Rising Dawn - Aurora | Nárnia

No luar

O caminho até onde o pequeno exército estava instalado, foi de certa forma tranquilo. Pedro, Caspian, Edmundo, Cass Callen IV e Emma conversavam sobre os armamentos e a história dos Telmarinos em Nárnia.

Emma sentiu em muitos momentos um aperto leve na mão, Pedro buscava apoio em Emma enquanto escutava tudo que Nárnia, seu povo, seu reino passou sem ele ali, sem os irmãos e Emma. Ela conseguiu ver ele travar o maxilar, estava sendo muito difícil vê-lo se culpar. E ela o compreendia, perfeitamente, porque também se culpava.

[...]

— "Você estava certo em temer a floresta" - leu em voz alta, Miráz.

— "X"? - indagou Lord Sorpespian.

— Caspian, o décimo. - responde desviando seu olhar da carroça de armamentos que fora roubado durante a noite passada.

— Me perdoe, meu lorde. A culpa é minha. - diz Glozelle baixando a cabeça.

— Eu sei. Me diga, general, quantos homens você perdeu?

— Nenhum. - responde desviando o olhar para o chão.

— Nenhum? - ergue a sobrancelha em suspeita.

— Eles vieram como fantasmas. Na calada da madrugada. Ninguém poderia ter visto. - se justificou, um pouco envergonhado de sua falha.

Miráz repulsou o rosto, antes de falar alguma coisa para seu general, ouviu seus soldados a volta se agitarem. Um caminho se abriu e um grupo de trajes escuros se aproximou com uma postura imperial de se temer. Lord Miráz os reconheceu. 

— General Scar... o que traz Calormânia até aqui? Em meus domínios. - ergue a sobrancelha com superioridade.

— Lord Miráz, acredito que o senhor tem conhecimento dos bem feitos de Calormânia em todos nossos anos de vitória e até mesmo nos anos das trevas em que tivemos que abaixar nossas cabeças para pirralhos em tronos de ouro.

— Ouvi as histórias. Humilhante.

— Pois bem. - o general Scar começa a andar ao redor de Miráz — Chegou em nosso conhecimento que fantasmas do passado retornaram, graças ao seu sobrinho, o príncipe.

Um burburinho entre os soldados a volta deles começou, desacreditados e apavorados pela revelação.

— Meu rei tem o prazer de oferecer ajuda para defender seu reino de tais fantasmas. - finaliza parando em frente a Miráz.

— O que faz seu rei achar que meu reino precisa de ajuda, general Scar? Podemos muito bem dar conta de algumas lendas de criancinhas.

— Miráz, não nos entenda mal. Sabemos o quanto vocês são grandes e fortes. Mas, nenhum dos seus soldados é forte o suficiente contra a Aurora do passado. Aquela que sozinha tem a força de cem homens.

— O que você realmente quer, Scar? - Miráz engoliu em seco, sabia muito bem sobre as histórias  e torcia que não fosse tão sério quanto aparentava ser.

— Nós ajudamos a defender seu reino, em troca queremos a Aurora como nossa prisioneira na primeira oportunidade que tivermos.

— E como pretende capturá-la como prisioneira, se nem mesmo os meus soldados são páreos?

O sorriso de Scar se enriqueceu, ele deu um passo para trás e olhou para o seu lado direito. Um rapaz alto e forte com uma máscara de ferro forjada com detalhes semelhantes com presas pontudas, o soldado tinha um tecido vermelho e velho amarrado na cintura ao lado da espada.