Ataque surpresa

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Emma Narrando

No primeiro raio de sol, na aurora da manhã, eu e Pedro descemos do nosso posto de mãos dadas. Durante uma rápida refeição, contamos nosso plano para Edmundo e Susana, que ajudaram com mais ideias. Agora já nos restava dividir com os outros o plano.

— Vai ser só questão de tempo até que os homens de Miráz nos ataquem. - Pedro fala chamando a atenção de todos para si.

Estamos eu, Pedro e seus irmãos, menos Lúcia, no centro do circulo de soldados. A destemida estava sentada no que restou da mesa de pedra, aquela que no passado Aslam tinha morrido e ressuscitado. Sim, nosso abrigo se localiza lá.

— O que sugere que façamos, Majestade? - Ripchip, o rato mais corajoso, pergunta com uma voz suave.

— Atacar o castelo...

— Começar a planejar para...

Pedro e Caspian falam juntos, eles se entre olham. Pedro semicerra os olhos e todos ficam em silêncio. Sei que não sou a única a sentir a rivalidade entre os dois crescer. Pedro definitivamente estava se sentindo ameaçado, mas Caspian também não esta em seu direito, afinal ele é um telmarino, faz parte do povo que invadiu nosso lar e o transformou no que restou hoje. Conheço Pedro para ter certeza que ele e seus irmãos tem a capacidade de reerguer Nárnia novamente.

Caspian não tem direito de reinar nessas terras. Não ainda.

Edmundo se mexe desconfortável ao meu lado, conheço o moreno a um tempo para saber que segurava um riso. Eu limpo a garganta, Caspian deu um passo para trás e baixou a cabeça. Pedro prosseguiu.

— A única esperança é atacar antes que nos ataquem.

— Isso é loucura. Ninguém jamais tomou o castelo. - Caspian não consegue ficar quieto e ouvir, admiro sua coragem.

— Sempre tem uma primeira vez. - Pedro rebate.

— Teremos o elemento surpresa, se formos organizados vamos tomar o castelo antes que percebam. - falei, ficando ao lado de Pedro.

— Mas temos a vantagem aqui. - insiste Caspian.

— A vantagem de morrermos soterrados? - rio de escárnio e olho para Pedro, seus olhos azuis me mantinham calma.

Normalmente eu consigo me manter calma com soldados novos, com guerreiros como Caspian, com batalhas batendo a porta. Mas, tudo isso está me deixando com o temperamento irregular, sem paciência. 

— Olha, eu agradeço o que fizeram aqui, mas isso não é uma fortaleza. É uma tumba. - Pedro me apoia, olhamos esse lugar do mesmo jeito. 

— Espero que todos estejam em forma. Por que temos um plano que será infalível se for seguido severamente. - Susana fala dessa vez e parece que consegue manter Caspian calmo.

— Conhecem minha opinião, majestades. - Ripchip diz, fazendo reverencia.

— Se eu entrar com sua tropa, pode lutar com os guardas? - Pedro se aproxima do líder dos centauros.

— Vou morrer tentando, Soberano. - ele responde.

— É isso que me preocupa. - Lúcia diz e eu a olho pedindo que prossiga — Estão agindo como se só houvesse duas opções. Morrer aqui ou morrer lá.

— Acho que você não ouviu direito Lú... - Pedro é cortado.

— Não, é você que não ouve. - ela reage e me olha em seguida com olhos molhados — Você matou a feiticeira, Emma. Todos são gratos por isso. Mas... Aslam trouxe a primavera, ele salvou os prisioneiros e ele trouxe a paz. Precisamos dele agora.

— Então onde está ele, Lúcia? - pergunto, meus ombros relaxam, cansada — Não posso... não podemos esperar por ele quando tudo que construímos foi destruído na nossa ausência. Temos essa chance agora e se não agirmos vamos perder.

— Já esperamos muito por Aslam. - Pedro fala.

[...]


Após contarmos o plano todo, dividirmos os afazeres para todos, eu fui me preparar. Eu fiquei com a parte de prender a maior parte de soldados da ala sul antes de abrirem o portão, que ficou com Caspian a responsabilidade. Escolhi Callen para me ajudar, assim sobraria mais tempo para chegarmos ao portão e lutar com o restante. Ou quem sabe, tomar o armamento deles, os impossibilitando de lutar.

Rising Dawn - Aurora | NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora