Caspian X

1.7K 145 24
                                    


O anão de barba alaranjada e olhar duro porém abatido, andava a frente da fila, enquanto Lúcia e Susana estavam logo atrás, a menor olhava a água do riacho a baixo, fria e calma, para as árvores, tão quietas e secas.

— Elas estão tão quietas. - diz a rainha destemida.

— Quem? - o ranzinza questiona.

— As árvores.

— Ah, elas dormiram tão profundamente que nunca mais retornaram.

— Eu não consigo entender... - Lúcia franziu o cenho, parando de andar, todos também pararam para a olhar.

— O que Lú? - Pedro pergunta.

— Aslam... - ela ainda estava com o pensamento perdido.

— Como ele pode deixar isso acontecer? - Emma pergunta, entendia perfeitamente a menor — Acho que algumas coisas acontecem por alguma razão. Quando encontrarmos ele, vamos saber.

Eles voltaram a andar, Lúcia ainda parecia confusa e chateada, então acabou ficando para trás. Ela caminhava olhando para o chão, mas achou ter ouvido um galho quebrar, olhou para o outro lado no rio, vendo a sombra de uma juba dourada, era ele! Até a sensação de estar em sua presença era a indecifravel.

— Aslam! - ela sorri abertamente e correu até a beira do morro onde logo abaixo tinha o rio correndo, ela se virou alegre — Peter, Emma! É ele!

Todos se viraram para olhar, confusos e esperançosos. Mas, seus semblantes não ficaram alegres como de Lú, que se virou e não encontrou mais seu amigo.

— O que Lúcia? - Pedro franziu o cenho.

— Aslam, estava bem ali. - apontou — Ele queria que o seguíssemos.

— Lúcia, eu não sou tão louca de pular um penhasco. - Susana responde.

— Existem muitos leões nesse bosque... - Trumpkin foi interrompido.

— Acho que reconheço Aslam quando o vejo. - Lúcia responde áspera — Não sou louca, eu o vi!

Emma soltou da mão de Pedro e foi até a menor, colocou a mão em seus ombros e olhou onde ela havia apontado.

— Acredito em você. - a guerreira responde.

— Eu também. - Edmundo fala, os irmãos mais velhos o olharam — Da última vez que não acreditei em Lúcia, me arrependi profundamente.

— Bom, talvez exista uma forma diferente de passar o penhasco sem ter que contorna-lo. - Emma diz, e se movimenta na beira junto com Lú para olhar para o rio.

No momento que se movimentam, o solo sob seus pés sede, elas gritam, Emma abraça Lúcia com força e elas caem cerca de um metro a baixo. Pedro, Ed e Susana se aproximam do buraco que elas caíram, na margem do penhasco e olharam preocupados para baixo.

— Estão bem? - Pedro pergunta.

— Sim... - Emma responde e olha para Lú com um sorriso — Veja só, encontramos um caminho melhor.

— Graças a Aslam. - Lú sorriu olhando para os irmãos e para o anão.

Elas haviam caído em um tipo de margem do penhasco que se formava uma escada até a baixo, e lá tinha um caminho de pedras para atravessar para o outro lado. Eles seguiram caminho até escurecer, onde fizeram uma fogueira na floresta para acamparem.

...

Emma abriu os olhos com um estalar de madeira. A primeira coisa que viu foi o rosto magnífico de Pedro, adormecido e pacifico. Um sorriso foi inevitável, quando se mexeu para se sentar, percebeu a mão dele no seu quadril, ela colocou a mão sobre a dele e fez um carinho.

Rising Dawn - Aurora | NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora