🕊Escolhas🕊

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Que o imprinting era uma maldição ninguém concordava.

Ele só servia para dar finais felizes aos garotos. Quem inventou essa merda na certa deveria ter sido um machista escroto.

Seus ancestrais não estavam nem aí para ela. Tanto faz como tanto fez ela estar feliz ou na merda do fundo do poço.

E era assim que ela se sentia atualmente. Represada e trancafiada no fundo do poço, com a água lhe chegando ao pescoço.

Para o menos mal, ou talvez o que o destino chamava de sorte, ela já havia se livrado da escola, se livrado dos aborrecentes tóxicos da escola da reserva há três anos, ou do contrário estaria sofrendo com piadinhas chulas.

Tudo que ela mais desejava era poder desaparecer dali, esquecer La Push, esquecer o que o idiota do seu ex lhe fez.

Além de estar arrasada por tudo que Uley a causou, ainda tinha que lidar com as insinuações de sua mãe, dizendo que era melhor assim e que ela não deu o valor merecido.

Sue não sabia de nada. Ela só queria se ver livre da filha. Mas ainda assim ela não julgava a mãe, a quileute já tinha trabalho demais lidando com as tramóias e rebeldias de Seth.

Harry a olhava todo o tempo com pesar, como se dissesse com os olhos que sentia muito pelo que aconteceu, diferente de sua mãe seu pai respeitava sua dor e ficava em silêncio.

Tudo bem ser tratada como a cretina que não aceita o fato de ter sido trocada por outra, pelo simples fato de não conseguir segurar a porra de um homem

Leah não estava com paciência para lidar com mais nada.

Ela só queria que tudo fosse pelos ares e que Sam fosse para o inferno juntamente a Emily - ela não precisava deles e não seria agora.

Ali encarando o painel de vôos e desembarques, Leah se perguntou milhares de vezes o que estava fazendo.

Fugindo.

Ir para Nova Orleans parecia seguro.

Ela encarou nas mãos a carta de aceitação da faculdade, a mesma que ela menosprezou por longos meses, a mesma que menosprezou quando decidiu achar estar apaixonada por Uley - mas depois do que aquele filho da puta lhe causou, aceitar era a escolha mais sensata.

Oito anos fora daquela cidadezinha hostil, o mais distante possível daquela reserva maldita, daquela matilha e de seu líder malditos, parecia bom.

Ela sobreviveria.

A última chamada para o embarque.

Leah se levantou passando a alça da mochila nos ombros, apertou o envelope que continha a carta da faculdade dentro e respirou fundo.

"É isso mesmo que você vai fazer? Fugir feito a cretina que todos pensam?" - lá estava a vozinha clandestina que ninguém pediu a opinião.

- Eu não posso engolir com cerveja barata a felicidade dos dois.

"Mas pode fazer melhor que isso ficando e matando os dois na unha."

- Vai se foder e me esquece.

As pessoas ao seu redor a olhavam assustados e cochichavam umas com as outras, enquanto seguiam para o portão de embarque. Na certa achavam que estavam prestes a embarcar no avião com uma esquizofrênica.

E eles tinham razão. Com quem diabos ela estava falando?

Parando para pensar melhor, aquela vozinha irritante tinha razão.

Partindo ela só estaria dando motivos para rirem dela pelas costas. Dando motivos para o imbecil do Sam se exibir a todos com a nova companheira.

Mas se ele achava que seria fácil assim se ver livre dela, ele estava muito enganado. Ainda veria muito aquele rostinho lindo.

Leah amassou a carta de aceitação e a atirou na lixeira mais próxima. Talvez ela fosse se arrepender amargamente pelo resto de sua vida por estar jogando no lixo seu futuro, mas sua vida já estava ferrada em todos os sentidos.

Se era isso que seus ancestrais tinham reservado para ela, ela estava mais do que preparada para enfrentar.

Ela encarou o interior de seu quarto da porta, ainda teria muito o que viver ali. Arremessou a mochila na cama e saltou pela janela, se transformando.

IMPERMEÁVEL- LEAH CLEARWATER Onde histórias criam vida. Descubra agora