Capítulo 35

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Valentina

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Valentina

As horas passam lentamente, e a ansiedade me toma a cada segundo, a cada tic tac do relógio, meu corpo treme e o coração dispara, o frio na barriga parece não ter fim.

Quando finalmente são 14:00hrs começo me arrumar, não quero ir bem arrumada, pra não parecer que quero me arrumar pra ele, então resolvo vestir um look simples todo em jeans, calça, jaqueta e tênis all star branco. Já no ponto, não demora muito e um táxi passa vazio.

Quando o carro para e desço em frente a empresa, minhas pernas tremem, meu coração que já estava acelerado parece que vai sair pela boca.
Chego na recepção dou boa tarde a recepcionista e pego o elevador que parece está subindo em câmera lenta, bato o pé no chão de braços cruzados tentando me acalmar.

Todos me encaram uns surpresos outros com curiosidade, quando saio do elevador. Fazem menção de virem até me, mas falo que conversamos depois, tenho assuntos mais urgentes para tratar.

Ao chegar na minha mesa fico surpresa por não ter ninguém, nem uma substituta temporária, então a passos lentos vou até a porta dele, ergo a mão para bater e me detenho por alguns segundos criando coragem, por fim decido encarar de uma vez por todas, e bato na porta.

Não ouço o seu tão costumeiro "entre" mas sim a porta se abrindo de imediato como se ele já estivesse atrás dela.

O choque é tão grande que eu quase caio para traz no entanto consigo me manter de pé, ficamos assim, parados na porta nos encaramos incapazes de falar qualquer coisa. Ele está pálido e parece mais magro os olhos mais fundos.

Uma vontade de correr para os seus braços me toma repentinamente, uma saudade dolorosa, mas no mesmo momento uma enxurrada de pensamentos ruins ivandem minha mente e me levam de volta ao dia em que lhe contei que estava grávida.

Primeiro fui totalmente ignorada por ele como se eu fosse um nada, me desprezou completamente me virando as costas, no momento em que eu estava totalmente em pânico, frágil e venerável, afinal engravidar aos dezenove anos não estava em meus planos. Depois despejou suas palavras duras e cruéis.

__ Meu amor, eu pensei bem, e o melhor que a gente pode fazer é interromper a gravidez.
__ Mas está no início, nem é um bebê ainda, se você tirar agora não vai fazer diferença nenhuma.
__Isso só atrapalha a nossa vida, estava tudo perfeito até agora. Eu não quero!
__Você sabe que eu nunca quis isso... Não quero um filho meu por aí.

"Isso" essa palavra doeu e ainda dói, ele falou como se o bebê fosse uma coisa qualquer.

Eu ainda estou com muito ressentimento, não pensei que estaria tanto, mas só em ficar frente a frente com ele percebo que isso tudo ainda me machuca, como uma ferida não cicatrizada sendo cutucada novamente.

__ Valentina... __ sussurra meu nome com devoção. __ Entre, por favor. __ diz me dando passagem.

Entro meio ressabiada, esfregando as mãos na outra ele fecha a porta e se aproxima um pouco.

Desejo IncontrolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora