25: Julgamento da Cassandra

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Com um longo suspiro, Cassandra abraçou a coragem dentro de si e entrou no corredor da morte, o infame corredor, todo estreito e exageradamente iluminado pelas luzes fluorescentes que chegavam a cegar quando os raios batiam na parede branca, passando a imagem exacta do que significava caminhar aquela solitária marcha: morte.

Pois o caminho a Sala de Julgamento era pouco percorrido e normalmente um bilhete de uma viagem só, poucos foram os irmãos que retornaram dessa empreitada. Era sempre um grande acontecimento quando alguém percorria o corredor da morte para enfrentar o julgamento... monumental, a marcha era transmitida a todos irmãos mundialmente, mas o julgamento em si, mantido a portas fechadas, só com a presença dos Guardiões e as testemunhas chaves.

Estava grata por o motivo de seu julgamento não ter sido divulgado aos pelos 4 ventos na Irmandade, seus irmãos só sabiam que ela tinha pisado na bola, concretamente o que fez, só o círculo fechado sabia e esses não se atreviam a abrir a boca e ir contra as ordens de Themba, por conta disso, inúmeros boatos surgiram, graças a Marta mantinha os ouvidos abertos.

Cassandra, a Van Helsing, estava caminhado pelo corredor da morte, sem sombra de dúvidas ela era o acontecimento do século, por isso não culpava seus irmãos das absurdas especulações ao seu respeito, pois ela sempre foi a condecorada caçadora, a implacável, um exemplo a ser seguido, a irmã na linha de frente, a... por todos títulos que tivesse, isso pouco lhe valia agora, pois a sua hora havia chegado, e estava na hora de enfrentar a música.

Themba prometeu. Respirou, aliviando um pouco de estrese ao lembrar-se das palavras do seu mentor, mas dúvidas insistiam em transbordar seu cérebro: será que ele conseguirá, Themba é um e único e os Guardiões querem sangue, Ilana não vai deixar Themba vencer, você fez a sua cama quando decidiu aninhar-se com o inimigo, como sairei dessa...?

CHEGA!

Parou um segundo, esqueceu de tudo, fechou os olhos, respirou fundo e focou-se no porque precisava manter-se viva e sair dessa, Enzo e Alice precisavam dela ainda, e ela não iria desistir deles!

Mesmo com medo, mas confiante, livrou-se de suas dúvidas e continuou a marcha, alcançou seu destino e sem pensar muito, antes que as inseguranças voltassem a corroer sua resolução, abriu a leve porta escura no fim do medonho corredor a câmara de julgamento.

Rapidamente esticou-se, fixando uma postura forte e emanando assertividade, sabia muito bem que não podia parecer culpada, portanto tinha que encarnar aquela caçadora orgulhosa que sempre foi.

Assim que a porta fechou-se, escuridão envolveu-a em todos ângulos, bloqueando sua visão, coisa que desequilibrou-a, nem em sua empatia podia contar, pois a ordem tomou medidas ante isso, antes mesmo de ponderar que passo dar, as luzes ascenderam iluminando a imensa sala, machucando seus olhos.

Depois de várias piscadelas, ambientou-se a intensidade da luz e conseguiu enxergar, nervosismo tomou conta de si, quando viu quão imensa, aristocrática, régia e opulenta era a câmara, parecia que ela estava numa arena, onde era o ser inferior em baixo, ao alto vinha bancos em sua maioria vazios, a não ser por alguns vultos e quando os grandes monitores ascenderam e luzes brilharam em 5 spotligths diferentes, formando um círculo, estremeceu de ansiedade.

Com certeza os que estavam a monitorar o batimento do seu coração devido ao sistema que instalaram nela, mas a minúscula escuta, deveria estar achando graça do seu terror, desviou seu olhar primeiro aos monitores, que mostraram 3 Guardiões que bem conhecia, respectivamente, Aniza da Ásia, Ricardo das Américas, Sebastian da Oceânia, todos eles elegantes e imperiais na conferência de vídeo em grandes monitores com movimentos flexíveis de última geração em termos de tecnologia, para que todos pudessem ver.

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