Capítulo 09. Ivan: Devo ficar ou devo ir?

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Entrevista 06. Transcrição entrevistado: Ivan

Ivan: -Na Festa Celeiro depois de ter guardado o diário no cofre do hotel, eu preferi ficar mais afastado dos demais, bebendo próximo ao balcão do bar, tentando me esquecer daquele maldito diário. A certa altura da noite, eu encontrei a Débora sentada do lado de fora do celeiro. - Me pergunto, o que faz uma moça como você perdida por aqui? - Ela parecia querer uma trégua. - Admirando a beleza da natureza Ivan. - Me aproximei e conversamos alguma coisa sobre a  floresta que estava a nossa frente.

Ivan:- Débora, a pouco, eu estava me referindo a você estar sozinha nessa cidade, fiquei curioso. - Ela apontou para a direção do parque florestal. - Vim para esta cidade para realizar um sonho.  - Eu vi ali uma oportunidade. - Eu  vou ficar aqui alguns dias, se você quiser dar algumas voltas, sem compromisso, posso te apresentar alguns lugares e pessoas. Podemos nos divertir juntos. - Ela respirou fundo e se levantou. - Eu agradeço Ivan, mas, nos próximos dias eu prefiro ficar por aqui. - Eu  já estava impaciente. - Quando vou conseguir a sua atenção gatinha fujona? - Acho que chegamos ao ponto Ivan, que eu estava evitando, mas, já que insistes... gatinhas são felinas, quando eu quiser caçar, definitivamente eu não quero agora, prefiro caças mais difíceis, agora, se me dá licença, eu não tenho mais nada para admirar aqui. - Eu pensei comigo mesmo. - Chega.

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Ivan: Dois dias depois da festa celeiro,eu voltava de uma cavalgada no início da manhã, encontrei Leandro sozinho no lado de fora do estábulo de cavalos. - Sério Leandro? Ainda se escondendo para escutar atrás das portas?- Ele apontou para o interior do lugar. - Shiiiii! - Reconheci a voz da Débora, parecia falar sobre mim. - Passa para lá. - Empurrei Leandro para trás. - Foi o que eu ouvi, ele passou a noite com uma hóspede no quarto. - Ela convervava com a Carol.  - Depois de convida-la para sair Débi ? - As palavras da Débora mexeram comigo. - Com as mulheres, ele é um babaca. Simples assim. - Carol parecia rir. - Ele está deixando claro o que quer, e você?

Ivan: Débora falou- Eu quero é achar um lugar para alugar, você me ajuda? - Carol respondeu. - Pode ser amanhã? - As vozes se distanciavam aos poucos.  Débora falou. - Quase ia me esquecendo, vou guiar um passeio hoje, e vi o nome dele e dos amigos na lista, eles ainda estão para confirmar. - Olhei para o Leandro. - Por que meu nome está nessa lista Leandro? - Perguntei baixinho para o miserável que ria.  - Vai ser dificil aturar aquele sedutor de araque.  - Sussurrei em resposta. - Mulher impulsiva. - Ela continuou. - Homem  que se acha, o riquinho metido a bad boy, se pensa que eu vou fazer parte do seu cortejo de quengas. Sem chance. - Na hora pensei, sério? Alguém conseguiria calar a boca daquela mulher? Trinquei os dentes e murmurei. - Sua Linguaruda, barraqueira, insuportável! O que ela sabia da minha vida?

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Ivan: Gata complicada. Eu estava decidido a não ir, não estava interessado em entrar em qualquer tipo de jogo com aquela mulher, mas, sei lá , quando Rafael passou no meu quarto com os rapazes me convidando para ir, me perguntei, e se eu for? Algumas horas depois, todos nós saímos do estábulo, seguimos em direção a mata que estava fechada, Débora nos reuniu para dar algumas orientações, sempre observada por Renato, o guia turístico mais experiente.

Ivan: - No início, ela estava um pouco distante de mim, na verdade, todos estavam distante de mim, eu confesso que minha expressão deveria estar bem carregada, por que, nem as crianças que são naturalmente seres nefastos, pouco se importam se o mundo está desabando ao seu redor, não quiseram brincar perto de mim. Às vezes, eu me pegava observando, eu tentava disfarçar a minha atração e revolta com as grosserias daquela mulher. Com o passar do tempo o motivo do meu interesse por ela foi se tornando outro. Era inegável que a Débora parecia estar em casa naquele lugar.

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