Visita

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Próximo passo, independência financeira, já que na emocional ela estava trabalhando.

Leah ouviu quando disseram que precisariam de uma ajudante na lanchonete.

O salário não era lá essas belezas, mas daria um fim na sua dependência dentro de casa, não que seu pai se importasse em dar-lhe uma mesada.

Ela visualizou o saquinho amanteigado em suas mãos e encarou a oficina pela terceira vez antes de entrar nela.

— Ih! — surpreendeu-se Jacob, quando ela colocou o saquinho de hambúrguer na frente dos olhos dele. —  Se continuar com isso vou achar que quer me usar como... — ele negou, quando percebeu que ia falar baboseira. — Nada, esquece.

— Comecei a trabalhar na lanchonete, só isso.

— Desde quando? — perguntou quase ao mesmo tempo que abocanhou o lanche.

— Desde hoje.

— Traz mais batatas fritas na próxima.

Ainda por cima era exigente, ela fez um favor trazendo aquele e pelo cheiro estava delicioso.

— Mal-agradecido. — resmungou ela, dando às costas.

— Aonde você vai?

Leah se virou com um sorrisinho matreiro.

— Vou fazer uma visitinha a minha priminha, queridinha.

  — Não vai aprontar... — balbuciou ele, enquanto mastigava.

— Aprontar?! — inqueiriu, se fazendo de desentendida. — Perto do que me fizeram...

— Boa sorte, então.

Ela não precisava de sorte. Ela fazia sua própria sorte.

As risadas eram escandalosas e ela nem precisava checar para saber de quem eram.

Emily estava sozinha.

Essa seria a chance de falarem de igual para igual.

Sam estava protegendo sua querida, protegendo-a de ser vista com a cicatriz que ele mesmo a causou.

— Leah?! — a surpresa de Emily lhe caía perfeitamente como um fingimento.

A Clearwater analisou milimetricamente a cicatriz que a outra desastrosamente tentou esconder.

— Você ficou bonita. — o cinismo que Leah usava era gritante em seu ego. — Combina com você ela.

Emily ainda mantinha a expressão ridícula de assustada no rosto.

Leah por outrora não esboçou qualquer reação positiva a seu respeito, tudo que Emily lhe causava era repulsa total.

— Não... — titubeou a mulher.

— É a minha vez de falar. — cortou-a Leah.

— Só quero que saiba que não fui eu...

— Eu mandei calar a boca, não ouviu?! — gritou Leah. Talvez gritando ela a ouvisse. — Eu só vim aqui te agradecer pelo favor que você me fez. É uma pena ele ter feito isso aí no seu precioso rostinho. Mas, toda vez que olhar para ela no espelho, se lembrará de onde se meteu e o que causou.

— Leah...

— Eu ainda não acabei. — a sombra de decepção era profana nos olhos de Leah. —
Talvez eu seja mesmo uma azarada, talvez eu não tenha nascido com a mesma sorte de todos em encontrar um amor e ser amada como tem que ser. Você pode enganar a todos com esse fingimento, com esse seu jeitinho de santa, mas não me engana, Emily. Eu deveria destruir essa relação de vocês, porque tudo isso aqui seria meu. Eu poderia te chutar para longe daqui e assumir tudo que me roubou, mas seria fácil demais. Os ancestrais me odeiam, só pode.

E ainda diziam que essa coisa toda de imprinting servia para trazer a felicidade, onde entra quem é trocada descaradamente?

— Eu nunca quis isso, Leah. Eu não tive escolha.

— Não teve?! — o sorriso de desgosto preso no rosto de Leah, dizia muitas cousas, principalmente "cuidado". — Você teve a chance de ir embora quando soube, você teve a chance de dizer não, você sabia que ele era meu namorado, mas mesmo assim quis ficar e arruinar minha vida!

— Me desculpe, Leah.

Era surpreendente o cinismo e a sonsidão da Young eram prejudiciais para seus sentidos.

Como foi possível alguém trocar um mulherão como ela era, por pouca coisa?

Leah também não sabe onde esteve com a cabeça quando se apaixonou pelo idiota Uley.

— Desculpas?! — inqueiriu a Clearwater. —
Me diz o que desculpas resolve, Emily?

A Young deu dois passos para trás, tenebrosa.

— E-eu... — titubeou, amedrontada.

Sim, era bom ela estar com medo.

— Eu não vou fazer nada, fica tranquila. — nem a própria Leah acreditava em sua palavra. — Porque eu não sou como você. Só vim aqui porque me deu vontade, queria ver de perto sua conquista. Agradeço pelo fardo que arrancou das minhas costas. Espero que um dia você não encontre alguém que te faça o mesmo, porque só dói quando corta na carne.

— Leah, somos família...

A Clearwater revirou os olhos impelida por tanta falsidade envolta de uma pessoa só.

Família?! Não, não. Eu abnego essa família. Passar bem, prima.

Leah impressionou até a si mesma. Ela nunca daria o braço a torcer tão facilmente.

Ela poderia ter feito um show, poderia ter feito o que seu coração gritava para ela fazer, mas apesar de tudo ela ainda tinha consciência de que atos impensados agridem mais que qualquer atitude.

Emily a agradeceria algum dia.








IMPERMEÁVEL- LEAH CLEARWATER Onde histórias criam vida. Descubra agora