelmente não era por causa de sua transformação. Ele não ficaria tão próximo de mim se fosse.

Desisti de tentar ficar acordada quando uma dor na perna se intensificou. Era demais. Eu só queria dormir.

— Você é lindo, sabia? — não era mentira. A pele avermelhada de Paul sempre me encantava. Perguntei-me ali, deitada na areia, se viveria para vê-lo ao sol, com sua pele brilhando.

E adormeci. Dessa vez, tive a certeza de que dormi. Pude ouvir os gritos de Paul ao longe, ficando cada vez mais distantes. Acho que até uma sirene.

°ʚ✩ɞ°

O branco do teto quase me cegou os olhos. As últimas lembranças do que aconteceu passaram rapidamente pela minha mente. Então, eles realmente conseguiram me levar ao hospital.

Olhei ao redor, notando os fios presos aos meus braços. Minha cabeça estava pesada, mas não sentia mais dor.

Ao meu lado, vi Paul. Sua mão quente segurava a minha. Eu sabia que ele não me deixaria sozinha ali.

Tentei me sentar, mas meu corpo parecia não ter forças.

Devo ter feito muito barulho, pois Paul rapidamente se moveu, e eu parei de tentar me sentar. Seus olhos me observavam com urgência.

— Você acordou — um lindo sorriso apareceu em seus lábios. — Vou te ajudar a se sentar, mas não faça movimentos bruscos.

Depois de me acomodar na cama, como se fosse uma pena, Paul sentou-se novamente ao meu lado, atento a cada olhar e movimento meu. Suas mãos voltaram a segurar a minha.

A lembrança de Bella me atingiu com força. Se eu estava nessa situação, como minha prima estaria?

— Cadê... — senti um incômodo estranho na garganta, que me impediu de continuar falando.

Percebendo isso, Paul rapidamente pegou um copo de água e me deu. Alguns goles foram o suficiente para me aliviar.

Respirei fundo e falei novamente:

— Cadê a Bella? — olhei ao redor mais uma vez e vi alguns arranjos de flores no canto do quarto.

Mas um rosnado baixo me fez desviar a atenção. A simples menção da minha prima deixou Paul visivelmente nervoso.

— A sonsa da Swan te largou aqui e foi correndo para os braços do namorado nojento — eu não entendia. O que Edward tinha a ver com isso? Ele voltou?

Notando a confusão em meu rosto, Paul começou a explicar:

— Quando vocês caíram, sua prima saiu com um pouco de ajuda do bocó do Jacob. Mas você bateu a cabeça em uma das rochas próximas e ficou inconsciente por mais tempo que o recomendado — ele respirou fundo, como se a lembrança o assombrasse. — Quando consegui te tirar do mar, acharam que você estava morta.

Arregalei os olhos com a notícia. Morta? Eu realmente não tinha noção da gravidade.

— O cachorrinho da sua prima a levou para casa, na tentativa de que ela não visse você morta —um riso irônico escapou dos lábios de Paul. — Acho que talvez ela nem se importasse. Porque ela não foi atrás de você, mesmo sabendo da gravidade do seu estado.

Senti meus olhos arderem. Bella era minha prima, minha única amiga.

Paul, notando minha reação, parou de falar.

— Não esconda nada — suspirei. — Me conte tudo. Quem é esse Edward, e por que você o odeia tanto?

— Jacob tentou impedi-la — ele continuou a história. — Disse que você estava em estado grave no hospital e que precisava dela. Mas ela simplesmente entrou no carro da sanguessuga maldita e foi para a Itália.

As informações ainda estavam se processando na minha cabeça. Itália? Sanguessuga?

— O namorado da Bella é um vampiro — meu choque devia estar visível, pois Paul apertou minha mão com mais força. — Ele e a família foram embora depois de quase matá-la.

Todos os pontos que eu estava segurando até agora soltaram de uma vez.

Hold On - Paul LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora