Capítulo 39: Dívidas e Vinganças

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- Dê-me a maldição.

Aquelas três palavras mudaram o curso da história deles, Cassandra não podia acreditar que ele se sacrificou por ela. Ela sabia que ser um vampiro imortal era tudo que Enzo sabia ser, era sua essência, seu âmago, era ele.

Então o que ele seria sem o vampirismo?

Assim que recuperou do susto, correu ao vampiro e agarrou-lhe pelo braço, fazendo o girar pra ela, pôs as duas mãos em seu rosto. – Enzo... - foi tudo que conseguiu dizer, sua garganta fechou e lágrimas brotaram no canto dos olhos, pois sabia o que aquilo significava.

O Enzo que ela conhecia morreria, estava disposta a trocar a vida do seu consorte pela de sua irmã? Contudo, não foi ela que tomou essa decisão, essa decisão foi tomada por ela, ela viu em seus olhos que nada que ela dissesse mudaria sua decisão.

Só de pensar que ela duvidou dele, que deixou-se influenciar pela maldita mística do mal, que... bloqueou tudo e simplesmente o beijou, beijou-lhe como se fosse o último beijo que ela daria a ele, o último beijo nessa vida, a última vez que ela saboaria seus finos lábios rosas, a última vez que...

Não teve tempo de aprofundar e dizer tudo que sentia naquele beijo, pois uma força invisível a arrancou dos seus braços e o vampiro foi alavancando ao ar, ela engasgou, sentindo a força daquele poder absoluto.

Naquele momento algo a atingiu, seu dom dominou-a completamente e pela primeira vez ela sentiu tudo que Enzo sentia e foi... exuberante, fora desse mundo, embriagador, só havia amor por ela, paz em saber que ela ficaria bem.

Amor... o maldito vampiro! Ele a bloqueou todo esse tempo e só agora, em sua hora final e mortal a deixava entrar pra a bombardeá-la com esse tanto de emoção. Naquele momento sentiu raiva dele e tudo que conspirou para aquele momento. Aquele sentimento borbulhou dentro de si, impulsionando-a a lutar, se o vampiro quisesse morrer, não seria por causa dela!

– Enzo, não! Tem que haver outro jeito.

Yasmin gargalhou, - acho pouco provável empata. Mas olha só para isso, a pequena empata em pleno Sumo. Intoxicante não é, - disse toda eufórica. - Todo esse poder... podes sentir?

Como Yasmin soube o que ela mal percebia que acontecia com ela, não soube. Todavia poderia sim, contudo, por mais fascinante que o seu aparente despertar fosse ― nunca pensou que chegaria a esse estado, na Irmandade sempre disseram que ela nunca poderia atingir tal estado ou se perderia e o mais agravante se tornar uma deles, mas esses traumas e doutrinas antigos pouco importavam agora.

- Yasmin, por favor, não faça isso, eu... - rogou.

- Tarde de mais pequena espia. – O sorriso morreu.

Com aquilo Yasmin lançou seu feitiço ao vampiro num rápido movimento de mãos e palavras estrageiras a ela, o seu vampiro começou a secar diante de seus olhos, com se estivesse sedo drenado de todo sangue, uma mumificação em tempo real.

Ela tentou alcança-lo, gritando e debatendo-se para que fosse forte suficiente para salva-los, porquê que não escutou Enzo quando ele disse pra ela se transformar em uma Sacerdotisa, quem sabe ela não seria forte o suficiente agora e poder-lhes-ia salvar.

Aquilo foi sua destruição, caiu de joelhos e começou a chorar culposamente não conseguindo fazer nada pra aliviar o sofrimento do seu amado, odiando-se tanto naquele momento, lembrou-se da última vez que se sentiu tao imponente assim ― quando sua família foi brutalmente assassinada e foi introduzida ao mundo sobrenatural e quis morrer não conseguido lidar com todo as emoções avassaladoras, mas no meio de aquele turbilhão, um sentimento profundo e denso chamou-a a superfície e notou que era o seu vampiro, abriu os olhos focou nele e foi quando ouviu e sentiu a força de suas sussurrantes palavras, - eu te amo.

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