21: Director Themba

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Com um olhar curioso e intrincado, Themba assistia pelo vidro fumado e protector de visibilidade unilateral o questionamento do Regente da Casa Corvus, apreciava a resiliência do vampiro em não ceder, por mais persuasão que Artur utiliza-se, tinha que reconhecer, o Regente era duro de quebrar.

Pois Imortais grandiosos já haviam cedido com muito menos pela mão pesada de Artur, contudo este vampiro, continuava não abrindo a boca, pelo menos não para dar as respostas que eles queriam, somente para enche-los de gritos e gemidos dolorosos.

Mas por hora ouvir o sofrimento do vampiro trouxe um sorriso nos lábios escuros do Director da Irmandade da Luz. – Desse jeito, ele vai acabando matando o vampiro. – Alguém murmurou com pesar.

Themba rapidamente desviou o olhar para dona da misericórdia, e claro, só poderia ser Marta, mais conhecida como coração de manteiga. Como a pequena mulher ainda resistia na Irmandade com sua tamanha bondade, era perplexo a ele.

- Algo a dizer Irmã Marta? – Perguntou altivo.

A sala toda focou-se nela, esquecendo temporariamente do vampiro doutro lado do vidro que ainda sofria com as tácticas de persuasão do Artur e esta petrificou, inconfortável com a mudança do centro de atenção, - pois bem? – Themba alfinetou.

- Eu... eu..., - engasgou com os olhos assustado, mas o olhar duro do director fez que a coitada deita-se tudo pra fora, sem travão ou respirar, num compasso rápido. – Eu só acho que se até agora Comandante Artur não conseguiu extrair informações que precisamos do Regente, então... - deu uma longa tragada de ar, - esse... método, - hesitou, - talvez não seja o mais certo para este caso. – Ultimou incerta.

Themba levantou uma sobrancelha ao alto, - alguma sugestão?

A coitada engoliu em seco e disse baixinho, - talvez o vampiro, comunique-se melhor com a Irmã Cassandra.

Murmúrios explodiram coisa que irritou Themba.

- E porquê? – Sua voz calou todo mundo.

- Foi só uma sugestão, Director. – Prontamente o ratinho assustado remediou.

- Anotado Irmã, - disse, desviando o olhar de volta ao vampiro, onde ele e Artur continuavam no escuro ante a conversa que decorria desse lado, contudo, a inépcia de Marta o deixou pensativo, decerto que aquele método não estava a funcionar, e pelo status do parasita não poderia mandar arrancar os incisivos ― único ponto que vampiros não regeneravam ― pois isso trairia consequências graves a Irmandade, mas do que eles estavam aptos a.

Então, realmente tinha que mudar de táctica, a sugestão dela não era de todo mal, ele só precisava mudar alguns pontos. Com a voz altiva deu a ordem ao Irmão que estava a mesa do controlo, - diga a Artur pra cessar a secção, ponham o vampiro em condições de aguentar o meu questionamento, o quero em 30 minutos na minha sala pessoal de questionamento.

Mais uma vez silêncio governou a sala de controlo, só com os ocos grotescos de dor que vinha dos altifalantes do vampiro.

Themba ficou irritado, - e porquê que ainda estão todos olhando-me com cara de espanto e não tratando da minha ordem.

- ... Desculpe Director, - vários murmúrios ouviram-se e a sala explodiu em actividade, cada um fazendo o que era devido de modo que suas ordens fossem rapidamente executadas.

Assim que a sua ordem foi dada a Artur, este parou no meio da tortura, com prata líquida pronta pra despejar na pele já maltratada com raios ultravioletas do vampiro e cruzou o olhar directamente a Themba, mesmo com os vidros fumados, o samurai conseguiu localizar seu director.

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